sábado, 13 de outubro de 2018

À busca do respeito aos princípios


Conforme crônica da minha lavra, abordando a necessidade da seriedade que precisa prevalecer nas práticas políticas, foi dito que o presidenciável petista se comportava em completo alheamento à responsabilidade de quem é candidato ao principal cargo da República, por concordar em se submeter às orientações e instruções emanadas de presidiário, condenado à prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, condição absolutamente incompatível com o relevante exercício do aludido cargo, que exige o máximo respeito aos princípios republicanos da moralidade e da dignidade.
É mais do que patente a inaceitabilidade, nos países com mínimo de seriedade e civilidade, dessa esdrúxula maneira de se fazer política, em que o candidato ao cargo presidencial demonstre não ter personalidade própria para comandar a própria campanha eleitoral, precisando do socorro político de pessoa fora da lei e ainda impedido de exercer qualquer atividade política, fato que contribui ainda mais a maximização da precariedade e da incompetência ínsita dos homens públicos, que precisam se conscientizar sobre a imperiosidade da dignificação das atividades políticas.
À toda evidência, por se encontrar preso precisamente por ter se comportado ao arreio do regramento jurídico do país, fica muito claro que se trata de aconselhamento em absoluta dissonância com relação às finalidades perseguidas pelo presidenciável, conquanto ele pretende comandar o Brasil, só que se utilizando das instruções e orientações buscadas no presídio, em fonte da pior qualidade, considerando que seu guru não tem moral para tanto, exatamente porque foi condenado pelas práticas dos aludidos crimes, segundo o entendimento da Justiça, que são antagônicos aos princípios da idoneidade e da conduta ilibada, indispensáveis ao exercício ao cargo presidencial.
Acontece que, nessa forma de crônica, é inevitável que deixar de haver expressões do mais puro sentimento da verdade sobre os fatos políticos abordados, cuja linha literária parece contrariar a ideologia de muitas pessoas inebriadas com o arraigado sentimento petista, que possivelmente devem ter dificuldades para discernir o que sejam política saudável e politicagem, em que, neste último caso, é normal que sempre prevaleçam sentimentos indissociáveis do interesse público, o que é absolutamente condenável, sob a acepção político-democrática decente.
Em razão disso, um cidadão se manifestou afirmando que eu só falava sobre o partido da sua devoção, dando a entender, de maneira implícita, que eu fizesse isso de propósito, talvez para prejudicar a agremiação.     
Nessa ocasião, preferi dizer que ele estava agindo de forma injusta, porque eu falo e escrevo sobre tudo, mostrando os fatos da vida, com análise pessoal sobre eles, independentemente de qual parte do planeta tenha sido a sua origem.
Agora é normal e aceitável que ele não goste da forma como escrevo, mas é preciso compreender que aproveito a liberdade constitucional de expressão para escrever minhas crônicas fazendo abordagem sobre todos os fatos do cotidiano, mesmo que essa análise possa não satisfazer o interesse de todos, o que é compreensível, diante da diversificação de pensamento e ideologia, em que cada qual tem direito de defender seus pontos de vista, evidentemente sem prejudicar o pensamento de ninguém e muito menos interferir nele, o que vale dizer que ele pode continuar fazendo suas postagens em defesa do seu pensamento ideológico, de modo a satisfazê-lo e o máximo que eu possa interferir é apenas me manifestar sobre o fato em si, mas jamais quanto à liberdade que ele tem de defender, certo ou não, o seu pensamento, em harmonia com a sua concepção político-partidária, que ele acha que é correta.
Não há a menor dúvida de que o meu pensamento ideológico, felizmente, é pela moralização dos atos públicos, o que me obriga a escrever estritamente sob o viés da inafastável legitimidade da gestão pública, dando a entender que sou diametralmente contrário ao sentimento de muitas pessoas, que costumam fechar os olhos para fatos deletérios, em razão de pseudo bondade praticada por quem apenas cumpriu seu dever como representante do povo e até pode, em razão disso, ter se beneficiado politicamente disso, como é o caso do político preso que é obrigado a cumprir pena de prisão e pagar pesada multa de mais de trinta milhões de reais, conquanto tais fatos são absolutamente ignorados pela cegueira da fanatização, que prefere somente enxergar possível ato considerado de benemerência social, dando a entender que os atos de corrupção são compensados ou ignorados tão somente em face das eventuais bondades para com os pobres, quando é induvidoso que os casos são independentes e precisam ser avaliados de per si, dando-se a devida valorização separadamente, de modo que eles possam ser julgados de per si, porque é exatamente assim que funciona nas civilizações modernas.
Há que se ver que o cidadão precisa se conscientizar sobre a necessidade de ser justo na avaliação dos fatos, de modo que o juízo de valor, se cabível, jamais possa ser precipitado e injusto.
