Logo
depois que o governo brasileiro decidiu pela redução da meta de superávit
primário de 2016, para 0,5%, que era defendida pelo então ministro da Fazenda
em 0,7%, a credibilidade da política fiscal foi minada, tendo como resultado o
enfraquecimento da posição do governo, quanto ao desempenho econômico, e a
imediata decisão da segunda agência de classificação de risco de retirar do
Brasil a nota de “bom pagador”.
A
Fitch é a segunda das três grandes agências de risco a tirar o grau de
investimento do Brasil, em seguida à Standard & Poor’s, que já havia tirado,
em setembro, a “nota de bom pagador” do país.
Ressalte-se
que, entre as três grandes agências de classificação de risco, apenas a Moody's
mantém o Brasil com grau de investimento, embora, em 9 de dezembro passado,
essa agência colocou a nota em revisão para possível rebaixamento, acenando que
ela também pode ser acionada em breve, o que contribui para piorar ainda mais o
que já é desastroso.
A
Fitch justificou que o rebaixamento do Brasil é reflexo da recessão mais
profunda da economia, dos desdobramentos adversos do cenário fiscal e do
aumento das incertezas que podem subtrair a capacidade do governo de
implementar medidas fiscais que estabilizem o peso do aumento da dívida.
A
verdade é que a recessão da economia brasileira se reflete pelo recuo do
consumo e pela falta de investimentos, como mostra a evolução dos indicadores
econômicos, que foram divulgados junto com o Produto Interno Bruto, que teve
contração próxima de 3,8%, em 2015, com projeção de queda de 2,5% para este ano.
Como
os fatos mostram muito claramente, a agência de classificação aponta a
deterioração das projeções fiscais, cujo déficit do governo deve ficar acima de
10% do PIB, em 2015, com tendência de seguir em elevação e se mantendo acima de
7% do PIB, em 2016.
A
agência de classificação afirma que “A
deterioração das contas públicas, além da contração econômica mais profunda do
que o previsto em 2016 e o aumento das incertezas nas últimas semanas jogam
dúvidas sobre a capacidade do governo de assegurar a aprovação das medidas no
Congresso para atender a meta fiscal de 2016”.
É
induvidoso que as seguidas detonações do grau de investimento do Brasil, por agências
especializadas do mercado financeiro, são nada mais do que a materialização da
nítida acefalia administrativa do país, que tem a corroboração da
incompetência, irresponsabilidade e ineficiência da gestão pública, ante a
formação do ministério totalmente aparelhado para o tingimento exclusivo do
apoio à presidente do país no Congresso Nacional, notadamente no que diz
respeito à blindagem contra o seu impeachment, que tem sido a sua principal
meta de governo, em detrimento das causas nacionais, que cada vez mais se
degeneram em precariedades na importante prestação dos serviços públicos.
A economia brasileira é a cara do governo
incompetente, inepto e improdutivo, que somente contribui para a regressão dos
princípios relacionados aos fatores econômicos, conforme reconhece as agências
de classificação de risco, que não tiveram a menor dúvida em tirar a nota de
“bom pagador” do país, fato que tem drástica repercussão internacional, diante
das incertezas quanto à segurança nos investimentos estrangeiros.
A retirada do grau de investimento do Brasil é mais
uma perniciosa e maléfica demonstração da incapacidade gerencial do governo,
que tinha absoluta certeza que essa medida estava prestes a ser adotada, mas
apenas continuou com suas políticas desastrosas e contrárias à cartilha dos
bons e corretos modelos e lições de administração econômica.
Como as medidas adotadas pelo governo apenas
contribuem para potencializar a crise econômica, compete aos brasileiros se
mobilizarem no sentido de protestar contra a continuidade de políticas
contrárias ao interesse nacional, visto que o aprofundamento das dificuldades
tem como pano de fundo, em especial, a má gestão das políticas fiscais, diante
da gastança do governo, que resiste à racionalização e ao aperfeiçoamento da
pesada, improdutiva e dispendiosa máquina pública, em atenção aos princípios
essenciais da eficiência, eficácia e economicidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de janeiro de 2016
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