Em entrevista, o candidato à Presidência da
República pelo PT disse, sem o menor pudor, que iria propor ao seu adversário
no segundo turno, pasmem, a assinatura de "carta de compromisso", com o objetivo de estabelecer "protocolo ético" para a abordagem
das campanhas.
A
resposta do presidenciável pelo PSL foi rápida e enérgica, rebatendo o que ele
traduziu como sendo ideia despropositada, tendo afirmado, ipsis litteris, que "O
pau mandado de corrupto me propôs assinar 'carta de compromisso contra mentiras
na internet'. O mesmo que está inventando que vou aumentar imposto de renda
para pobre. É um canalha! Desde o início propomos isenção a quem ganha até R$
5.000. O PT quer roubar até essa proposta".
Na
verdade, a síntese da proposta do petista tinha como objetivo, segundo o
próprio mentor da carta nojenta, a tentativa de combater, nas palavras dele, "a calúnia e a difamação anônimas que
acontecem nas redes sociais, sobretudo no WhatsApp. Gostaria que temas de valor
fossem discutidos olho no olho".
O
tamanho da revolta do capitão reformado, diante dessa proposta indecente e
acintosa, foi contundente, a ponto de ele ter chegado a chamar o seu opositor de
canalha, dando a entender que o petista não tem credenciais morais para propor
a adoção de compromisso que funcionaria tão somente como salvo-conduto para
ele, em benefício pessoal, no sentido de se passar esponja nas imundície e
sujeira grossas que nodoam o histórico político do PT e de seus principais
líderes com dinheiro público, em que muitos dos quais se envolveram
profundamente na prática de atos de corrupção, sendo que alguns já foram
condenados à prisão e muitos outros estão respondendo a inquéritos ou estão sob
suspeita de participação em atos indecorosos.
O
caso mais emblemático diz respeito ao principal político do partido do autor da
aludida proposta indigna, que, ao contrário de ser a pessoa referencial da agremiação,
aquela com atributos com capacidade para servir de excelentes exemplos de
dignidade e honradez na vida pública, como fazem as notáveis autoridades
políticas dos países sérios, civilizados e evoluídos, em termos políticos e
democráticos, tem sido tão somente a imagem fiel e verdadeira, autenticamente
reveladora dos maus costumes e de desvio de conduta ética, de forma endêmica e
sistêmica, conforme foi devidamente atestada pelas investigações da Operação
Lava-Jato, que não tiveram a menor dúvida de classificá-lo como o comandante da
organização criminosa, além de se encontrar preso, o que demonstra a afirmação dessas
assertivas.
É
evidente que o autor intelectual dessa ideia estrambótica tenha sido exatamente
o todo-poderoso que se encontra preso, porque, dificilmente o candidato petista,
porque até antes de se encontrar com ele não tivera capacidade para arquitetar
proposta tão “inteligente” em seu benefício, que simplesmente teria por
finalidade imunizar o candidato petista de toda espécie de acusações sobre as maldades,
irregularidades, mentiras, com destaque para os contundentes episódios que
retratam uma série lamentável de desmoralização dos princípios republicanos e
democráticos, fazendo com que o PT tivesse perdido a áurea de credibilidade por
parcela significativa dos brasileiros.
Na
verdade, os brasileiros anseiam, de forma enlouquecida, pela moralização da
administração do país e certamente um dos alvos dessa purificação moral recai
sobre os ombros desse partido, que foi absolutamente incapaz de identificar e
controlar as práticas delituosas que têm sido simbolizadas pela estrela
vermelha, que, apesar de os seus caciques não terem assumido a culpa ou a
responsabilidade pelos desvios de conduta ética e principalmente de recursos
públicos, as roubalheiras têm peso gigantesco na péssima prestação de serviços
públicos à população, diante da consequente escassez de dinheiro para o
atendimento satisfatório das necessidades sociais.
A verdade é que as atividades políticas somente deveriam
ser desenvolvidas no campo da lisura, do decoro, da dignidade, da sinceridade e
principalmente da integridade moral, conquanto, ao contrário disso, o PT já
demonstrou, de forma sobeja, que esses princípios foram massacrados e
espezinhados com muita maldade nas gestões sob o seu comando, tendo por propósito,
em especial, o desvio de recursos públicos para o financiamento irregular de
campanhas eleitorais milionárias e ainda a absoluta dominação das classes
política e social.
