sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Má e destruidora gestão?


Em conversa com blogueiros, o petista ex-presidente da República afirmou que o governo precisa anunciar mudanças “até para justificar a saída de Joaquim Levy” do Ministério da Fazenda, como tentativa para conquistar a simpatia do mercado.
O petista afirmou que “Em algum momento se acreditou que fazendo um discurso para o mercado ia melhorar. Não conseguimos ganhar uma pessoa do mercado. Nem o Levy, que era representante do mercado no Ministério da Fazenda, ganhou. E perdemos a nossa gente. A Dilma tem um desafio agora. Em algum momento nesse mês vão ter que anunciar alguma coisa, até para explicar por que o Levy saiu: o que vai mudar”.
O ex-presidente aproveitou o ensejo para defender que “A Dilma tem que ter como obsessão a retomada do crescimento, o controle da inflação e a geração de emprego. É preciso ter clareza de que não se convence empresários se o governo não está pondo dinheiro, porque empresários não vão pôr se o governo não fizer. O governo tem que tomar iniciativa. É preciso uma forte política de financiamento”.
O petista também defendeu mudanças nos sistemas tributário e previdenciário, após rodadas de conversa com empresários e trabalhadores, embora não se tenha ainda notícia sobre estudos pertinentes, como forma de levantar as questões cruciais e mostrar as linhas de ação para o atingimento de metas favoráveis ao interesse público.
O ex-presidente foi enfático em reconhecer, mais uma vez, que o governo vendeu, durante a campanha eleitoral, a visão que não consegue entregar, tendo concluído seu raciocínio nestes termos: “Acho que houve um equívoco político, já reconhecido, do fato de a gente ganhar com um discurso e não poder cumpri-lo. A Dilma dizia que não ia mexer em direito de trabalhador nem que a vaca tossisse e que o ajuste era coisa de tucano, e não dela. E depois foi obrigada a fazer”.
O petista anseia por que a presidente do país deva “anunciar alguma coisa”, para mudar e estimular a economia, que se encontra estagnada, mas é possível que ela invente mais um de seus pacotes de medidas quase sempre requentadas, por inserir nele os erros que levaram a economia a mergulhar na mais profunda recessão, porque tudo indica que virá o ressurgimento da velha nova “matriz econômica”, que já foi capaz de alimentar o quadro catastrófico representado pelos desemprego, desindustrialização, juros altos, inflação, alta do dólar etc., tudo em contraponto aos princípios essenciais aos anseios de desenvolvimento.
As medidas que poderão ser anunciadas pelo governo têm por possível principal enfoque o aumento do consumo, sem respaldo em investimentos produtivos, que praticamente são inexistentes, tornando capenga a iniciativa que poderá contribuir para aquecer o processo inflacionário e o desemprego.
O certo é que as intervenções da presidente na economia foram capazes apenas de destruir as bases de sustentação da estabilidade do país, conquanto o seu propalado ajuste fiscal se resuma em verdadeiro desajuste, com os seguidos déficits das contas públicas e a persistência de deixar tudo como antes no quartel de Abrantes, com a imaginação de que a situação irá se reverter para melhor a qualquer momento, mesmo com a permanência do status quo das políticas de incompetência e ineficiência, tendo por base o anúncio de pacote apenas com incentivo ao consumo, exatamente no momento em que o país se encontra mergulhado em pleno pessimismo e com a economia em frangalhos, totalmente desestruturada nas suas bases, com o desemprego no auge e a produção carente de investimentos, em razão do descrédito nas ações do governo, por parte dos empresários.  
O simples fato de "que houve equívoco político, já reconhecido, do fato de a gente ganhar com um discurso e não poder cumpri-lo" já é mais do que suficiente para a presidente honestamente admitir que mentiu e enganou seu eleitorado e o restante dos brasileiros, com argumentos falsos e inconsistentes para ganhar eleição, em confirmação de atitude indiscutivelmente irracional e desonesta, que não condiz nem de longe com a liturgia do importante cargo supremo da nação.
Como forma de reparar as afirmações desastrosas e irresponsáveis, em demonstração de dignidade que se impõe no exercício de cargo público eletivo, à vista da representação oriunda do povo, resta à presidente petista se afastar do cargo, como forma de dizer à nação que a sua improdutiva, infeliz e ineficiente gestão tem sido de extremo prejuízo para o interesse público, a par de deixar patente o reconhecimento de que não teve condições nem capacidade para evitar que o país fosse empurrado para a falência, a quebradeira e o destroço, como mostra o terrível estado da economia, estatelada em dramática recessão, com a inflação em descontrole, os juros nas nuvens, a dívida pública impagável, o desemprego alarmante, a desindustrialização afugentando os investimentos, a falta de investimentos em obras públicas, além de outras tantas precariedades que estão contribuindo para entravar, de forma alarmante, o desenvolvimento social, político e econômico.
A presidente precisa se conscientizar de que a vaca tossiu mesmo e a situação dela é simplesmente insustentável e os brasileiros ficariam extremamente felizes e agradecidos com o seu gesto de nobreza e grandeza de reconhecimento sobre a sua incompetência administrativa e sair ainda pela porta da frente do Palácio do Planalto, como forma de possibilitar a reorganização das estruturas do Estado, que foram pulverizadas e demolidas no redemoinho da sua má e destruidora gestão. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de janeiro de 2016

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