Refiro-me ao resultado da última eleição presidencial, em que a extraordinária maioria dos eleitores disse, em alto e bom som, nas urnas eletrônicas, que não quer a volta ao poder de partido que até pode ter sido bom no aspecto social, mas não há dúvida de que ele foi desastroso e maléfico no restante da administração do país, e é somente no particular do acerto com o social que muitos ingênuos e desinformados brasileiros enxergam e acham no dever da gratidão, quando deveriam ter a sensibilidade cívica para também ver os demais aspectos quanto à gestão dos recursos públicos, por parte dos governos petistas, principalmente no que diz respeito à administração da ex-presidente da República petista.
Como é sabido, ela foi afastada do poder justamente por ter deixado de observar as normas essenciais de administração orçamentária e financeira, consistente nos fatos que foram classicamente denominados de "pedaladas fiscais", caracterizadas, com base na Lei Suprema do país, como crime de responsabilidade fiscal, devidamente atestado pelo Tribunal de Contas da União, que recomendou ao Congresso Nacional a desaprovação das contas do governo dela,  referentes aos períodos em que essas irregularidades ocorreram.
Nesse episódio, há que se ressaltar também o beneplácito do Supremo Tribunal Federal, que negou todos os recursos questionando o processo de impeachment, por não ter enxergado qualquer inconstitucionalidade nele.
Ou seja, em razão da distribuição de renda aos pobres, muitos fanatizados somente se apegam a esse fato para imunizar o PT das horríveis falcatruas, quando o benefício do Bolsa Família não passa de normal obrigação constitucional do Estado de promover assistência financeira às famílias carentes, que qualquer governo mediano tem o dever de atender, a exemplo do impopular atual governo, que, apesar dos pesares, continua com o pagamento do benefício, tal e qual como era nos governos anteriores, o qual foi turbinado estrategicamente pelo primeiro governo petista justamente para a formação do curral eleitoral, que não é, em absoluto, culpa das pessoas beneficiadas, mas sim dos maus políticos que têm interesse que essa forma política populista sirva de modelo de governança que tem como propósito a absoluta dominação das classes política e social, de acordo com a confirmação do resultado das urnas do último pleito eleitoral, em que o candidato do PT foi vencedor em todos os estados do Nordeste, com exceção do Ceará, por razões circunstanciais.
Além de tudo isso, os animados defensores do sistema populista/socialista se empolgam com algo nada excepcional e ignoram completamente os demais aspectos da gestão desses governos, que foram absolutamente negligentes com as eficiência da administração pública, em especial quanto às suas modernização e moralização, à vista dos escândalos do mensalão e do petrolão, que ninguém assumiu a culpa nem a responsabilidade pelos desastrosos prejuízos causados, neste último caso, à Petrobras, quando recursos seus foram comprovadamente desviados, em termos percentuais de contratos, para os cofres dos partidos PP, PT e então PMDB, justamente para o financiamento de campanhas eleitorais milionárias, em flagrante afronta à legislação eleitoral, por haver aí beneficiamento dos partidos colecionadores de dinheiro sujo, enquanto os outros partidos ficaram alijados desses recursos e não puderam fazer campanha à altura, justamente por falta de recursos.
Outra falha gravíssima dos últimos governos foi a sua omissão quanto à iniciativa sobre as necessárias e urgentes reformas das estruturas do Estado, que funcionou nos referidos governos, entre muitas precariedades, sob o império do vergonhoso fisiologismo do “toma lá, dá cá”, em forma de indecente balcão de distribuição de ministérios e empresas públicas entre as alianças espúrias, destinadas ao apoio à provação de projetos de interesse do governo, muitos dos quais declarados irregulares, na voz autorizada do famoso ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil dos governos petistas, que assegurou que 900 Medidas Provisórias, de 1.000 expedidas, havia a facilitação e o envolvimento de propina para a sua aprovação.
Ou seja, realmente é espantoso ter alguém que somente consiga enxergar um aspecto de interesse seu e do governo, justamente na parte que tem por sua inteira  conveniência, a ignorar por completo as demais questões vitais e cruciais da gestão pública, relacionadas com os demais interesses nacionais, em especial, a gestão econômica, quando o último governo petista conseguiu conduzir o Brasil à quase ruína, com recessão continuada, inflação alta, taxas de juros a quase 15% a.a. (hoje está em 6.5% a.a.), dívidas públicas nas alturas, desindustrialização, desemprego de mais de 12 milhões de pessoas, queda da arrecadação, falta de dinheiro para investimentos públicos, rombo das contas públicas, péssima prestação dos serviços à população, com a precariedade na saúde, na educação, na segurança, no saneamento, na infraestrutura etc., entre tantas mazelas que muitas pessoas desinformadas, possivelmente por conveniência, procuram simplesmente ignorar e até mesmo criticar quem tem posição consentânea com os fatos reais e verdadeiros.
