domingo, 17 de janeiro de 2016

O peso da incompetência


O ministro-chefe da Casa Civil declarou que o governo não cogita promover grande pacote para a recuperação da economia e que os problemas do setor serão resolvidos "passo a passo". Segundo o petista, a presidenta brasileira e a equipe econômica trabalham com a retomada da confiança dos empresários, dos investidores estrangeiros e dos trabalhadores, no sentido de haver mais empregos.
Ele disse que "Não estamos mais em tempo de pacotes. Eu acho que não tem nada bombástico. Pelas perguntas parece que as pessoas estão esperando qual é a grande notícia, o coelho da cartola. Não tem coelho da cartola. A gente vai continuar buscando o equilíbrio macroeconômico, o equilíbrio fiscal, abrindo trilhas para uma retomada do crescimento".
O petista disse que a expectativa do governo, para este ano, é conseguir que o país retome e melhore a economia, como “desafio mais importante. Creio que politicamente a gente fechou melhor o ano, ou pelo menos do que muita gente imaginava. Todo mundo reconhece que tem um ambiente melhor. Agora é trabalhar".
Na realidade, para a recuperação da confiança dos empresários e brasileiros, bastaria o governo entre tantas medidas importantes e imprescindíveis, promover, em primeiro plano, reformulação e reorganização da própria estrutura da administração pública, começando com a substituição dos políticos incompetentes e oportunistas da direção dos ministérios e das empresas estatais, de modo a se permitir que esses cargos sejam ocupados por profissionais com conhecimento e especialização nas respectivas áreas, como forma capaz de haver prestação de serviços públicos de qualidade, tendo por prioridade o exclusivo atendimento do interesse público, com embargo de quaisquer privilégios na administração do país.
Não chega a ser novidade o petista dizer que o governo não tem coelho na cartola para salvar a economia. Os brasileiros devem se conformar com a situação de extremas precariedade e inépcia, representada pela economia em frangalhos e em completa desestruturação, atravessando seu pior estágio no governo, por se encontrar mergulhada em grave recessão, com seus indicadores extrapolando os limites da negatividade e do pessimismo, fazendo com que a imagem da potência econômica Brasil se encontre cada vez mais bem no fundo do poço, sem qualquer perspectiva, em curto prazo.
É lamentável que o governo e sua equipe só tenham capacidade para criar pacotes absurdos e abomináveis, com a finalidade de prejudicar e penalizar o contribuinte com mais tributo ou com aumento da carga tributária.
De certa forma, chega a ser reconfortante a garantia de que o governo não dispõe de coelho na cartola para tirar a economia do buraco, porque, se houvesse, certamente haveria a cogitação de criação e/ou aumento de tributo, com mais penalização para o contribuinte, que já é obrigado a arcar com pesada carga tributária, sem a indispensável contrapartida à altura por parte do Estado, que, ao contrário, promove irresponsável gastança com dinheiro do cidadão, contribuindo para extrapolar o limite da meta fiscal e causar rombo nas contas públicas.
É preocupante que o governo não tenha a iniciativa de fazer algo para tirar a economia do atoleiro, ficando apenas na torcida para que o quadro de precariedades não piore ainda mais.
O governo precisa saber que o imobilismo só prejudica o que já está péssimo. É evidente que o país não precisa de mais pacotes para aumentar a carga tributária, mas sim de reformas nas estruturas do Estado que possam contribuir para a racionalização, o aperfeiçoamento e a modernização da máquina pública, com vistas à imposição de profunda economicidade na gestão pública.
Os brasileiros não esperam por nenhuma mágica do governo, mas sim por ações efetivas que levem à melhora da qualidade na prestação dos serviços públicos, em harmonia com a injustificável e monstruosa carga tributária.
Compete aos brasileiros exigirem que o governo promova medidas efetivas e eficientes capazes de melhorar a drástica situação da gestão pública, compreendendo as políticas e as ações públicas, inclusive e principalmente a econômica, não com mais tributos, mas sim com o aperfeiçoamento dos mecanismos que possam contribuir para eliminar os terríveis gargalos ao desenvolvimento, começando pela reforma das estruturas retrógradas e obsoletas do Estado, principalmente no que diz respeito ao custo Brasil, que vem dificultando a competitividade da produção nacional, que tem sido o principal motivo causador da desindustrialização e, por via de consequência, do desemprego e da queda da arrecadação, entre tantas deficiências, que precisam ser solucionadas, com o máximo de urgência. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de janeiro de 2016

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