Diante
de cena dantesca estampada em placa mostrando a irracionalidade de se imputar a
autoria de crime bárbaro a seguidor de candidato presidenciável, escrevi a
crônica intitulada “À busca da civilidade”, repudiando a atrocidade de que se
trata, em condenação a tal atitude como sendo desumana e irresponsável,
justamente sob o entendimento de que não havia qualquer indício de que aquilo
poderia sequer ter um pingo de confiabilidade, o que se caracteriza como mero
fake News, ou seja, sem a mínima credibilidade.
Agora
o mais estranho de tudo isso é que o seu propósito nada mais era causar comoção
e indignação aos eleitores do presidenciável que desponta na corrida ao Palácio
do Planalto, com larga vantagem, em relação ao seu adversário, dando a entender
que seus seguidores são capazes de praticarem maldade e crueldade contra pessoas
gays, em evidente demonstração do mais vil e desprezível sentimento humano.
Em
tese, mostrei que aquilo espelhava algo muito ruim, com a materialização de
sentimento perverso, desumano e monstruoso, porque a mente doentia de seu
idealizador e seus apoiadores evidenciava enorme distanciamento dos princípios
cristãos, à vista do completo desprezo à verdade e à dignidade humana.
Na
ocasião, apelei para as pessoas honradas, de boa vontade e com amor no coração,
que repudiassem, com veemência, toda forma de difamação, injúria, mentira e
qualquer outra maneira de cristalina forçação de barra, em termos desumanos,
para tão somente tentarem a transformação dos entendimento e sentimento das
pessoas, por via de mera manipulação absolutamente condenável e anti-humana,
diante da imperiosidade imposta às relações sociais de respeito à diversidade,
à multiplicidade de pensamentos e, em especial, à dignidade ao ser humano.
Embora
o propósito de minha crônica tivesse a melhor das intenções, em estímulo aos
saudáveis princípios humanitários, houve quem se insurgisse contra seus termos,
mostrando vídeos supostamente atribuídos a um presidenciável e fazendo
indagações se eu concordaria com o seu conteúdo, em evidente demonstração de
alheamento ao principal fato de desumanidade abordado no meu trabalho
literário, exigindo que eu voltasse a escrever sobre o mesmo tema, conforme o
texto a seguir.
Ao
contrário do que possam imaginar, procurei mostrar, na referida crônica, que é
extremamente desumano se fazer acusação sobre a prática de alguma coisa errada,
atribuindo a alguém, sem a devida prova da materialidade acerca da sua autoria,
principalmente em nome e na defesa de ideologia claramente desfocada da
realidade e da verdade.
Não
sei qual seja o sentimento dessas pessoas que ficam mostrando e divulgando
fatos que podem ser objeto de criação de mentes doentias, sem respaldo fático,
conquanto o seu objetivo é claramente procurar distorcer os fatos e a verdade,
sem se perceber que a sua atroz finalidade mostra o grau de degradação do ser
humano, de forma absolutamente injusta, cruel e desumana, que simplesmente
contradiz o puro sentimento cristão, como parece ser o caso da placa a que me
referi.
Para
mim, merece o maior sentimento de pena tanto com relação ao autor da citada
placa como, principalmente, no caso das pessoas insensatas que defendem
espetáculo da pior indignidade contra o ser humano, como se não pertencesse à
espécie Homo sapiens, por acharem normal que, em pleno desenvolvimento da
humanidade, ainda seja possível a existência de gente com mentalidade tão
desprezível que não merece senão a desconsideração e a antipatia.
Não
defendi na minha crônica senão o respeito à criatura humana e à verdade, sem
nenhuma menção a candidatura de presidenciável, a ponto de merecer a mostra de
imagens totalmente fora do contexto, como absurda demonstração de que a
carapuça caiu muito bem para aqueles que não se envergonham de distorcer os
fatos e a verdade, dando acolhimento a notícias infundadas e absolutamente
irresponsáveis, mas com o nítido propósito da criação de algo exclusivamente
arranjado para prejudicar seu semelhante, sem o mínimo de remorso, a mostrar
que os fins justificam os meios, embora em situação bastante cravada de
desonestidade.
Aliás,
infelizmente, nos últimos tempos, tem se verificado que grande parcela da
humanidade tem ficado cada vez mais bestializada, como nesse lamentável caso em
discussão, onde os defensores da deprimente placa não se envergonham de
considerar normal, diante de causa que também acham justa, a se confirmar o que
disse acima, de que os fins justificam os meios, em clara alusão à devassidão
moral e humana.
A
que ponto chegou essa sociedade puída e rota, sem caráter, sem o menor
escrúpulo, sem a dignidade humana de pelo menos ser capaz de se sensibilizar ou
até mesmo de se calar, em respeito à sua indiferença, diante de notícia
degradante, justamente porque o fato em si até pode ser verdadeiro, e que se
fosse, seria repudiável do mesmo jeito, mas também, o mais grave, pode não
passar de ato forjado, simplesmente para tentar prejudicar injustamente alguém?
Na
convicta certeza, na qualidade de cristão e ser humano, absolutamente absorto
sobre ideologias do bem ou do mal, considero deplorável a insensibilidade das
pessoas para com causas de extremo interesse social, que acham que apenas deva
prevalecer como correto o seu pensamento claramente poluído com maus propósitos,
por concordarem com maldades e desumanidades, esquecendo-se do direito das
pessoas normais puderem pensar diferentemente.
A
verdade é que as simples imagens e expressões constantes da placa em referência,
veiculada na internet, sem a indicação das devidas autoria dela e comprovação
sobre a materialidade da culpa pelo crime apontado, podem ser forjadas por
qualquer pessoa, sob doentio e agressivo pensamento ideológico, sem a menor preocupação
com as consequências nefastas da acusação extremamente leviana, cruel e
irresponsável, diante da desumana maneira de se inventar a incriminação, de
forma injustificável, pessoa pública, salvo se provado em
contrário, porque isso caracteriza crime grave e depõe contra o sentimento de
dignidade ínsito do ser humano.
Concito,
com todo respeito, as pessoas que não entenderam exatamente o sentido da minha
crônica que tenham um pouco de sensibilidade humana, para compreenderem que sua
verdade termina exatamente quando começa a verdade de seu semelhante e que é
preciso respeitar os sentimentos do seu próximo, em especial evitando agredi-lo
com atos, palavras ou imagens, porque isso pode mostrar inquietação prejudicial
às saudáveis relações sociais. Acorda, Brasil!
Brasília,
em 16 de outubro de 2018
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