Não tem como se olvidarem os gravíssimos financiamentos, com recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, i.e., dinheiro dos brasileiros, para países presididos por ditadores, a exemplo de Cuba, Venezuela, nações africanas etc., para a construção de obras nesses países que deveriam ter sido executadas exclusivamente no Brasil, por se tratar de banco que foi instituído para cuidar precipuamente do desenvolvimento econômico e social do Brasil e não do exterior.
Ou seja, o governo dos trabalhadores teve a infeliz iniciativa de financiar não somente a criação de muitos empregos no exterior, mas também e, o pior, o conforto para a população dos países beneficiados, quando os benefícios resultantes desses empréstimos poderiam ter sido convertidos para os pobres brasileiros, que precisam tanto quanto ou ainda mais do que os povos estrangeiros beneficiados com as obras executadas com recursos dos brasileiros, inclusive dos idólatras aos governos que não tiveram o menor escrúpulo de cometer esse horrível crime de lesa-pátria.
Causa perplexidade que esses fatos são completamente ignorados, tanto é que os responsáveis (ou irresponsáveis) envolvidos com os empréstimos não sofreram qualquer punição quanto ao notório e indiscutível desvio de recursos de brasileiros para ditadores realizarem obras espetaculares em seus países, sendo que muitos deles não conseguem pagar a dívida pertinente, a exemplo da Venezuela, que deu calote ao Brasil e quem paga o valor em atraso é, pasmem, o Tesouro brasileiro.
Agora, o mais horripilante dessa história de financiamento irregular, estapafúrdio e indevido é que, pasmem, inventaram, no bojo dos empréstimos, questionadíssimas palestras, com o propósito de justificar o pagamento milionário ao palestrante, cujo montante superou os trinta milhões de reais, ou seja, além da concessão de empréstimos superindecorosos e espúrios, o dinheiro dos brasileiros se prestou ao ridículo e criminoso desvio para o pagamento de palestras absolutamente dispensáveis, em total afronta aos princípios da moralidade e da dignidade, em termos da aplicação de recursos públicos, que somente devem ser destinados à satisfação do interesse público, o que não ocorreu com relação aos casos supracitados.
Causa espécie que esses fatos absurdos e estrambóticos são jogados para debaixo do tapete, embora isso, não somente em termos ético e moral, mas também de desperdício com o desvio de recursos públicos envolvendo justamente a cúpola do partido, são da maior relevância política e administrativa que precisam ser sopesados justamente no momento da renovação dos representantes do povo, principalmente porque o principal fator de avaliação diz respeito exatamente ao critério da boa e regular aplicação dos recursos públicos e, à toda evidência, muitos fatos referidos acima mostram que o principal partido da esquerda brasileira não consegue justificar faraônicos desvios de recursos públicos, muitos dos quais para o financiamento de suas campanhas eleitorais milionárias, como para os bolsos de muitos líderes que foram condenados à prisão ou estão sendo investigados, em razão da malversação de dinheiro dos brasileiros, que deveriam ter sido aplicados exclusivamente em programas de interesse público, ou seja, na satisfação do bem comum.  
Os fatos da gestão petista são visíveis e imutáveis, por terem realmente acontecidos, quer queiram ou não, e os últimos resultados das urnas refletem o ardente desejo dos honrados e cívicos brasileiros, com a força inquebrantável da sensibilidade suficiente para o reconhecimento de que as práticas de "benemerência" feitas com dinheiro dos contribuintes não são capazes de justificar as gritantes deficientes e mazelas que levaram às enormes crises social, política, moral, econômica, administrativa, entre outras que contribuíram para conduzir o Brasil ao descarrilamento dos trilhos do desenvolvimento socioeconômico.
É preciso que as pessoas se conscientizem de que os governos petistas não foram as maravilhas defendidas intransigentemente por elas, diante da necessidade da avaliação também sobre os seus desacertos, que certamente foram muitos e eles precisam também ser sopesados, em termos de justiça social, moral e administrativa, sabendo-se que realmente o outro candidato na disputa presidencial não tem nada de suprassumo, diante do notório fato de que ele somente chegou nessa situação preferencial dos eleitores graças exclusivamente à abominação e à ferrenha antipatia que muitos eleitores têm ao inesquecível e terrível legado deixado pelos governos petistas.
O resumo do contexto histórico não constitui nenhuma novidade, porque os fatos mostram sobejamente que o questionado partido é extremamente indesejável e repugnante aos interesses da maioria dos brasileiros, que preferem correr o risco de governo extremista de direita, com as dúvidas soltas no ar, do que aceitar o retorno de partido que já mostrou as suas inaceitáveis limitações e os seus exageros populistas de ser, que certamente são incompatíveis com o desejo da maioria dos brasileiros, que anseiam por urgentes mudanças e principalmente pela moralização do Brasil, mesmo que isso tenha seu preço, que não seja nada comparável ao já pago ao partido que deixou de ser vermelho, evidentemente por conveniência momentânea e meramente eleitoral. Acorda, Brasil!
Brasília, em 13 de outubro de 2018

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