No contexto político nacional, o ex-presidente da
República tucano já declarou apoio ao presidenciável de seu partido, o PSDB, à
Presidência da República.
Não
obstante, as pesquisas de intenção de voto apontam que são remotíssimas as
chances de o tucano ir ao segundo turno.
Diante
desse fato, o presidenciável petista ensaia pedir o apoio do ex-presidente
tucano, no caso de eventual segundo turno com a presença do PT, obviamente sem a
participação do candidato tucano.
Segundo
importante colunista do jornal O Globo,
o presidenciável petista e o ex-presidente tucano são pessoas que mantêm
relações de amizade próximas, tendo citado que, no fim do ano passado, o
ex-prefeito de São Paulo teria jantado na companhia do ex-presidente tucano, a
sós, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e que, depois disso, o tucano-mor é só
elogios ao presidenciável petista.
Se
isso vier realmente a se concretizar, não será nenhuma novidade em se afirmar,
com absoluta certeza, que a política brasileira continuará não merecendo um
pingo de credibilidade, quando homem público da estirpe do ex-presidente da
República tucano se dignar a apoiar candidato de partido que ele vem, há anos
ou décadas, repudiando a sua maneira nada republicana de administração da coisa
pública.
O
pior de tudo isso seria exatamente um homem público que se mantém respeitado
justamente em razão da sua reputação de integridade moral, sendo ainda considerado
exemplo para alguns políticos, diante da sua postura crítica contra deslizes
morais atribuídos ao PT, de repente, deixar que tudo isso seja ignorado e jogado
para o espaço sideral, em forma de inexplicável recaída moral sem precedentes
na história política brasileira.
Não
há a menor dúvida de que todo brasileiro, no âmbito dos princípios
democráticos, tenha direito de apoiar quem bem entender e achar conveniente,
mas não deixa de ser estranho que o tucano-mor, pelo seu caráter de retidão e
credibilidade construído ao longo de sua carreira política respeitável, passe a
ser leviano traidor desse passado glorioso, que jamais será recuperado diante
da opinião pública.
Além
dos inconvenientes políticos que o apoio ao presidenciável petista poderá
resultar, essa história terá enorme abalo político, tendo em conta que o PT
sempre o considerou como sendo um dos principais políticos golpistas,
justamente porque foi o PSDB que primeiro empunhou a bandeira do impeachment da
presidente petista.
O
mais grave dessa história sem pé nem cabeça é que, de repente e sem nenhum um
fato novo que pudesse justificar tal reviravolta no mundo político, o tucanão
caísse nos braços dos petistas, como se nada de gravíssimo tivesse acontecido
entre eles, nos últimos tempos, senão em vergonhoso entendimento em nome de interesses
e conveniências pessoais, partidárias ou políticas, em evidente demonstração de
falta de personalidade e caráter de ambas as partes, que se unem em praça
pública, sem a menor cerimônia, em beijos e abraços para selar apoio
sabidamente de extrema imoralidade e pecaminosidade, evidentemente aos olhos da
incrédula e estarrecida opinião pública.
Os
homens honrados e de bem não suportam mais tanta canalhice e imundície por trás
da politicagem brasileira, em que ninguém se robustece mais com a
desmoralização dos princípios ético e moral, permitindo que se banalizem
práticas ofensivas aos conceitos de legalidade, moralização e dignidade, entre
outras indecências que depõem contra a seriedade das práticas da política brasileira,
quando todos os meios e fins espúrios são empregados para o atingimento de seus
objetivos políticos, em evidente detrimento das verdadeiras causas do país e do
interesse público. Acorda, Brasil!
Brasília,
em 5 de outubro de 2018
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