quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Respeito à vontade popular

A oposição venezuelana assumiu o controle do Congresso sob forte hostilidade vinda dos simpatizantes do chavismo, que não se conforma com a fragorosa derrota imposta por adversários ao regime da tirania bolivariana, que prometem bloquear as iniciativas do governo, com destaque para aquelas prejudiciais ao interesse do povo, como as políticas econômicas.
Depois de 17 anos de plena dominação do Parlamento, o chavismo passa a ser minoria na Casa, que, na verdade, funcionava como verdadeira marionete do presidente venezuelano, que governa o país com poderes delegados a ele por lei específica aprovada pela Assembleia Constitucionalista.
A instalação da aludida assembleia aconteceu em ambiente de incerteza, em meio à agitação resultante da recente decisão do Tribunal Supremo de Justiça daquele país, de suspender três deputados da oposição, que saíram vitoriosos das urnas.
A polêmica decisão ameaça a poderosa maioria de dois terços (112 das 167 cadeiras) conquistada pela Mesa da Unidade Democrática (MUD) nas eleições e que põe fim à hegemonia chavista.
O presidente do Congresso disse que "Nenhuma decisão burocrática e muito menos por um organismo absolutamente carente de legitimidade de origem pode transtornar, frustrar, ou fraudar a vontade popular".
A oposição denunciou as impugnações de deputados como tentativa de "golpe de Estado judicial" perante as Nações Unidas, União Europeia, Unasul, Mercosul e Organização dos Estados Americanos, enquanto o secretário-geral da OEA ponderou que "ninguém distorça" os resultados eleitorais "com estratagemas de juridicidade duvidosa".
Depois de acusar a oposição de jogar "sujo com a compra de votos e de atribuir a derrota eleitoral à guerra econômica de empresários de direita", o presidente venezuelano advertiu que os chavistas vão reagir na "Assembleia burguesa", que pretende "privatizar tudo" e destruir os programas sociais.
A situação da Venezuela é bastante ilustrativa sob os aspectos social, político, econômico e democrático, porque foi o pecado do silencio da população que permitiu que aquele país estivesse encalacrado e incrustado no caos crônico, com o respaldo do povo que apoiou o chavismo e permitiu que a sua desastrada gestão levasse o país ao fundo poço, juntamente com a dignidade de seu povo, que agora tenta mostrar seu repúdio ao pleno desgoverno e ao gigantesco rombo causado aos seus interesses por gestão socialista incompetente, tirânica e desastrada, principalmente no que diz respeito às políticas econômicas, cuja inflação beira, pasmem, os 200% a.a., com enorme reflexo no abastecimento de gêneros de primeira necessidade, inclusive medicamentos, fazendo com que o povo seja servido com remédios para animais.
Não se enganem aqueles que pensam que o Brasil não está nas mãos de terroristas e pode perfeitamente caminhar pela bestial e anacrônica cartilha ideológica do bolivarianismo, que vem prestando expressiva contribuição para a consolidação da situação trágica e caótica da Venezuela, cujo quadro desesperador foi denunciado, com clareza e todas as letras, por meio do resultado das urnas que elegeu, com esmagadora maioria de mais de dois terços da oposição, o Parlamento que acaba de tomar posse.
Diante da situação dramática de desordem administrativa que grassa na Venezuela, os eleitores fizeram a sua parte essencial de demonstrar a necessidade de mudança do regime destruidor das estruturas social, econômica, política e democrática, como forma de valorização dos princípios democrático e humanitário, eis que, em pouco tempo, aquele país foi levado à miséria, em todos os sentidos, à vista da realidade dos fatos da administração.
Os brasileiros precisam aprender a excelente lição dos eleitores cônscios de seu dever cívico e conscientizados, embora tardiamente, da Venezuela, com vistas a varrer da vida pública brasileira os maus políticos que somente pensam na satisfação de seus interesses, deixando em planos secundários as causas nacionais, em demonstração da inversão da ordem das responsabilidades políticas.
O povo da Venezuela, com exceção da parcela fanatizada do chavismo, que prefere o continuísmo da tragédia administrativa, deu clara demonstração de que governo socialista tem muita propaganda e efetivas ações extremamente prejudiciais aos interesses da nação, que são bastante atrativas às classes desinformadas e despreparadas culturalmente, que ainda acreditam em falsas promessas e agrados vindos do governo, que conseguiu levar aquele país ao fundo do povo e à miséria, principalmente social, política, econômica, ética, administrativa e democrática, uma vez que as estruturas do Estado foram completamente destruídas pelas incompetência e tirania, conforme mostra a realidade dos fatos, que são absurdamente deploráveis e desanimadores. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 07 de janeiro de 2016

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