terça-feira, 30 de outubro de 2018

Enfim, o Brasil no rumo certo?


Com a eleição vitoriosa do capitão reformado, a democracia brasileira recebeu importante e benfazejo sopro de vitalidade no caminho da sua consolidação, depois da superação de muitos e terríveis obstáculos na campanha eleitoral, inclusive sob risco de vida, com a brutal e desumana apunhalada a um dos presidenciáveis.
Importante capítulo se opôs ao processo político normal com a tentativa de político preso tentar, a todo custo, ser partícipe da corrida presidencial, mesmo sendo inelegível, por força da Lei da Ficha Limpa, exigindo que o Poder Judiciário colocasse freios aos arroubos a essa tentativa absurda, em se tratando que ele foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em contraposição aos requisitos de idoneidade e conduta ilibada exigidos para o exercício do relevante cargo, por estar em jogo o principal cargo da República, que jamais poderia ser exercido de dentro da prisão, fato que contrariava os princípios da moralidade e da dignidade.
   Como não poderia ser diferente, a Justiça Eleitoral manteve a validade das normas pertinentes ao sistema político-eleitoral e o afastou, em definitivo, a candidatura do petista-mor, mostrando que é imperioso o respeito às normas jurídicas do país, que respaldam a estruturação do regime democrático, dos direitos humanos e das liberdades individuais.
O Poder Judiciário brasileiro foi obrigado a agilizar seus trabalhos, com a devida competência institucional, para driblar as pressões políticas, as influência do poder, as chicanas advocatícias, os lobbies, inclusive as tentativas de manobras exercidas pelo Comitê dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, mas, ao final, prevaleceram as respeitáveis decisões independentes e autônomas do Poder Judiciário brasileiro, na forma prevista na Lei Maior do país.
O resultado das urnas mostra para o mundo que o Brasil decidiu guinar para o polo da direita, em sentido bastante contrário dos últimos tempos, em que a esquerda, obviamente socialista, dava a direção da sua nave, ficando claro que os brasileiros vão passar a experimentar novo ciclo da democracia, sob a orientação da ideologia definida de direita, onde se espera que os temores sobre a venezuelização do país fiquem totalmente descartados com o governo de ideologia diametralmente oposta ao perverso e maléfico regime bolivariano.
A pauta do Palácio do Planalto passa a ser ditada pelo conservadorismo de direita, que foi escolhido e consagrado pela maioria dos eleitores brasileiros, com a maior ênfase possível, ante a expressiva maioria daqueles que se dignaram a comparecer às urnas.
Sabe-se que a tendência do novo presidente é colocar militares experientes em setores estratégicos da administração, a começar pela linha sucessória, na pessoa de um general de Exército, e de outros generais da confiança dele, para que o governo possa imprimir gestão inquestionável, em termos de fisiologismo partidário, em contraposição aos últimos governos, que esculhambaram a eficiência e os princípios republicanos com o inchaço da Esplanada dos Ministérios com gestores meia-tigela, para a chefia de cargos da máxima importância, estritamente em nome do vergonhoso “toma lá, dá cá”, visivelmente em prejuízo dos interesses nacionais.
Não há dúvida de que o novo presidente terá de repetir, em reiteração da repetição, em verdadeiro gesto próprio da diplomacia necessária pós-eleitoral, o relevante compromisso do novo estadista, em busca da conciliação com os eleitores da oposição, ante aos gestos e atos mútuos de intolerância e à agressividade que contaminaram todo processo da campanha eleitoral, fatos que são absolutamente naturais, no calor da disputa por voto, evidentemente que eles ocorreram em ambos os lados.
Agora, convém ser ressaltado que o clímax da agressão foi atingido pela via de fato, com o brutal atentado sofrido pelo candidato vitorioso, ocorrido na cidade de Juiz de Fora (MG), que possivelmente tenha contribuído para selar, em definitivo, os rumos triunfantes do vencedor do pleito presidencial, ante a comoção social que o ato vil e covarde causou à população, que se posicionou ao lado da vítima e entendeu que o seu martírio se deu em defesa da pátria livre das ameaças da terrível e agressiva socialização.
