sábado, 6 de outubro de 2018

Verdadeiro desvio de conduta


Simpatizantes da esquerda divulgaram mensagem nas redes sociais, com teor emblemático, que parece mais algo com o misto de questionamentos, afirmações equivocadas e outras colocações completamente destoantes da seriedade, dando clara e segura impressão de mero desdém sobre a realidade de fatos que jamais deveria ter existido, diante do eles representam de indignidade para os brasileiros.
O referido texto tem a seguinte composição, in verbis:Se a corrupção começou com o PT: Por que o Brasil antes do PT sempre foi do terceiro mundo? Por que a maioria os meus pais e irmãos mais velhos nunca tiveram acesso ao ensino superior? Por que esse mar de favelas Brasil afora? Por que deixaram o Nordeste sem água e morrer de fome tantas pessoas e animais? Se a direita que é ‘Tão Honesta” manda no Brasil há mais de 500 anos, nunca roubou nada, por que nos privou de tantas coisas boas? Se não havia corrupção, então o que fizeram com o dinheiro ‘Que não foi roubado’?”.
Pelo que se percebe, as mazelas brasileiras, não importando quando nem onde elas aconteceram, teriam o condão de justificar os desacertos protagonizados por quem tinha o dever moral e legal para evita-los, como dá a entender a mensagem acima, muito bem defendida por distintas pessoas que merecem respeito, evidentemente que não seja por isso.
Porém, é muito triste que ainda haja pessoas que se conformam com a infeliz mentalidade de que erros praticados por outrem possam perfeitamente servir de justificativas para brutais deslizes de quem teria sido bem visto por parte dos brasileiros, dando a péssima impressão de que rouba, faz alguma coisa em beneficio social.
Felizmente que esse deplorável sentimento de banalização da corrupção com recursos públicos faz parte da índole de apenas parcela de brasileiros, que têm tido enorme dificuldade para compreender o real significado do que seja a decadência dos princípios de moralidade e dignidade na gestão pública e isso é tão verdadeiro que jamais eles teriam a indecência de ficar desdenhando do emprenho da outra parte dos brasileiros que clamam por moralidade na administração pública e punição exemplar aos aproveitadores dos recursos públicos. 
Espera-se que os brasileiros tenham dignidade e vergonha na cara para repudiar as mazelas, as precariedades e os desacertos cometidos por todos os políticos, independentemente de suas ideologias, sejam de direita, esquerda, cento ou qualquer posição filosófica, porque ninguém tem direito de praticar irregularidades contra a administração pública e simplesmente pensar que pode contar com o apoio do povo, somente porque imagina que teria feito algo em benefício dele.
A verdade é que, enquanto houver um brasileiro com essa mentalidade de querer justificar erros graves, apontando outras falhas ainda piores como abonadoras de lastimáveis exemplos, os desgraçados dos políticos aproveitadores se acham no direito de se beneficiar impunemente das coisas do povo.
Os brasileiros, que pagam extorsivos tributos, ficam bastante decepcionados quando vêm que, por mero sentimento ideológico, em detrimento do interesse do Brasil, ainda tem gente que prefere banalizar e até minimizar situações da maior gravidade como essa famigerada e estrondosa corrupção que devastou o patrimônio da Petrobras.
À toda evidência, trata-se de fatos palpáveis, verdadeiros, porque, do contrário, o famoso ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil dos governos petistas não teria aceitado devolver àquela empresa, conforme a sua delação premiada agora divulgada, mais de 37 milhões de reais, equivalentes ao recebimento por ele de propina, ou seja, são atos lesivos aos cofres de empresa estatal que só merecem, como alternativa, veementes repúdio e protesto por parte dos brasileiros.
Tudo isso, de tão degradante na administração pública e na civilização moderna, deve ser condenado, censurado e recriminado, como forma de servir de exemplo para que fatos tristes e maléficos semelhantes a eles possam ser evitados, em benefício do interesse público e também para que outras pessoas insensíveis não tenham ideias tão decepcionantes a ponto de mostrar prazer e ser louvadas por tentativa de justificar desgraça contra os princípios da dignidade, da honradez, da moralidade etc., muito bem representados pela famigerada corrupção dos mensalão e petrolão, que causou tantos infortúnios aos brasileiros.
É notório que ninguém é dono da razão, da verdade nem da moralidade, mas nas nações sérias e civilizadas, os cidadãos têm a exata consciência de que atos irregulares, como os de corrupção, contra a administração pública jamais merecem condescendência como vem acontecendo normalmente no Brasil, por parte de algumas pessoas absolutamente despudorada, onde elas demonstram enorme insensibilidade diante dos princípios éticos e morais.
Para tanto, elas são capazes de inventar ridículas desculpas, como essas apresentadas no texto acima, em clara demonstração de proteção aos seus protagonistas, como se eles fossem vítimas e dignos de respeito e endeusamento próprios de verdadeiros heróis e não de autênticos criminosos, em evidência de cristalina inversão de valores ínsitos do ser humano, que precisa se conscientizar de que um país somente tem condições de crescer e se desenvolver quando os cidadãos tiverem a formação cívica e patriótica de intransigente condenação aos atos contrários aos salutares princípios republicano e democrático.
É preciso que haja o devido reconhecimento de que não é vergonha alguma que as pessoas se dignem a defender seus sentimentos ideológicos, porque isso é requisito essencial ao fortalecimento dos princípios democráticos, mas também não se pode olvidar que tal vocação não tem nada a ver com a defesa de atos e procedimentos irregulares praticados na vida pública, que foram ou são devidamente investigados e confirmados por quem de direito, uma vez que eles representam desvio de conduta no exercício de atividades públicas, passíveis de responsabilização e condenação aos envolvidos, não importando a relevância de suas autoridades políticas e muito menos possíveis atos de benemerência em benefício social, porque, nesses casos, é preciso ser levada em conta, em especial e sempre, a finalidade e o interesse públicos, em detrimento das causas políticas, de natureza pessoal ou partidária. Acorda, Brasil!
Brasília, em 6 de outubro de 2018

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