Com a eleição vitoriosa do capitão reformado, a democracia
brasileira recebeu importante e benfazejo sopro de vitalidade no caminho da sua
consolidação, depois da superação de muitos e terríveis obstáculos na campanha
eleitoral, inclusive sob risco de vida, com a brutal e desumana apunhalada a um
dos presidenciáveis.
Importante capítulo se opôs ao processo político
normal com a tentativa de político preso tentar, a todo custo, ser partícipe da
corrida presidencial, mesmo sendo inelegível, por força da Lei da Ficha Limpa,
exigindo que o Poder Judiciário colocasse freios aos arroubos a essa tentativa
absurda, em se tratando que ele foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em contraposição aos requisitos
de idoneidade e conduta ilibada exigidos para o exercício do relevante cargo,
por estar em jogo o principal cargo da República, que jamais poderia ser
exercido de dentro da prisão, fato que contrariava os princípios da moralidade
e da dignidade.
Como
não poderia ser diferente, a Justiça Eleitoral manteve a validade das normas
pertinentes ao sistema político-eleitoral e o afastou, em definitivo, a
candidatura do petista-mor, mostrando que é imperioso o respeito às normas
jurídicas do país, que respaldam a estruturação do regime democrático, dos direitos
humanos e das liberdades individuais.
O Poder Judiciário brasileiro foi obrigado a
agilizar seus trabalhos, com a devida competência institucional, para driblar
as pressões políticas, as influência do poder, as chicanas advocatícias, os lobbies,
inclusive as tentativas de manobras exercidas pelo Comitê dos Direitos Humanos
da Organização das Nações Unidas, mas, ao final, prevaleceram as respeitáveis
decisões independentes e autônomas do Poder Judiciário brasileiro, na forma
prevista na Lei Maior do país.
O resultado das urnas mostra para o mundo que o
Brasil decidiu guinar para o polo da direita, em sentido bastante contrário dos
últimos tempos, em que a esquerda, obviamente socialista, dava a direção da sua
nave, ficando claro que os brasileiros vão passar a experimentar novo ciclo da
democracia, sob a orientação da ideologia definida de direita, onde se espera
que os temores sobre a venezuelização do país fiquem totalmente descartados com
o governo de ideologia diametralmente oposta ao perverso e maléfico regime
bolivariano.
A pauta do Palácio do Planalto passa a ser ditada
pelo conservadorismo de direita, que foi escolhido e consagrado pela maioria
dos eleitores brasileiros, com a maior ênfase possível, ante a expressiva maioria
daqueles que se dignaram a comparecer às urnas.
Sabe-se que a tendência do novo presidente é colocar
militares experientes em setores estratégicos da administração, a começar pela
linha sucessória, na pessoa de um general de Exército, e de outros generais da
confiança dele, para que o governo possa imprimir gestão inquestionável, em
termos de fisiologismo partidário, em contraposição aos últimos governos, que
esculhambaram a eficiência e os princípios republicanos com o inchaço da
Esplanada dos Ministérios com gestores meia-tigela, para a chefia de cargos da
máxima importância, estritamente em nome do vergonhoso “toma lá, dá cá”, visivelmente
em prejuízo dos interesses nacionais.
Não há dúvida de que o novo presidente terá de
repetir, em reiteração da repetição, em verdadeiro gesto próprio da diplomacia
necessária pós-eleitoral, o relevante compromisso do novo estadista, em busca da
conciliação com os eleitores da oposição, ante aos gestos e atos mútuos de intolerância
e à agressividade que contaminaram todo processo da campanha eleitoral, fatos
que são absolutamente naturais, no calor da disputa por voto, evidentemente que
eles ocorreram em ambos os lados.
Agora, convém ser ressaltado que o clímax da
agressão foi atingido pela via de fato, com o brutal atentado sofrido pelo candidato
vitorioso, ocorrido na cidade de Juiz de Fora (MG), que possivelmente tenha
contribuído para selar, em definitivo, os rumos triunfantes do vencedor do
pleito presidencial, ante a comoção social que o ato vil e covarde causou à população,
que se posicionou ao lado da vítima e entendeu que o seu martírio se deu em
defesa da pátria livre das ameaças da terrível e agressiva socialização.
