A presidente da República afirmou, em artigo
publicado no jornal Folha de S.Paulo,
que, embora "injustamente
questionada", não alimenta "mágoas
nem rancores" em razão do pedido de impeachment que tramita na Câmara
dos Deputados.
No artigo, intitulado "Um feliz 2016 para o povo brasileiro", a petista ressaltou
a necessidade de reflexão sobre "erros
e acertos de nossas atitudes" em 2015, que considerou como ano "muito duro", mas ela acena para
diálogo, neste ano.
A presidente, dando a entender que é vítima e não
culpada pelo caos da administração do país, afirmou que, “Mesmo injustamente questionada pela tentativa de impeachment, não
alimento mágoas nem rancores. O governo fará de 2016 um ano de diálogo com
todos os que desejam construir uma realidade melhor.".
Com relação à conjuntura econômica, a presidente
afirmou que a inflação cairá em 2016, tendo prometido a formulação de propostas
de reformas da previdenciária e do sistema tributário, a par de dizer que
persistirá o ajuste orçamentário, com vistas ao equilíbrio fiscal.
Ela disse que "Sei que as famílias brasileiras se preocupam com a inflação.
Enfrentá-la é nossa prioridade. Ela cairá em 2016, como demonstram as
expectativas dos próprios agentes econômicos. Convocarei o Conselho de Desenvolvimento Social, formado por
trabalhadores, empresários e ministros, para discutir propostas de reformas
para o nosso sistema produtivo, especialmente no aspecto tributário, a fim de
construirmos um Brasil mais eficiente e competitivo no mercado internacional.".
Segundo a petista, a economia brasileira tem "solidez" e isso será a base para a
retomada da trajetória de crescimento. Para ela, o país terminará este ano
melhor do que apontam as atuais previsões.
A presidente atribuiu a revisão da política
econômica adotada pelo governo a fatores internacionais que, segundo afirmou, tiveram
reflexos no setor produtivo: "A queda
vertiginosa do valor de nossos principais produtos de exportação, desaceleração
de economias estratégicas para o Brasil e a adaptação a um novo patamar cambial,
com suas evidentes pressões inflacionárias".
A petista reafirmou o compromisso de obter, neste
ano, superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto, conforme medida aprovada pelo
Congresso Nacional: "Fizemos e
faremos esse esforço sem transferir a conta para os que mais precisam.".
Ela disse que o governo "está fazendo sua parte" em relação à redução das despesas e
racionalização dos recursos públicos: "Executamos
um duro plano de contenção de gastos, economizando mais de R$ 108 bilhões em
2015 – o maior contingenciamento já realizado no país.".
Com relação à degeneração ética, a presidente afirmou
que as instituições "foram exigidas
como nunca" em 2015, "responderam
às suas responsabilidades" e se tornaram "mais robustas e protegidas" após as operações de combate à
corrupção.
Ela
até pode não ter mágoa, mas os fatos acenam para o contrário, à vista da reação
que transpira do Palácio do Planalto, mostrando que o presidente da Câmara dos
Deputados teria agido de forma irracional e revanchista, por não ter recebido
apoio do PT, no Conselho de Ética da Câmara.
Neste
momento em que a água se encontra na fervura máxima, a petista tenta, de forma desesperada,
baixar a temperatura para, por meio de tapeação e de meras palavras de efeito, se
passar por vítima e de se salvar da degola, mas os fatos, mostrando com clareza
a realidade da gestão pública, têm o condão de piorar ainda mais a terrível
situação de ingovernabilidade do país.
Seria
importante que ela tivesse mágoa e resolvesse, com isso, sair de fininho, para
o bem da nação, em demonstração de real autocrítica acerca da terrível situação
de ingovernabilidade constituída por ela, à vista dos resultados da sua gestão.
A presidente do país precisa se conscientizar, com
o máximo de urgência, de que a construção de realidade melhor, no dizer da
mandatária brasileira, passa, necessariamente, pela governança do país por
estadista que tenha reais condições de equacionar o mar de dificuldades que
grassa no país e de criar metas e projetos específicos para cada situação, algo
que ela já demonstrou que não tem a mínima capacidade para apresentar coisa
alguma.
Urge que sejam criadas alternativas para o saneamento
da tragédia muito bem estruturada e executada pela desastrada gestão do governo
dela, à vista dos fatos e dos péssimos indicadores econômicos, que são
visivelmente cristalinos e translúcidos, mostrando quem realmente conseguiu
conduzir o Brasil para as horríveis crises política, ética, social, econômica e
administrativa, conforme a precariedade representada pelo pífio desempenho do
Produto Interno Bruto e retrato fiel da recessão, que são a verdadeira imagem
do governo, ou seja, figura representada pela incompetência, inércia e
ineficiência na administração do país.
Sobre a afirmação de robusteza das instituições, no
campo da moralização, a petista navegou no seco, porque ela foi incapaz de
indicar uma única medida que o governo tenha executado por iniciativa própria,
uma vez que as investigações e as medidas adotadas foram lideradas pela Polícia
Federal, pelo Ministério Público Federal e pela Justiça Federal, sem nenhuma participação
do Palácio do Planalto, ou seja, sem a mínima ingerência do governo, embora
insista em pegar carona nessa ceara que se distancia da sua atuação, à luz dos
fatos.
O esforço para a obtenção do superávit primário não
passa de falácia, tendo em vista que o governo fez pouquíssimo e vem fazendo menos
ainda para cortar gastos, à vista das medidas anunciadas junto com o pacote de
ajuste enviado ao Congresso, em que os cortes não tinham alcançados, no final
do ano, nem 15% do decidido, mostrando falta seriedade por parte do governo,
que tem sido bastante habilidoso apenas para transferir a conta para os bestas
dos contribuintes, à vista da intenção dele de recriar a famigerada CPMF, na
tentativa de tapar o trágico rombo das contas públicas, fruto da sua irresponsável
gastança.
O contingenciamento promovido pelo governo
contribuiu simplesmente para reduzir os investimentos que estavam previstos
para beneficiar a população, que ficou sem as melhorias previstas, por força da
gastança irresponsável do governo, que não tem nada de prudente, por ter extrapolado
os limites das metas fiscais, tendo a presidente do país cometido o crime de
responsabilidade fiscal, pelas práticas das pedaladas fiscais, que redundaram
na abertura do processo de impeachment dela pelo presidente da Câmara dos
Deputados.
Os
brasileiros precisam se conscientizar, à vista do seu dever cívico e patriótico,
de que a governante brasileira, embora tenha conduzido o Brasil à verdadeira situação
caótica e de precariedade administrativa, ainda tem a insensibilidade de se
apresentar como vítima, em que pesem os fatos lamentáveis e prejudiciais aos
interesses da população, quando a presidente deveria ter a dignidade, à luz da
sua desastrada gestão, de reconhecer o trágico quadro de ingovernabilidade que
se encontra o país, diante da calamidade e das crises que grassam na
administração pública, que há muito tempo saiu do prumo da normalidade, quanto à
indispensável observância aos princípios da competência, eficiência, eficácia e
economicidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 03 de janeiro de 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário