domingo, 7 de outubro de 2018

A divisão do Brasil


A campanha presidencial do primeiro turno teve o indiscutível destaque a polarização entre direita e esquerda, com a sinalização de que os mais de 147 milhões de eleitores cumpriram o dever de placitar, hoje, nas urnas eletrônicas, a continuidade desse ferrenho embate, onde somente um será vitorioso, com data marcada para o próximo dia 28.
Trata-se do processo em que sempre há a esperança do aperfeiçoamento da redemocratização brasileira, onde serão escolhidos o novo presidente da República, dois terços do Senado Federal, toda bancada de deputados estaduais/distritais e federais, além de governadores, que terão a incumbência de trabalhar para o bem comum dos brasileiros.
A disputa ao Palácio do Planalto foi definida na centralização, de acordo com os resultados das urnas eletrônicas, entre os dois candidatos que já vinham mostrando as maiores condições de seguirem ao segundo turno, nas pessoas dos presidenciáveis do PSL, com pouco mais de 46% dos votos válidos, e do PT, com pouco mais de 28%, sendo que este foi escolhido pelo ex-presidente da república petista, que se encontra preso em Curitiba (PR), cumprindo condenação pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em face do recebimento de propina.
Causa espécie que o cacique petista, mesmo encarcerado, foi o principal mentor e orientador do candidato petista, dando clara demonstração de que este não tem a mínima condição de comandar o país, por se vislumbrar que, na hipótese da vitória dele, quem governaria o Brasil seria, na verdade, o prisioneiro, que tem o supremo controle das ações políticas de seu partido, conforme mostram os fatos, principalmente porque o candidato não faz nada sem a orientação do petista-mor.
Isso acontecendo, seria o maior desastre para que poderia acontecer não somente para a democracia e a República, mas em especial para o Brasil, que não seria governado por pessoa autêntica e de personalidade, visto que ele estaria simplesmente atrelado à orientação de quem se acha onipotente, que não consegue delegar absolutamente nada a ninguém, porque somente ele tem a razão e o poder.
O certo é que a polarização evidenciada nesta eleição presidencial tem o sabor amargo para os brasileiros, diante da absoluta certeza de que entre os demais candidatos relegados pelos eleitores havia políticos com superiores capacidades e qualificações para o desempenho do exercício do cargo de presidente da República, à vista de suas experiências administrativas, acumuladas da vida pública.
À toda evidência, é por demais sabido que os dois candidatos que vão disputar a cadeira presidencial, estão bastante distanciados do perfil de estadista que o Brasil está carecendo, diante das monumentais precariedades que grassam em todos os cantos do país, conquanto eles não estão, em termos de qualificação, à altura para solucioná-las.
Em termos político-eleitorais, o Brasil foi dividido praticamente ao meio, onde, de um lado, colocaram-se os brasileiros decididamente com viés antipetista, mais especificamente as pessoas que anseiam ardentemente pela moralização do país e punição aos maus políticos que desviaram recursos públicos, para benefícios próprios ou seus partidos, e, de outro, houve o destaque das pessoas contrárias à ideologia de direita, que, em tese, essa é a principal filosofia do candidato que venceu o primeiro turno.
Ou seja, um dos candidatos que pretende reconquistar o poder, cujos governos passados se notabilizaram por altos e baixos, com fase de desenvolvimento econômico e social e também com depressão econômica e as nefastas consequências, que se juntaram aos escândalos do mensalão e do petrolão, já demonstrou o quanto que não teve competência sequer para administrar a cidade de São Paulo, quanto mais o Brasil.
Por seu turno, o outro candidato não tem experiência administrativa, mas mesmo assim pretende revolucionar o país, com políticas modernizantes, com destaque para a segurança pública e as reformas nas estruturas do Estado, tendo por base mudanças generalizadas na gestão pública.
Compete aos brasileiros, à luz da responsabilidade cívica e patriótica, a avaliação criteriosa e ponderada sobre a escolha do candidato que melhor possa desempenhar o cargo de presidente da República, de modo que o seu trabalho seja efetivamente em benefício tanto para os brasileiros como para a consolidação dos princípios democráticos, principalmente com a adoção de medidas que possam aperfeiçoar e modernizar as estruturas do Estado. Acorda, Brasil!
Brasília, em 7 de outubro de 2018

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