segunda-feira, 15 de outubro de 2018

À busca da moralidade


O presidenciável do PT admitiu, somente agora, que “durante os governos do PT, faltou controle interno nas estatais e que diretores ficaram soltos para promover a corrupção”.  
O petista disse que “Faltou controle interno nas estatais. Isso é claro. Diretores ficaram soltos para promover a corrupção e se enriquecer pessoalmente”.
Em outro momento, demonstrando indagação com relação aos dirigentes do partido, o petista respondeu: “Aí é pior. Se algum dirigente cometeu erro, garantido amplo direito de defesa, mas, se concluir que alguém enriqueceu, tem que ir para cadeia, com provas”.
Mais adiante, o petista completou seu raciocínio, afirmando que “A crítica é importante – e eu tenho feito –, mas também eu tenho que apontar os caminhos de superação. Vou dar um exemplo: eu falei, o ministério que eu comandei por 6, 7 anos quase, tinha uma controladoria muito forte. Então, nós não tivemos casos de corrupção no ministério que tinha 100 bilhões de reais de orçamento”.
O presidenciável petista aproveito o ensejo para criticar a falta de debate entre os presidenciáveis, na televisão, dizendo que “Quem não tem proposta não tem o que debater. Eu lamento porque alguém que queira presidir o país tem de ter projeto para o país. Não pode passar incólume. Você tem que passar pelo crivo do debate, do contraditório, inclusive para esclarecer o que ele vem dizendo, para pleitear a Presidência da República. Acho que não tem paralelo na história do Brasil alguém que tenha chegado à Presidência sem participar de um debate”.   
É preciso que se diga que não tem o menor fundamento a alegação do presidenciável petista sobre a falta de debate entre os presidenciáveis, não passando de queixa absolutamente infantil, porque somente participa dessa forma de atividade política quem vislumbrar interesse em se submeter aos possíveis desgastes das acusações, das questões e dos incômodos normalmente preparados para que quem está na dianteira da corrida eleitoral, justamente para que ele possa incorrer em erros absolutamente dispensáveis, à vista de não haver, para ele, o menor interesse em submissão ao debate inócuo, que serviria apenas para o adversário inferiorizado enchê-lo de acusações as mais estrambóticas possíveis.
À toda evidência, nas circunstâncias, o debate para pesselista não contribui absolutamente em nada, quando se imagina que a situação de liderança dele já é cômoda e encontra-se praticamente consolidada, não fazendo o menor sentido a abertura de brecha para possível perigosíssima escorregadela em casca de banana, jogada exatamente para prejudicá-lo eleitoralmente.
Diante disso, o presidenciável petista somente perde seu tempo malhando em ferro frio, porque o presidenciável adversário somente está empregando o mesmo critério usado no passado por candidato petista, quando ele estava na dianteira da corrida presidencial.
Ou seja, a falta de paralelo quanto à inexistência de debate entre presidenciais foi inaugurada justamente pelo petista-mor, por ocasião da sua reeleição, que deixou de comparecer ao debate promovido pela TV Globo, sob o argumento de que seus adversários estavam preparados para agredi-lo com acusações sobre a sua gestão, o que vale dizer que o atual presidenciável petista poderia ter se informado melhor para evitar passar por esse vexame, por estranhar idêntica situação inicialmente oficializada pelo todo-poderoso.
Por seu turno, a autocrítica sobre casos de corrupção em governos do PT já mostra o lado bastante diferente do petismo que se vangloria do seu passado vitorioso, embora jamais e em tempo algum teve a humildade e a dignidade de assumir qualquer forma de culpa pelos escândalos de que tratam, em especial, os famigerados mensalão e petrolão, de triste memória para os brasileiros honrados e dignos.
Enfim, alguém do PT tem coragem de confessar que a falta de controle interno e, de resto, a incompetência administrativa foram a marca registrada do seu partido, que, de forma vergonhosa e irresponsável, desviaram montanhas de recursos públicos, a exemplo dos estragos causados ao patrimônio da Petrobras, que teriam como destinação primária benfeitorias para a população, que padeceu com a inanição e escassez de verbas para a realização de serviços e obras públicos, mais especificamente as precariedades crônicas verificadas na saúde, na educação, na segurança, na infraestrutura, no saneamento básico, entre outras obras indispensáveis ao desenvolvimento socioeconômico.
O certo é que a deplorável corrupção foi a marca de partido que simplesmente se lambuzou com tanto dinheiro desviado dos cofres públicos, os quais tiveram destinação diferente daquela programada, visto que a administração pública foi aparelhada, em uníssono e profusão, com a finalidade de desviar dinheiro dos brasileiros, para satisfação de finalidades partidárias e interesses pessoais ou partidários, conforme mostram as delações premiadas e as investigações implementadas pelos órgãos pertinentes, evidenciando a fartura da prática de atos espúrios e inescrupulosos, em detrimento dos interesses dos brasileiros.
