segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Desmoralização de práticas políticas


Em primeiro ato de campanha para o segundo turno, o presidenciável do PT fez visita ao ex-presidente da República petista, na prisão, em Curitiba (PR), como forma de homenagem ao padrinho político, mas certamente essa visita de cortesia teve como principal objetivo colher orientação política para o começo da estratégia a ser esboçada para o restante da corrida eleitoral, que certamente há de pegar fogo nessa fase decisiva.
Na apuração das urnas, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o petista ficou em segundo lugar, com 29,3% dos votos apurados, contra os 46,1% do candidato ultradireitista, que já começa a segunda etapa presidencial com expressiva margem de vantagem sobre o petista.
De acordo com importante colunista política do jornal Folha de S. Paulo, também esteve no presídio, em visita ao petista-mor, o secretário de finanças do partido, que, em conjunto com a equipe de advogados do político preso, vão traçar os planos para a campanha petista do segundo turno.
Há setores do PT que defendem que o petista-mor delegue, de vez, a campanha ao presidenciável, para que ele busque os acordos necessários para o segundo turno e tenha autonomia para resolver as questões próprias da sua candidatura, ficando livre da orientação do político preso.
Um dos dirigentes do partido afirmou à coluna do jornal Folha de S. Paulo que a prioridade agora é criar uma “zona de conforto” para que pessoas que rejeitam o candidato de oposição, mas, ao mesmo tempo, são críticas ao PT, possam apoiar o candidato petista, num movimento suprapartidário e da sociedade civil “pela democracia”.
Na avaliação de caciques petistas, a vitória sobre o capitão reformado, nessa altura da campanha eleitoral, é considerada “muito difícil”, mas não chega a ser impossível.
Não há a menor dúvida de que já se tornou normal o candidato petista se dirigir ao presídio de Curitiba, toda segunda-feira, para reabastecer seu arsenal de argumentos para dá continuidade à sua campanha presidencial, como uma espécie de moleque de recados, em cristalina demonstração de que ele não tem condições de atuar de forma independente, precisando ser orientado pelo presidiário, que mantém sobre seu controle as atividades não somente partidárias, mas também tudo que envolve a candidatura de afilhado político.
Em tese, a campanha eleitora do PT é centralizada e comandada de dentro da cadeia e isso seria a maior sinalização de que, em caso de vitória do candidato petista, o Brasil também poderá ser governado de dentro do presídio, eis que ninguém ousa fazer absolutamente nada sem a ingerência do todo-poderoso, que, mesmo preso, dita as normas que devem ser seguidas no seio do partido.
Agora, em termos de práticas políticas, é completamente inadmissível que alguém de dentro da cadeia ainda se julgue com plenos poderes para ditar os destinos do partido, que não consegue ter autonomia para resolver seus problemas sem a orientação dele, como nesse caso, em que o candidato se submete ao ridículo de visitá-lo para pedir conselhos e pegar  orientação a um criminoso condenado pela Justiça, em visível situação de constrangimento moral, principalmente em se tratando de candidato ao principal carga da República, em que ele tem o dever de integridade moral para ser independente e autêntico homem público, para ser livre e com poderes autônomos quanto ao destino da sua campanha.
Tem sido normal, nos últimos tempos, os chefões da criminalidade darem orientações sobre as atividades das organizações criminosas, mas jamais essa forma de se comandar campanha eleitoral teria sido feita diretamente do presídio, o que demonstra forma explícita de desmoralização das práticas político-eleitorais, em que presidenciável não se envergonha de ser orientado por condenado, de dentro do presídio.
Não há a menor dúvida de que é por demais deprimente que o presidiário seja conselheiro de candidato à Presidência da República, em evidente inversão de valores e da ordem democrática, que jamais se poderia imaginar que as atividades políticas pudessem chegar a ponto tão deprimente e aviltante, evidentemente em situação inadmissível nem mesmo nas piores republiquetas, onde o primado democrático é questão de honra para seu povo.
Esse episódio tem o condão de evidenciar que o candidato petista não tem o mínimo de personalidade, por se permitir ser verdadeiro marionete, que se submete passivamente às ordens emanadas por presidiário, em situação absolutamente constrangedora quanto aos padrões de dignidade do ser humano, que precisa ser respeitado na sua honra como cidadão.
É preciso que os brasileiros honrados repudiem, com veemência, essa forma estapafúrdia e desmoralizante de prática política, em que candidato se digna a ser orientado por preso, no âmbito da cadeia, diante da sublime evidência de que ele padece das mínimas condições de dignidade e moralidade para representar o povo, à vista da sua submissão à orientação de condenado à prisão justamente pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em completa incompatibilidade com o exercício do cargo público para o qual o candidato pleiteia se eleger, dando a entender que ele simplesmente despreza a relevância da sua liturgia, considerando que o presidente da República precisa demonstrar altíssimos sentimentos de culto aos salutares princípios republicanos de moralidade e dignidade, que são inexistentes na pessoa de quem se encontra presa. Acorda, Brasil!
Brasília, em 15 de outubro de 2018

Um comentário:

  1. Infelizmente, o PT, além da roubalheira, não para de desmoralizar o Brasil é o povo brasileiro.

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