A oposição venezuelana assumiu o controle do
Congresso sob forte hostilidade vinda dos simpatizantes do chavismo, que não se
conforma com a fragorosa derrota imposta por adversários ao regime da tirania
bolivariana, que prometem bloquear as iniciativas do governo, com destaque para
aquelas prejudiciais ao interesse do povo, como as políticas econômicas.
Depois de 17 anos de plena dominação do Parlamento,
o chavismo passa a ser minoria na Casa, que, na verdade, funcionava como
verdadeira marionete do presidente venezuelano, que governa o país com poderes
delegados a ele por lei específica aprovada pela Assembleia Constitucionalista.
A instalação da aludida assembleia aconteceu em
ambiente de incerteza, em meio à agitação resultante da recente decisão do
Tribunal Supremo de Justiça daquele país, de suspender três deputados da
oposição, que saíram vitoriosos das urnas.
A polêmica decisão ameaça a poderosa maioria de
dois terços (112 das 167 cadeiras) conquistada pela Mesa da Unidade Democrática
(MUD) nas eleições e que põe fim à hegemonia chavista.
O presidente do Congresso disse que "Nenhuma decisão burocrática e muito menos
por um organismo absolutamente carente de legitimidade de origem pode
transtornar, frustrar, ou fraudar a vontade popular".
A oposição denunciou as impugnações de deputados
como tentativa de "golpe de Estado
judicial" perante as Nações Unidas, União Europeia, Unasul, Mercosul e
Organização dos Estados Americanos, enquanto o secretário-geral da OEA ponderou
que "ninguém distorça" os
resultados eleitorais "com
estratagemas de juridicidade duvidosa".
Depois de acusar a oposição de jogar "sujo com
a compra de votos e de atribuir a derrota eleitoral à guerra econômica de
empresários de direita", o presidente venezuelano advertiu que os
chavistas vão reagir na "Assembleia
burguesa", que pretende "privatizar
tudo" e destruir os programas sociais.
A
situação da Venezuela é bastante ilustrativa sob os aspectos social, político,
econômico e democrático, porque foi o pecado do silencio da população que
permitiu que aquele país estivesse encalacrado e incrustado no caos crônico,
com o respaldo do povo que apoiou o chavismo e permitiu que a sua desastrada
gestão levasse o país ao fundo poço, juntamente com a dignidade de seu povo,
que agora tenta mostrar seu repúdio ao pleno desgoverno e ao gigantesco rombo
causado aos seus interesses por gestão socialista incompetente, tirânica e
desastrada, principalmente no que diz respeito às políticas econômicas, cuja
inflação beira, pasmem, os 200% a.a., com enorme reflexo no abastecimento de
gêneros de primeira necessidade, inclusive medicamentos, fazendo com que o povo
seja servido com remédios para animais.
Não
se enganem aqueles que pensam que o Brasil não está nas mãos de terroristas e
pode perfeitamente caminhar pela bestial e anacrônica cartilha ideológica do
bolivarianismo, que vem prestando expressiva contribuição para a consolidação
da situação trágica e caótica da Venezuela, cujo quadro desesperador foi denunciado,
com clareza e todas as letras, por meio do resultado das urnas que elegeu, com
esmagadora maioria de mais de dois terços da oposição, o Parlamento que acaba
de tomar posse.
Diante da situação dramática de desordem administrativa
que grassa na Venezuela, os eleitores fizeram a sua parte essencial de
demonstrar a necessidade de mudança do regime destruidor das estruturas social,
econômica, política e democrática, como forma de valorização dos princípios
democrático e humanitário, eis que, em pouco tempo, aquele país foi levado à
miséria, em todos os sentidos, à vista da realidade dos fatos da administração.
Os brasileiros precisam aprender a excelente lição
dos eleitores cônscios de seu dever cívico e conscientizados, embora
tardiamente, da Venezuela, com vistas a varrer da vida pública brasileira os
maus políticos que somente pensam na satisfação de seus interesses, deixando em
planos secundários as causas nacionais, em demonstração da inversão da ordem
das responsabilidades políticas.
O povo da Venezuela, com exceção da parcela
fanatizada do chavismo, que prefere o continuísmo da tragédia administrativa, deu
clara demonstração de que governo socialista tem muita propaganda e efetivas
ações extremamente prejudiciais aos interesses da nação, que são bastante
atrativas às classes desinformadas e despreparadas culturalmente, que ainda
acreditam em falsas promessas e agrados vindos do governo, que conseguiu levar
aquele país ao fundo do povo e à miséria, principalmente social, política, econômica,
ética, administrativa e democrática, uma vez que as estruturas do Estado foram
completamente destruídas pelas incompetência e tirania, conforme mostra a
realidade dos fatos, que são absurdamente deploráveis e desanimadores. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 07 de janeiro de 2016
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