domingo, 28 de outubro de 2018

Nasce novo Brasil, nas urnas?


Pronto! Chegou o momento crucial de se decidir a eleição presidencial mais polarizada da história política brasileira, em que candidato considerado ultradireitista ganhou, nas urnas, o direito de encarar a velha oligarquia da esquerda, com todos seus notórios defeitos, que parcela expressiva dos eleitores faz vista grossa para eles, em clara manifestação de desprezo aos princípios republicanos da moralidade e da dignidade nas atividades públicas.
A decisão dos eleitores, que nem precisava se dizer, será das mais arriscadas da trajetória política brasileira, por se imaginar que o candidato que lidera as pesquisas de intenção de voto é, em tese, verdadeira incógnita, diante da falta de experiência administrativa, própria do poder Executivo, que se descortina para ele como um novo mundo superlotado de encargos e questões que precisam ser solucionados em curto espaço de tempo, fatos que exigem que ele tenha competência para corresponder à altura da responsabilidade recebida nas urnas, caso seja eleito.
Na verdade, nessa campanha eleitoral, ficou bastante visível o fato de se tentar pregar no presidenciável pesselista o seu passado envolvendo casos polêmicos, principalmente de que ele seria homofóbico, racista, misógino e outros adjetivos degradantes ao ser humano, mas nada do que se disse contra ele não passou de situações acontecidas em discussões dele com opositores ao seu trabalho político, em que não restou, até agora, nenhum julgamento judicial confirmando as alegações que são próprias de atividades políticas, independentemente de ideologias.
Por seu turno, o outro candidato não será qualquer novidade na vida pública brasileira, se eleito, porque ele representa o partido que se notabilizou por muitos procedimentos reprováveis por parte expressiva dos brasileiros honrados, por não concordarem com os escândalos históricos do mensalão e do petrolão; as alianças que transformaram o país em defensor do degradante fisiologismo no serviço público, que tem por base o deprimente “toma lá, dá cá”, como forma absurda de governabilidade; os financiamento de bilhões de reais dos brasileiros para obras em nações comandadas por ditadores, quando o Brasil ficou à míngua, sem dinheiro e sem as obras, deixando os brasileiros sem emprego e sem o usufruto de obras similares; o rombo nas contas públicas; o desemprego; a desindustrialização; a perda de confiança dos investidores no governo; entre muitas deficiências administrativas e políticas que não recomendariam o retorno do PT ao poder, diante da sua arraigada disputa pela absoluta dominação das classes política e social, não importando os fins para a consecução dos meios, conforme amplamente disseminado nas suas atividades políticas.
Nas atuais circunstâncias, restam aos brasileiros a competência e a inteligência para sopesarem e avaliarem os fatos, na tentativa de se concluir sobre o que é melhor para o Brasil e não para as suas ideologias pessoais ou partidárias.
O momento se apresenta realmente difícil e inglório, porque está em jogo não somente o futuro da democracia, mas em especial do destino dos brasileiros, que precisam de estadista que pense e aja exclusivamente vislumbrando tão somente a defesa dos interesses do Brasil e da sua população, que tem sido massacrada pelas cruéis e irresponsáveis gestões, que ficaram marcadas por desastres e mazelas, por terem sido capazes de conduzir o país às complicadas crises política, econômica, moral, social, administrativa, entre outras que certamente não serão solucionadas em curto e médio prazos, à vista das suas imensuráveis dimensões, em especial no que diz respeito à prestação dos serviços públicos da incumbência do Estado, em termos de saúde, educação, segurança etc.
Trata-se de decisão nas urnas, em forma de veredicto para os destinos dos brasileiros, porque a sua opção é irrevogável ou indeletável, considerando que o voto é sagrado e tem como consequência o sinete da vontade popular, que é soberana e definitiva, como já se disse, nos tempos do império romano, um de seus célebres titulares: a sorte está lançada.
Feliz será o Brasil que resultar do sufrágio universal, transcorrendo agora, para a escolha de seu mandatário, que terá a obrigação de ser, no mínimo, leal e fiel ao eleitor, com a obrigação de defender os ditames constitucional e legal, no sentido de bem cumprir a sua importante missão política institucional, com o compromisso, em especial, de promover o bem social e o desenvolvimento econômico, em estrita observância dos salutares princípios da República e da democracia moderna.