Não se pode negar que a radicalização vinha em francas ebulição e fermentação de ambas as partes das campanhas presidenciais, em que nenhum dos dois candidatos tiveram a iniciativa de pôr panos quentes na fervura das massas e isso contribuiu ainda mais, de forma decisiva, para que se chegasse ao ponto extremo da intolerância, com o esfaqueamento do candidato vitorioso, que passou a ser mártir da violência política, que poderia ter sido evitada se os principais atores tivessem tido a humildade de defender a pacificação dos ânimos e das massas sempre agitadas e ávidas por vingança.
          À toda evidência, é muito importante que a pacificação seja fator essencial à integridade nacional, diante da gravidade das crises e dos problemas social, político, econômico, moral, administrativo, entre outros, que exigem urgentes equacionamento e solução, em benefício da sociedade, os quais dificilmente serão resolvidos sem as devidas boa vontade e participação da sociedade e das instituições, em especial do Legislativo, quando se sabe que este terá a obrigação de aprovar leis e emendas constitucionais em harmonia com o ajustamento dos interesses da administração pública.
A verdade é que os dois candidatos à Presidência da República carregaram sobre seus ombros o peso da enorme taxa de rejeição, pelos motivos decorrentes de suas evidentes ideologias, associadas aos seus históricos pessoais ou partidários, no que resultou na condenável, porém inevitável polarização, que contribuiu para o acirramento de ambos os lado, na tentativa da imposição da derrota consagradora para um deles e o inevitável destino do perdedor foi ditado, nas urnas, ao candidato da esquerda, possivelmente em razão do temível legado impregnado, em especial, pelos horrorosos escândalos do mensalão e do pretrolão, que denegriram a honra dos brasileiros que imploram por moralização, já.
Ademais, o pleito encerrado com a disputa mais intensa do Brasil, que teve a ajuda, em grau elevadíssimo, das redes sociais, demonstrou verdadeiro e até compreensível mau humor dos brasileiros com a política e seus protagonistas, em especial com o resultado das urnas, que mostrou visível divisão na sociedade.
Os gigantescos desafios colocados à frente do novo presidente precisam de muitíssima competência por parte dele e de outro tanto de compreensão por parte dos brasileiros, incluídos nesse contexto a sociedade organizada, as instituições públicas, os partidos políticos etc., de modo que os obstáculos sejam os menores possíveis, sob pena do agravamento da situação, que já se encontra no caos, em razão da herança maldita dos últimos governos, que apesar dos pesares ainda pretendiam voltar ao poder, com todo o histórico deletério ao patrimônio dos brasileiros.
Em pronunciamento feito à nação, logo em seguida à confirmação oficial da sua vitória, o presidente da República eleito disse como pretende governar o Brasil, destacando o estrito cumprimento da legislação e da Constituição Federal, que deve ser o seu primeiro compromisso no ato especial de posse, em afirmação da defesa dos direitos humanos e dos princípios democráticos, tendo declarado anda o implacável combate à corrupção; a diminuição da máquina pública; a ampliação do espaço para o crescimento do empreendedorismo; o aumento e o aperfeiçoamento das ações das obras sociais, com a melhoria e priorização das políticas relacionadas, em especial, com a educação, saúde, segurança pública; o avanço nas reformas estruturais do Estado, de modo que os resultados da sua gestão possam refletir na melhora substancial das condições de vida dos brasileiros.
Espera-se que o novo presidente cumpra fielmente as suas palavras de defender os ditames constitucionais e legais, que ele estaria apenas sendo coerente com o seu dever institucional de ser rigoroso na observância dos princípios estabelecidos na Lei Suprema do país e, de resto, do ordenamento jurídico, tendo a competência de realmente cumprir as suas promessas de campanha eleitoral e as que foram ditas depois dela, de modo a formular e executar políticas públicas capazes de solucionar as espinhosas e hercúleas questões que afligem intensamente os interesses nacionais e a vida dos brasileiros, não podendo fraquejar em momento algum na sua gestão, sob pena de naufragar em águas profundas, juntamente com a defesa de suas maravilhosas promessas de passar o país a limpo e encontrar os trilhos do progresso e do desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
Brasília, em 30 de outubro de 2018

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