Os péssimos exemplos de corrupção sistêmica e endêmica perpetrados pelo família administrativa petista, conforme reconhece o presidenciável petista, é a prova inexorável que faltava para mostrar aos brasileiros que partido, com essa terrível índole da prática de irregularidades com dinheiro público, somente mostra que ele não tem dignidade para voltar a retomar o poder, diante da intrigante dúvida se o novo governo petista teria condições de resistir à sanha maléfica e destrutiva dos corruptos que não foram exterminados das entranhas da agremiação, que já vêm sendo investigados sob esse mar de podridão que infestou suas gestões do passado recente.
Nos países com o mínimo de seriedade e civilidade, em termos políticos e democráticos, o simples reconhecimento de fragilidade no controle interno que permitiram o desvio de montanhas de recursos públicos, para finalidades nada republicanas, já é mais do que suficiente para que o partido fosse banido, em definitivo, das atividades políticas, diante da constatação de que os fatos deletérios precisam ser definitivamente escoimados das atividades políticas, em benefício dos brasileiros, que foram extremamente prejudicados com as ruinosas roubalheiras perpetradas por quem tinha a obrigação de ser prudente e zeloso na gestão dos recursos públicos, mas a verdade é que o presidenciável não consegue omitir fatos extremamente deploráveis na histórica política brasileira, e que seu partido é realmente alvo das piores roubalheiras de recursos públicos já detectadas da história política brasileira.
É induvidoso que o presidenciável petista confesse, agora, o que o partido sempre ignorou, em clara falta de compromisso com a dignidade e a verdade sobre os fatos, o que todo mundo já sabia acerca da existência de esquemas estruturados, consistentes na inexistência de sistema de controle interno das estatais, que tinham o efetivo comando do partido, a quem competia também não permitir que essa esculhambação tivesse acontecido, precisando que o partido também assume as responsabilidades pelos danos causados aos cofres das estatais, segundo a legislação aplicável à espécie.
Essa confissão nada mais é do que a evidência da baderna na gestão da coisa pública, quando se reconhece a falta de controle interno e a total liberalidade para os dirigentes fazerem o que bem entendiam sob o seu comando, inclusive roubarem os cofres das estatais, fato completamente inadmissível em governos íntegros, dignos e responsáveis, diante da obrigação funcional e legal da preservação do patrimônio dos brasileiros.
Esse fato, por si só, sugere a absoluta falta de competência de governos que deixaram de cumprir a sua primordial função de zelador do patrimônio dos brasileiros, quando a constituição obriga que a eficácia do controle externo depende da eficiência do controle interno, que o presidenciável petista alega que esse importante sistema não existiu nos governos de seu partido, com relação às estatais, fato que é da maior gravidade, porque demonstra extrema falta de responsabilidades administrativas, por se permitir que o patrimônio das estatais tenha sido dilapidado por seus dirigentes, na palavra desse candidato, ante a facilitação a partir exatamente dos controles exigidos pela Lei Suprema e legislação aplicável à espécie.
Por incrível que possa parecer, ao contrário do ele que imagina, a sua confissão sincera não tem o condão de contribuir para a sua campanha eleitoral, porque, para os especialistas em política, ela apenas patenteia a monstruosa fragilidade de governos incompetentes e prejudiciais ao interesse público e certamente que a eventual gestão dele também não teria condições de ser diferente, exatamente pela forma irresponsável e escandaloso do aparelhamento dos órgãos e entidades públicos, em forma do famigerado e espúrio fisiologismo adotado pelo partido, por não permitir que o controle do patrimônio público seja diferente do adotado no passado, ou seja, a esculhambação que se permite na indicação dos cargos de direção, normalmente feita pelo já famoso critério vergonhoso do “toma lá, dá cá” dos governos petistas, seria a repetição da tragédia admitida pelo presidenciável petista, com relação ao passado.  
          É evidente que o partido do presidenciável petista já teria sido obrigado, na forma legal, a fechar as suas portas, ou seja, proibido de exercer atividades políticas, há muito tempo, se os desvios de recursos públicos, cuja autoria é atribuída a integrantes da organização considerada indesejável ao interesse público, tivessem acontecido em qualquer outro país diferente do Brasil, ante a prevalência nele dos princípios da moralidade, do decoro, da probidade, da honorabilidade, da legalidade, enfim, do primordial sentimento da dignidade que precisa imperar no seio da administração pública, como forma da centralidade retilínea da correção e exatidão das atividades políticas e administrativas, não se permitindo qualquer desvio da retidão e da nobreza quando aos gastos públicos, à luz dos princípios republicano e democrático. Acorda, Brasil!
Brasília, em 15 de outubro de 2018

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