Em
conversa com blogueiros, o petista ex-presidente da República afirmou que o
governo precisa anunciar mudanças “até
para justificar a saída de Joaquim Levy” do Ministério da Fazenda, como tentativa
para conquistar a simpatia do mercado.
O
petista afirmou que “Em algum momento se
acreditou que fazendo um discurso para o mercado ia melhorar. Não conseguimos
ganhar uma pessoa do mercado. Nem o
Levy, que era representante do mercado no Ministério da Fazenda, ganhou. E
perdemos a nossa gente. A Dilma tem um desafio agora. Em algum momento nesse
mês vão ter que anunciar alguma coisa, até para explicar por que o Levy saiu: o
que vai mudar”.
O
ex-presidente aproveitou o ensejo para defender que “A Dilma tem que ter como obsessão a retomada do crescimento, o controle
da inflação e a geração de emprego. É preciso ter clareza de que não se
convence empresários se o governo não está pondo dinheiro, porque empresários
não vão pôr se o governo não fizer. O governo tem que tomar iniciativa. É
preciso uma forte política de financiamento”.
O
petista também defendeu mudanças nos sistemas tributário e previdenciário, após
rodadas de conversa com empresários e trabalhadores, embora não se tenha ainda
notícia sobre estudos pertinentes, como forma de levantar as questões cruciais e
mostrar as linhas de ação para o atingimento de metas favoráveis ao interesse
público.
O
ex-presidente foi enfático em reconhecer, mais uma vez, que o governo vendeu,
durante a campanha eleitoral, a visão que não consegue entregar, tendo
concluído seu raciocínio nestes termos: “Acho
que houve um equívoco político, já reconhecido, do fato de a gente ganhar com
um discurso e não poder cumpri-lo. A Dilma dizia que não ia mexer em direito de
trabalhador nem que a vaca tossisse e que o ajuste era coisa de tucano, e não
dela. E depois foi obrigada a fazer”.
O
petista anseia por que a presidente do país deva “anunciar alguma coisa”, para mudar e estimular a economia, que se
encontra estagnada, mas é possível que ela invente mais um de seus pacotes de
medidas quase sempre requentadas, por inserir nele os erros que levaram a
economia a mergulhar na mais profunda recessão, porque tudo indica que virá o
ressurgimento da velha nova “matriz econômica”, que já foi capaz de alimentar o
quadro catastrófico representado pelos desemprego, desindustrialização, juros
altos, inflação, alta do dólar etc., tudo em contraponto aos princípios
essenciais aos anseios de desenvolvimento.
As
medidas que poderão ser anunciadas pelo governo têm por possível principal
enfoque o aumento do consumo, sem respaldo em investimentos produtivos, que
praticamente são inexistentes, tornando capenga a iniciativa que poderá
contribuir para aquecer o processo inflacionário e o desemprego.
O
certo é que as intervenções da presidente na economia foram capazes apenas de
destruir as bases de sustentação da estabilidade do país, conquanto o seu propalado
ajuste fiscal se resuma em verdadeiro desajuste, com os seguidos déficits das
contas públicas e a persistência de deixar tudo como antes no quartel de
Abrantes, com a imaginação de que a situação irá se reverter para melhor a
qualquer momento, mesmo com a permanência do status quo das políticas de incompetência e ineficiência, tendo por
base o anúncio de pacote apenas com incentivo ao consumo, exatamente no momento
em que o país se encontra mergulhado em pleno pessimismo e com a economia em
frangalhos, totalmente desestruturada nas suas bases, com o desemprego no auge
e a produção carente de investimentos, em razão do descrédito nas ações do
governo, por parte dos empresários.
O simples fato de "que houve equívoco político, já reconhecido, do fato de a gente ganhar
com um discurso e não poder cumpri-lo" já é mais do que suficiente
para a presidente honestamente admitir que mentiu e enganou seu eleitorado e o
restante dos brasileiros, com argumentos falsos e inconsistentes para ganhar
eleição, em confirmação de atitude indiscutivelmente irracional e desonesta,
que não condiz nem de longe com a liturgia do importante cargo supremo da nação.
Como forma de reparar as afirmações desastrosas e irresponsáveis,
em demonstração de dignidade que se impõe no exercício de cargo público
eletivo, à vista da representação oriunda do povo, resta à presidente petista
se afastar do cargo, como forma de dizer à nação que a sua improdutiva, infeliz
e ineficiente gestão tem sido de extremo prejuízo para o interesse público, a
par de deixar patente o reconhecimento de que não teve condições nem capacidade
para evitar que o país fosse empurrado para a falência, a quebradeira e o destroço,
como mostra o terrível estado da economia, estatelada em dramática recessão, com
a inflação em descontrole, os juros nas nuvens, a dívida pública impagável, o
desemprego alarmante, a desindustrialização afugentando os investimentos, a
falta de investimentos em obras públicas, além de outras tantas precariedades
que estão contribuindo para entravar, de forma alarmante, o desenvolvimento
social, político e econômico.
A presidente precisa se conscientizar de que a vaca
tossiu mesmo e a situação dela é simplesmente insustentável e os brasileiros
ficariam extremamente felizes e agradecidos com o seu gesto de nobreza e
grandeza de reconhecimento sobre a sua incompetência administrativa e sair
ainda pela porta da frente do Palácio do Planalto, como forma de possibilitar a
reorganização das estruturas do Estado, que foram pulverizadas e demolidas no
redemoinho da sua má e destruidora gestão. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de janeiro de 2016
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