terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Argumentações infrutíferas


Em 2015, o Brasil fechou 1,542 milhão de postos de trabalho, com carteira assinada, cujo dado é considerado o pior da série histórica, que teve início em 1992, pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social. Somente no mês de dezembro - quando normalmente há mais demissões, em razão do desligamento de temporários -, foram fechadas 596,2 mil vagas.
O saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do ano foi resultado de 17,7 milhões de admissões e 19,2 milhões de demissões.
O dado de 2015, se comparado com os anos precedentes, mostra enorme degeneração do mercado de trabalho. Em 2013 e 2014, foram geradas, respectivamente, 1,1 milhão e 420,8 mil vagas formais, enquanto o fechamento de postos, em 2015, anula todo o avanço do emprego formal naqueles dois anos. 
O ministro do Trabalho e Previdência Social admitiu que o dado de 2015 foi pior que o esperado pelo governo, que reconheceu que o fechamento recorde de vagas foi insuficiente para reverter as conquistas obtidas pelo trabalhador no passado recente. Para o ministro, "A crise não foi capaz de destruir as conquistas dos últimos anos." e o governo tem trabalhado para retomar a atividade econômica e, por consequência, a geração de empregos.
O ministro também disse que, em período de retração econômica e restrição do poder de compra das famílias, há espaço para a expansão do crédito, como fator motivador de ampliação da demanda.
O petista disse ainda que, para possível reversão do quadro negativo do emprego, o governo conta com o ajuste do câmbio - que começa a trazer resultados positivos -, a reversão da inflação e a ampliação de investimentos, ressaltando que o governo tem tomado medidas necessárias para essa retomada, mesmo em meio a mais restrição do ambiente internacional.
A confusão no âmbito do governo sobre a compreensão da perda de vagas de emprego é coisa de muita loucura, que dificilmente alguém irá entender quais sejam realmente as políticas adotadas por ele para solucionar a grave crise do setor, que tem se valido tão somente do descrédito e surrado anúncio de palavras vazias e inconsistentes de que estão sendo tomadas medidas para a retomada do crescimento econômico, sem a indicação de nenhuma medida no sentido de reverter o quadro dramático, que vem infernizando a vida dos brasileiros.
O governo precisa, com urgência, se conscientizar de que o gargalo que emperra o desenvolvimento do país e, por via de consequência, trava o emprego, tem como principal origem o famigerado custo Brasil, com seus terríveis componentes consistentes na carga tributária, nos encargos trabalhistas, nos juros astronômicos, na burocracia e em tudo mais que contribui para que a competitividade da produção nacional não continue distanciada dos produtos importados.
          O governo precisa agir com medidas efetivas e de resultado prático, de modo que possam incentivar e estimular à retomada dos investimentos, em fomento à industrialização, evitando ficar anunciando, por meio de fajutos argumentos, já desgastados de tanta repetição infrutífera, de que há preocupação no sentido de o país voltar a crescer, como se esse papo furado já não estivesse exaurido há muito tempo, porque ele faz parte de ideologia que tem servido somente para enganar parcela de fanatizados que ainda acredita nessa lenga-lenga própria da incompetência administrativa que apenas fica esperando que caia algo mágico do espaço sideral e mude por completo a terrível inércia administrativa, que não tem iniciativa senão de propor mais sacrifício para a sociedade, com, por exemplo, a recriação da famigerada CPMF, que certamente contribuirá ainda mais para encarecer o custo da produção e o consumo, uma vez que a sua incidência ocorre em todas essas fases e isso tem reflexo direto no aumento do desemprego, mas a miopia ínsita da incompetência administrativa não consegue enxergar o perigo que pode recair com mais tributo imposto aos brasileiros.
Os brasileiros precisam se mobilizar contra a indiscutível ineficiência gerencial do governo e exigir efetivas medidas coerentes com a retomada do crescimento econômico e o imediato embargo das promessas mentirosas e vazias, sempre acompanhadas de forjada preocupação do governo que não passam de pura enganação da ingenuidade e da boa vontade dos brasileiros, que são apenas ludibriados. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de janeiro de 2016

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