Pronto!
Chegou o momento crucial de se decidir a eleição presidencial mais polarizada
da história política brasileira, em que candidato considerado ultradireitista
ganhou, nas urnas, o direito de encarar a velha oligarquia da esquerda, com todos
seus notórios defeitos, que parcela expressiva dos eleitores faz vista grossa
para eles, em clara manifestação de desprezo aos princípios republicanos da
moralidade e da dignidade nas atividades públicas.
A
decisão dos eleitores, que nem precisava se dizer, será das mais arriscadas da
trajetória política brasileira, por se imaginar que o candidato que lidera as pesquisas
de intenção de voto é, em tese, verdadeira incógnita, diante da falta de
experiência administrativa, própria do poder Executivo, que se descortina para
ele como um novo mundo superlotado de encargos e questões que precisam ser
solucionados em curto espaço de tempo, fatos que exigem que ele tenha competência
para corresponder à altura da responsabilidade recebida nas urnas, caso seja
eleito.
Na
verdade, nessa campanha eleitoral, ficou bastante visível o fato de se tentar pregar
no presidenciável pesselista o seu passado envolvendo casos polêmicos, principalmente
de que ele seria homofóbico, racista, misógino e outros adjetivos degradantes
ao ser humano, mas nada do que se disse contra ele não passou de situações acontecidas
em discussões dele com opositores ao seu trabalho político, em que não restou,
até agora, nenhum julgamento judicial confirmando as alegações que são próprias
de atividades políticas, independentemente de ideologias.
Por
seu turno, o outro candidato não será qualquer novidade na vida pública brasileira,
se eleito, porque ele representa o partido que se notabilizou por muitos
procedimentos reprováveis por parte expressiva dos brasileiros honrados, por
não concordarem com os escândalos históricos do mensalão e do petrolão; as
alianças que transformaram o país em defensor do degradante fisiologismo no serviço
público, que tem por base o deprimente “toma lá, dá cá”, como forma absurda de
governabilidade; os financiamento de bilhões de reais dos brasileiros para
obras em nações comandadas por ditadores, quando o Brasil ficou à míngua, sem dinheiro
e sem as obras, deixando os brasileiros sem emprego e sem o usufruto de obras
similares; o rombo nas contas públicas; o desemprego; a desindustrialização; a
perda de confiança dos investidores no governo; entre muitas deficiências administrativas
e políticas que não recomendariam o retorno do PT ao poder, diante da sua
arraigada disputa pela absoluta dominação das classes política e social, não
importando os fins para a consecução dos meios, conforme amplamente disseminado
nas suas atividades políticas.
Nas
atuais circunstâncias, restam aos brasileiros a competência e a inteligência
para sopesarem e avaliarem os fatos, na tentativa de se concluir sobre o que é
melhor para o Brasil e não para as suas ideologias pessoais ou partidárias.
O
momento se apresenta realmente difícil e inglório, porque está em jogo não
somente o futuro da democracia, mas em especial do destino dos brasileiros, que
precisam de estadista que pense e aja exclusivamente vislumbrando tão somente a
defesa dos interesses do Brasil e da sua população, que tem sido massacrada pelas
cruéis e irresponsáveis gestões, que ficaram marcadas por desastres e mazelas,
por terem sido capazes de conduzir o país às complicadas crises política,
econômica, moral, social, administrativa, entre outras que certamente não serão
solucionadas em curto e médio prazos, à vista das suas imensuráveis dimensões,
em especial no que diz respeito à prestação dos serviços públicos da incumbência
do Estado, em termos de saúde, educação, segurança etc.
Trata-se
de decisão nas urnas, em forma de veredicto para os destinos dos brasileiros,
porque a sua opção é irrevogável ou indeletável, considerando que o voto é
sagrado e tem como consequência o sinete da vontade popular, que é soberana e
definitiva, como já se disse, nos tempos do império romano, um de seus célebres
titulares: a sorte está lançada.
Feliz
será o Brasil que resultar do sufrágio universal, transcorrendo agora, para a
escolha de seu mandatário, que terá a obrigação de ser, no mínimo, leal e fiel ao
eleitor, com a obrigação de defender os ditames constitucional e legal, no
sentido de bem cumprir a sua importante missão política institucional, com o
compromisso, em especial, de promover o bem social e o desenvolvimento
econômico, em estrita observância dos salutares princípios da República e da
democracia moderna.
