Na
Venezuela, as farmácias mostram suas prateleiras completamente vazias de
medicamentos, em razão da rigorosa política de controle e preços imposta pelo
governo bolivariano, que se encontra mergulhado em terríveis crises, com
destaque para a econômica, que tem sido cruel com a população, a despeito da
famigerada e mortífera socialização do século XXI.
De
forma hipócrita e até irracional, o presidente daquele país pediu à nova
ministra da Saúde, escolhida pelo próprio governante, que, "Pelo amor de Deus, vamos reativar a
indústria farmacêutica!", porque a solução da crise depende
exclusivamente da vontade política dele e de mais ninguém, porque o ministro da
Saúde nada pode fazer se a política econômica do governo é extremamente
restritiva e centralizadora, não permitindo espaço para manobras por parte de
ninguém fora o próprio presidente.
O
“patético” apelo presidencial não passa de ato de crueldade contra a população,
porquanto o estado de calamidade caracterizada pela falta de remédios é
intensificado justamente por causa da incapacidade do governo, que atravessa momento
de enorme instabilidade política e econômica sem precedente no país, com
inevitável reflexo negativo na vida dos venezuelanos.
O
presidente da Federação Farmacêutica do país, reconhecendo o aprofundamento da
tragédia, definiu a grave situação como verdadeira "crise humanitária".
A
estrutura física das farmácias mostra o retrato fiel da escassez de
medicamentos, evidenciando o quanto é gravíssima a situação representada pela
falta de remédios e de outros produtos básicos da área da saúde.
Os
casos desesperadores são repetidos a todo instante, denunciando o total descaso
do governo para a situação periclitante, a exemplo de um menino de três anos
que morreu pela falta de remédio cardíaco, tendo o caso chamado a atenção para
a gravidade do problema, que se potencializa com relação a medicamentos de
aplicação emergencial, como aqueles indispensáveis ao tratamento do câncer e do
coração, que são protetores contra o agravamento das doenças.
Há
muitas situações em que as famílias imploram, fazem reclamações e apelam
desesperadamente, nas redes sociais, pela obtenção dos medicamentos desejados,
mas os pedidos de socorro não são atendidos justamente pela inexistência dos
produtos farmacológicos, que também inexistem nos hospitais públicos.
Uma
tia de um paciente disse, desesperada, que “Não
conseguiram o medicamento. Graças a esse governo maldito. Meu sobrinho de três
anos morreu nessa madrugada".
O
adensamento da escassez de medicamentos prejudica fortemente os pacientes mais
vulneráveis, aqueles que sofrem de doenças crônicas e necessitam de tratamentos
permanentes, a exemplo de diabéticos e hipertensos.
Já
os pacientes que precisam de procedimentos de urgência para tratar problemas
graves, a exemplo de câncer, também são obrigados a adiá-los com frequência, exatamente
diante da falta de materiais e medicamentos.
Um
cidadão esbravejou, afirmando que "Estamos
vivendo uma situação extremamente grave. Ela se agravou muito. É impressionante o número de falhas que
temos na disponibilidade de produtos para hipertensão arterial, os
anticonvulsionantes, anticoncepcionais, produtos para asma".
As
informações são de que o governo centraliza as importações, com concessões às empresas
com preços mais baixos, mas ele é incapaz de assumir a dívida com a indústria
farmacêutica, que já ultrapassa 5 bilhões de dólares, ou algo em torno de 20
bilhões de reais, e ainda é agravada pela produção nacional, como os demais setores
do país, que também não recebem as matérias primas que necessitam, tudo
contribuindo para infernizar a vida da população, que cada vez mais se sente
desprezada e desvalorizada como ser humano.
Não há a menor dúvida de que se trata de gigantesco crime
contra a humanidade e o culpado por essa verdadeira tragédia social precisa urgentemente
ser responsabilizado por tamanha crueldade e maldade contra a população, que
não pode ser sacrificada impunemente e pagar com a própria vida pela
incompetência do governo déspota e ditatorial, que demonstra completa insensibilidade
diante dessa situação dramática que vem contribuindo para a morte de vidas humanas.
É importantíssimo que as trapalhadas do governo venezuelano,
chamado de maldito por um cidadão, sirvam de modelo para os brasileiros,
justamente para que eles não votem em homens públicos que sejam simpatizantes do
desgraçado sistema socialista bolivariano, que em tão pouquíssimo tempo conseguiu
transformar o país próspero como a Venezuela numa nação destroçada e
desumanizada, conforme mostram os fatos, que saiu do rumo do desenvolvimento há
bastante tempo, justamente por ter optado pelo famigerado socialismo de século
XXI, que representa a verdadeira decadência social, econômica, ética, política,
democrática, não permitindo que a população seja concebida como ser humano, nos
termos da civilidade exercida nos países com o mínimo de respeito à vida
humana.
A humanidade precisa, com o máximo de urgência, condenar,
com veemência, essa forma absurda de maltratar o ser humano e exigir que os
organismos internacionais de defesa humanitária adotem providências no sentido
de denunciar a tragédia que se abate sobre a população da Venezuela, com a
inadmissível escassez de medicamentos e a potencialização do sofrimento de
pacientes, e exigir, sob ameaça de dura punição ao governo daquele país, a
imediata ação de medidas capazes de sanear a gravíssima e dramática falta de
medicamentos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 16 de janeiro de 2016
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