Como partido que foi capaz de extrapolar todos os níveis de
mentiras na última eleição presidencial, em que a candidata vitoriosa à
reeleição teria dito que a economia brasileira estava forte e consistente, mas
logo no início do seu segundo mandato foi obrigada a promover urgentes ajustes
na economia e na previdência, evidenciando suas vergonhosas mentiras, que foram
reconhecidas pelas principais lideranças do partido.
A verdade é que os fatos históricos revelam que o PT,
embora sem ética e moralidade, conforme
mostram os fatos, foi pródigo na destruição de candidatos opositores que
lideravam a campanha presidencial, que perderam a disputa justamente para esse
partido graças às mentiras e à desfaçatez que fazem das agressividades
político-eleitorais seu trunfo político, fato que contraria essa ideia
“generosa” do candidato petista, que não tem moral algum para propor pacto de
não agressão, à vista da mediação às falcatruas vinculadas ao seu passado nada
glorioso, a exemplo do mensalão e do petrolão.
É importante que sejam explorados fatos do passado,
justamente para que fiquem ao alcance dos eleitores, que mais do ninguém
precisam conhecer as chagas, as qualidades e as deficiências dos candidatos e principalmente
de seus partidos, porque é exatamente com base nisso que eles precisam ser
estimulados a avaliar as qualidade e as condições dos candidatos, sabendo, de
antemão, que dificilmente o partido do candidato de esquerda seria capaz de
mudar sua ideologia estatutária do populismo antiético, em que suas políticas
são direcionadas exclusivamente para o social, em detrimento das ações de governo,
a exemplo das políticas econômicas, porquanto o seu principal objetivo e a
absoluta dominação das classes política e social, não importando os fins
empregados para a consecução de seus objetivos políticos da conquista do poder
e da perenidade nele.
É evidente que não é propositiva a disputa eleitoral que seja
marcada pelas agressões dos candidatos, em forma de destilaria grosseira de ódio
e do estímulo à violência nas posições políticas, mas o pleito em curso ficou
marcado e assim deve continuar pela forma agressiva aos candidatos,
evidentemente em cristalino detrimento dos planos de governo, dos objetivos que
cada candidato pode oferecer ao país, como forma de contribuir para o seu
desenvolvimento.
À toda evidência, o principal papel dos eleitores é
procurar analisar, avaliar esse identificar com os programas de governo dos
candidatos, para o fortalecimento de suas convicções sobre aquele que melhor
apresentam metas para a consecução do desenvolvimento socioeconômico, mas não
será desta vez que esse propósito possa ser mentalizado pelos brasileiros,
porque a polarização prevalece sobre o interesse público, em total inversão de
valores político-administrativos, em prejuízo da causa pública.
Não há a menor dúvida de que é realmente lamentável a falta
de espaço democrático para a discussão e o debate sobre as relevantes questões
de interesse público, onde seriam abordados os assuntos da maior importância
para os brasileiros, a exemplo de programas de governo referentes às áreas de educação,
saúde, segurança, emprego, previdência social, habitação, saneamento básico, infraestrutura
etc., como forma de contribuir para a consolidação dos princípios democráticos,
mas o contexto político é o que se apresenta absolutamente antagônico dos
sentimentos dos brasileiros, que foram obrigados a aceitar as regras do jogo
democrático, de decidir sobre a polarização imposta pela exposição de
candidatos de direita e de esquerda, em situação inédita, mas absolutamente inevitável.
Assim, resta aos candidatos se expressarem, de forma
civilizada, mostrando o legado de cada um deles e principalmente de seus
partidos, para que os brasileiros possam finalmente decidir se querem trazer de
volta ao poder a banda mais podre que agremiação política poderia já ter apresentado
para a destruição não somente da gestão pública, em termos de precariedade na
aplicação dos recursos públicos, mas especialmente no que tange aos princípios
republicanos da moralidade, da dignidade, da honorabilidade, do decoro, da legalidade,
que foram desprezados pelo partido do candidato que não teve o menor escrúpulo em
propor armistício para seu benefício político, absolutamente de forma injusta,
porque a verdade é preciso que venha à tona, neste momento histórico, que tem
por escopo a decisão que poderá passar o Brasil a limpo e possibilitar que ele
entre em nova fase histórica, com o aceno ao retorno ao caminho do progresso e do
desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
Brasília,
em 10 de outubro de 2018
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