quinta-feira, 11 de outubro de 2018

A purificação política


De acordo com o resultado das urnas, há notícia de que, pelo menos, 13 deputados federais e 10 senadores que estão envolvidos em casos de investigações da Operação Lava-Jato não lograram êxito em  novo mandato político nas eleições 2018 e perderão, automaticamente, a partir da nova legislatura, o benefício judicial do foro privilegiado, que estabelece que eles são julgados pelo Supremo Tribunal Federal.
Diante desse fato, os respectivos processos deverão ser enviados pelo Supremo para a primeira instância, onde certamente correm o enorme risco de ser julgados com a presteza que deveria ocorrer em todas as instâncias, visto que é notório que o Supremo não tem condições sequer de julgar a pletora dos processos pertinentes às questões sobre a constitucionalidade de outros assuntos, conquanto os parlamentares, enquanto estiverem no exercício do cargo, são julgados exclusivamente por essa Corte.
Com a perda do foro, o destino de cada processo é definido de acordo com o tipo de delito e a origem do inquérito, como no caso da roubalheira da Petrobras, cujos processos comuns são examinados pelo juiz da Operação Lava-Jato, em Curitiba, que certamente será o destino daqueles parlamentares, quando deixarem os cargo, em 1º de fevereiro de 2019.
Trata-se de evolução da mentalidade de alguns eleitores, por compreenderem o verdadeiro sentido sobre a necessidade da moralização da administração do país, em que os políticos desavergonhados devem ser eliminados da vida pública.
Em que pese a existência de alguns maus homens públicos, que foram penalizados pelo povo, por meio do voto, percebe-se que o Brasil precisa ainda evoluir de forma extraordinária para se alcançar o patamar dos países sérios e civilizados, em termos políticos e democráticos, nos quais as questões ética e moral são ponto de honra dos eleitores, que não permitem, em hipótese alguma que homem público, mesmo sendo suspeito de prática de atos irregulares possam participar de processo eleitoral, para o exercício de cargos públicos eletivos, ante a responsabilidade que se impõe quanto à preservação dos princípios republicano e democrático, que são seguidos à risca, como forma de moralização das instituições democráticas, que estão absolutamente acima de quaisquer outros interesses.  
Convém que esse sentimento de moralização e de purificação dos princípios democráticos seja rapidamente evoluído, para que os nomes dos corruptos sequer se aproximem das urnas eletrônicas, porque o sacrossanto depósito da democracia universal precisa ser objeto usado tão somente por políticos honrados e dignos, em contemplação aos ideais do princípio da "ficha-limpa", em todos os sentidos políticos, evidentemente em harmonia com a real finalidade de escolha dos representantes do povo, que não merece mais ser enganado por péssimos homens públicos, que se profissionalizam na carreira política exclusivamente para defender seus interesses e/ou de seus partidos, em detrimento das causas da população.
Em harmonia com os avanços da humanidade, é imperioso que os homens públicos tenham a dignidade de honrar os cargos públicos para os quais tenham sido eleitos e que os brasileiros se conscientizem sobre a necessidade de não votarem em quem não esteja devidamente purificado com a nobreza da imaculabilidade e identificado com o sinete da idoneidade e da conduta morais, de modo a se permitir a valorização das atividades político-partidárias. Acorda, Brasil!
Brasília, em 11 de outubro de 2018

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