O
novo presidente terá a gigantesca missão de trabalhar para promover pletoras
reformas das conjunturas e estruturas do Estado, que padece do anacronismo histórico
da incompetência administrativa, diante da sua centralização na defesa dos interesses
políticos e partidários, de modo que não adianta fechar os olhos para essa realidade,
porque as questões econômicas, políticas, sociais, morais, éticas, administrativas,
entre outras de incumbência do Estado precisam ser imediatamente identificadas,
levantadas, avaliadas, com vistas à adoção de medidas saneadoras que estão
sendo exigidas há muito tempo, mas ninguém teve vontade política para afastar
os gargalos crônicos que contribuem para obstruir as saídas para o tão sonhado
progresso que se ouve de priscas eras, de que o Brasil é o país do futuro, que
nunca chega, conforme mostram os fatos e a rica história sobre eles.
Um dos candidatos poderá pagar altíssimo
preço pelo legado do partido que representa, quando ele houve por bem dá guarida
aos conhecidos sistemas de corrupção enfeixados no mensalão e petrolão, que
consistem basicamente no desvio de recursos públicos para custear suas campanhas
eleitorais milionárias e irregulares, com o exclusivo propósito da conquista do
poder e da perpetuação nele, além de se embutir nesse projeto o absoluto
controle das classes política e social, como forma essência de realização de
seus objetivos políticos.
O
que se percebe é que os brasileiros já demonstraram, de forma eloquente, que
vão dar, nas urnas, a devida resposta aos candidatos sobre o que eles estão
pretendendo para o futuro da nação, que certamente é enorme o rol de seus
desejos a serem implementados para a sua satisfação, em termos do atendimento
do bem comum, mas, por certo, um deles emergirá com hercúlea força e resplandecerá
com o sinal indelével do desejo da moralização do Brasil, que foi tão castigado
com a crueldade do desprezo aos princípios republicanos pertinentes à gestão
dos recursos públicos.
Não
há a menor dúvida de que o processo eleitoral tem essa finalidade benéfica de renovação,
que deveria ser no exato sentido da palavra, mas, no caso desta eleição, não se
pode afirmar que finalmente vai aparecer o “salvador da pátria”, aquele que tem
o poder de transformação da água em vinho, porque as limitações de ambos os
candidatos são visíveis e o que se pode esperar é que a sociedade se empenhem
no sacrifique para que os projetos e as metas políticas do novo presidente se
tornem realidade se houver o seu esforço para que elas possam se concretizar.
Para
tanto, convém que sejam superados os climas de acusações mútuas, as inquisições
e as disputas político-ideológicas, que têm sido extremamente prejudiciais ao
entendimento e à aceitação sobre a necessidade da união dos brasileiros, em
torno da resolução dos graves e crônicos problemas que se consolidaram ao longo
de disputadas político-partidárias e somente têm contribuído para atrasar o
desenvolvimento dos fatores econômico e social.
Impende
seja ressaltado que a campanha eleitoral mostrou claramente que o país foi
rachado, praticamente ao meio, exatamente no calor da disputa ferrenha quase
que doentia, em demonstração da extrema rivalidade imaginária construída entre
dois lados nitidamente extremistas, em que o Partido dos Trabalhadores é
considerado o criador da candidatura do capitão reformado, como forma oposta ao
seu pensamento ideológico, ou seja, ele é a verdadeira antítese da sua imagem e
semelhança, como assim a indicar a caracterização das mesmas imperfeições,
cacoetes e tentações totalitárias, no sentido inverso.
O
sentimento dos eleitores do capitão reformado nasceu em processo natural, não em
razão de trabalho político especialmente desenvolvido por ele, que jamais teria
condições de arregimentar tantos eleitores, em tão pouco tempo, pelo que ele representa
como político, por não ter destaque na sua carreira política, mas o seu favoritismo
surgiu e cresceu em razão do ódio visceral que a legenda petista sempre fez
questão de semear entre os brasileiros, diante da recriminável ideia de “nós”
contra “eles”, em clara demonstração de abomináveis preconceito e
discriminação, quando se procura colocar os brasileiros em lados distintos.
Urge
que os brasileiros se conscientizem de que o Brasil é muito maior do que as querelas
políticas e ideológicas e que o futuro da nação espera muito que seus filhos
cuidem dos interesses nacionais, fazendo a escolha que realmente tenha as
melhores condições para contribuir, de forma efetiva, para o reencontro dos
mecanismos da superação das crises e do desenvolvimento socioeconômico, sem o
que não valeu a pena tanto esforço democrático. Acorda, Brasil!
Brasília,
em 28 de outubro de 2018
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