O novo presidente terá a gigantesca missão de trabalhar para promover pletoras reformas das conjunturas e estruturas do Estado, que padece do anacronismo histórico da incompetência administrativa, diante da sua centralização na defesa dos interesses políticos e partidários, de modo que não adianta fechar os olhos para essa realidade, porque as questões econômicas, políticas, sociais, morais, éticas, administrativas, entre outras de incumbência do Estado precisam ser imediatamente identificadas, levantadas, avaliadas, com vistas à adoção de medidas saneadoras que estão sendo exigidas há muito tempo, mas ninguém teve vontade política para afastar os gargalos crônicos que contribuem para obstruir as saídas para o tão sonhado progresso que se ouve de priscas eras, de que o Brasil é o país do futuro, que nunca chega, conforme mostram os fatos e a rica história sobre eles.
          Um dos candidatos poderá pagar altíssimo preço pelo legado do partido que representa, quando ele houve por bem dá guarida aos conhecidos sistemas de corrupção enfeixados no mensalão e petrolão, que consistem basicamente no desvio de recursos públicos para custear suas campanhas eleitorais milionárias e irregulares, com o exclusivo propósito da conquista do poder e da perpetuação nele, além de se embutir nesse projeto o absoluto controle das classes política e social, como forma essência de realização de seus objetivos políticos.
O que se percebe é que os brasileiros já demonstraram, de forma eloquente, que vão dar, nas urnas, a devida resposta aos candidatos sobre o que eles estão pretendendo para o futuro da nação, que certamente é enorme o rol de seus desejos a serem implementados para a sua satisfação, em termos do atendimento do bem comum, mas, por certo, um deles emergirá com hercúlea força e resplandecerá com o sinal indelével do desejo da moralização do Brasil, que foi tão castigado com a crueldade do desprezo aos princípios republicanos pertinentes à gestão dos recursos públicos.
          Não há a menor dúvida de que o processo eleitoral tem essa finalidade benéfica de renovação, que deveria ser no exato sentido da palavra, mas, no caso desta eleição, não se pode afirmar que finalmente vai aparecer o “salvador da pátria”, aquele que tem o poder de transformação da água em vinho, porque as limitações de ambos os candidatos são visíveis e o que se pode esperar é que a sociedade se empenhem no sacrifique para que os projetos e as metas políticas do novo presidente se tornem realidade se houver o seu esforço para que elas possam se concretizar.
Para tanto, convém que sejam superados os climas de acusações mútuas, as inquisições e as disputas político-ideológicas, que têm sido extremamente prejudiciais ao entendimento e à aceitação sobre a necessidade da união dos brasileiros, em torno da resolução dos graves e crônicos problemas que se consolidaram ao longo de disputadas político-partidárias e somente têm contribuído para atrasar o desenvolvimento dos fatores econômico e social.
Impende seja ressaltado que a campanha eleitoral mostrou claramente que o país foi rachado, praticamente ao meio, exatamente no calor da disputa ferrenha quase que doentia, em demonstração da extrema rivalidade imaginária construída entre dois lados nitidamente extremistas, em que o Partido dos Trabalhadores é considerado o criador da candidatura do capitão reformado, como forma oposta ao seu pensamento ideológico, ou seja, ele é a verdadeira antítese da sua imagem e semelhança, como assim a indicar a caracterização das mesmas imperfeições, cacoetes e tentações totalitárias, no sentido inverso.
O sentimento dos eleitores do capitão reformado nasceu em processo natural, não em razão de trabalho político especialmente desenvolvido por ele, que jamais teria condições de arregimentar tantos eleitores, em tão pouco tempo, pelo que ele representa como político, por não ter destaque na sua carreira política, mas o seu favoritismo surgiu e cresceu em razão do ódio visceral que a legenda petista sempre fez questão de semear entre os brasileiros, diante da recriminável ideia de “nós” contra “eles”, em clara demonstração de abomináveis preconceito e discriminação, quando se procura colocar os brasileiros em lados distintos.
Urge que os brasileiros se conscientizem de que o Brasil é muito maior do que as querelas políticas e ideológicas e que o futuro da nação espera muito que seus filhos cuidem dos interesses nacionais, fazendo a escolha que realmente tenha as melhores condições para contribuir, de forma efetiva, para o reencontro dos mecanismos da superação das crises e do desenvolvimento socioeconômico, sem o que não valeu a pena tanto esforço democrático. Acorda, Brasil!
Brasília, em 28 de outubro de 2018

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