Não se pode negar que a radicalização vinha em
francas ebulição e fermentação de ambas as partes das campanhas presidenciais,
em que nenhum dos dois candidatos tiveram a iniciativa de pôr panos quentes na
fervura das massas e isso contribuiu ainda mais, de forma decisiva, para que se
chegasse ao ponto extremo da intolerância, com o esfaqueamento do candidato
vitorioso, que passou a ser mártir da violência política, que poderia ter sido
evitada se os principais atores tivessem tido a humildade de defender a pacificação
dos ânimos e das massas sempre agitadas e ávidas por vingança.
À
toda evidência, é muito importante que a pacificação seja fator essencial à integridade
nacional, diante da gravidade das crises e dos problemas social, político, econômico,
moral, administrativo, entre outros, que exigem urgentes equacionamento e solução,
em benefício da sociedade, os quais dificilmente serão resolvidos sem as devidas
boa vontade e participação da sociedade e das instituições, em especial do
Legislativo, quando se sabe que este terá a obrigação de aprovar leis e emendas
constitucionais em harmonia com o ajustamento dos interesses da administração
pública.
A
verdade é que os dois candidatos à Presidência da República carregaram sobre
seus ombros o peso da enorme taxa de rejeição, pelos motivos decorrentes de
suas evidentes ideologias, associadas aos seus históricos pessoais ou
partidários, no que resultou na condenável, porém inevitável polarização, que contribuiu
para o acirramento de ambos os lado, na tentativa da imposição da derrota
consagradora para um deles e o inevitável destino do perdedor foi ditado, nas urnas,
ao candidato da esquerda, possivelmente em razão do temível legado impregnado,
em especial, pelos horrorosos escândalos do mensalão e do pretrolão, que denegriram
a honra dos brasileiros que imploram por moralização, já.
Ademais,
o pleito encerrado com a disputa mais intensa do Brasil, que teve a ajuda, em
grau elevadíssimo, das redes sociais, demonstrou verdadeiro e até compreensível
mau humor dos brasileiros com a política e seus protagonistas, em especial com o
resultado das urnas, que mostrou visível divisão na sociedade.
Os
gigantescos desafios colocados à frente do novo presidente precisam de muitíssima
competência por parte dele e de outro tanto de compreensão por parte dos
brasileiros, incluídos nesse contexto a sociedade organizada, as instituições
públicas, os partidos políticos etc., de modo que os obstáculos sejam os
menores possíveis, sob pena do agravamento da situação, que já se encontra no
caos, em razão da herança maldita dos últimos governos, que apesar dos pesares
ainda pretendiam voltar ao poder, com todo o histórico deletério ao patrimônio dos
brasileiros.
Em
pronunciamento feito à nação, logo em seguida à confirmação oficial da sua
vitória, o presidente da República eleito disse como pretende governar o
Brasil, destacando o estrito cumprimento da legislação e da Constituição
Federal, que deve ser o seu primeiro compromisso no ato especial de posse, em
afirmação da defesa dos direitos humanos e dos princípios democráticos, tendo
declarado anda o implacável combate à corrupção; a diminuição da máquina
pública; a ampliação do espaço para o crescimento do empreendedorismo; o aumento
e o aperfeiçoamento das ações das obras sociais, com a melhoria e priorização
das políticas relacionadas, em especial, com a educação, saúde, segurança
pública; o avanço nas reformas estruturais do Estado, de modo que os resultados
da sua gestão possam refletir na melhora substancial das condições de vida dos
brasileiros.
Espera-se
que o novo presidente cumpra fielmente as suas palavras de defender os ditames
constitucionais e legais, que ele estaria apenas sendo coerente com o seu dever
institucional de ser rigoroso na observância dos princípios estabelecidos na
Lei Suprema do país e, de resto, do ordenamento jurídico, tendo a competência
de realmente cumprir as suas promessas de campanha eleitoral e as que foram
ditas depois dela, de modo a formular e executar políticas públicas capazes de
solucionar as espinhosas e hercúleas questões que afligem intensamente os
interesses nacionais e a vida dos brasileiros, não podendo fraquejar em momento
algum na sua gestão, sob pena de naufragar em águas profundas, juntamente com a
defesa de suas maravilhosas promessas de passar o país a limpo e encontrar os
trilhos do progresso e do desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
Brasília,
em 30 de outubro de 2018
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