O
comandante da Força Aérea Brasileira garantiu que irá prestar continência ao ex-presidente
da República petista, caso ele seja eleito para a presidência.
O
chefe da Aeronáutica afirmou que "Nós prestaremos continência a
qualquer comandante supremo das Forças Armadas, sempre".
Durante
o atual governo, as Forças Armadas têm retornado ao centro da política
brasileira.
A
aludida afirmação vem à baila motivada pelos resultados de pesquisas de intenção
de votos, que apontam o ex-presidente bastante à frente dos demais supostos candidatos
na corrida presidencial.
O
comandante da FAZ negou que seja bolsonarista, tendo declarado que "Não
sei de onde saiu isso. Esse clichê me foi colocado uma hora depois da minha
indicação", afirmou. "Como comandante da FAB, sempre ratifiquei a
posição apartidária da Força. Uma coisa é falar de política, outra é de
política partidária".
O
comandante da Aeronáutica participa de discussões políticas nos últimos anos, a
exemplo da ratificação, em julho de 2021, da crítica à CPI da Covid, realizada
no Senado Federal, da lavra do ministro da Defesa, em nota conjunta.
Na
ocasião, o presidente daquela comissão afirmou que havia um “lado podre”
das Forças Armadas, presente entre os militares investigados dentro do
Ministério da Saúde.
O
comandante da FAZ ressaltou que “Aquela nota foi apenas para que a gente
firmasse a posição de que um, nós não somos lenientes com erro. Se houver algum
militar errando, existe o Poder Judiciário, mecanismos de controle. Mas isso
não pode transbordar para o todo. [...] Acho que foi bem recebido, tanto que no
relatório final da comissão não foi citada a instituição, mas os indivíduos”.
Em
conclusão, o comandante da Aeronáutica disse que “As Forças sempre foram as
instituições mais respeitadas. Não acho que haja dano como instituição, embora
pense que haja uma utilização disso da parte contrária. Os exemplos que damos
são as melhores ferramentas que temos, mesmo que a curto prazo isso não seja
entendido. A sociedade sabe que pode continuar contando com as suas Forças
Armadas como instituições de Estado, apartidárias”.
Em
que pese o comando da Aeronáutica afirmar que bate continência para líder da
esquerda, caso ele seja colocado pelo povo no Palácio do Planalto, há velada
corrente de militares, de alta patente do Exército, liderada pelo
vice-presidente da República, que já anunciou que não vai prestar continência
àquele político.
É
evidente que esse posicionamento tem como base as precárias e degradantes condições
morais representada por aquele homem público, que foi denunciado à Justiça
brasileira pela suposta prática de crimes contra a administração, entre os
quais corrupção passiva e lavagem de dinheiro, já tendo sido julgado e
condenado à prisão em dois processos, em razão das robustas provas referentes à
materialidade dos crimes, constantes dos autor e também por ele não ter conseguido
provar a sua inocência.
É
verdade que, depois do cumprimento de parte das condenações, aquelas sentenças
foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal, não por exame do mérito das
denúncias, mas sim pela interpretação monocrática de ministro do Supremo, que
foi homologada pelo plenário da corte, no sentido de que as ações foram
julgadas em jurisdição indevida, ou seja, o político deveria ter sido julgado
em Brasília.
Ou
seja, em termos de moralidade e probidade na vida pública, o político se
encontra vinculado aos tribunais e somente depende dele para provar a sua inocência,
que é condição sine qua non para o exercício de cargo público eletivo.
O
comandante da Aeronáutica precisa saber, com o máximo de urgência, que o
exercício de cargo público, em especial o de presidente da República, exige o
preenchimento dos requisito de conduta ilibada e idoneidade moral, que, na condições
atuais, o político não satisfaz, salvo se ele conseguir provar a sua
inculpabilidade antes da eleição, porque, do contrário, não tem como justificar
que cidadão respondendo a processos penais na Justiça, envolvendo denúncias sobre
improbidade administrativa possa merecer as bênçãos das Forças Armadas, como se
houvesse normalidade, em termos do cumprimento dos princípios republicanos,
quando não é o caso.
Que
Brasil é este, em que as Forças Amadas asseguram que vão prestar continência
para o presidente da República que não tem a menor condição de representar a
dignidade moral do Estado, porque existe graves denúncias do seu envolvimento
em atos irregulares, ou seja, ele se encontra maculado por fora de gravíssimas
denúncias na Justiça?
Em
análise mais fria, é o mesmo que se compreender que as Forças Armadas se
tornarem cúmplices com a esculhambação implantada na República, sabendo que o
seu comandante-em-chefe é pessoa que foi julgada e condenada à prisão, embora
as penas tenham sido anuladas, nas condições, mencionadas acima, mas mesmo
assim ainda responde na Justiça a vários processos penais, sob a suspeita da prática
de crimes contra a administração pública.
A
propósito, é muito importante que os brasileiros saibam a grandeza e a nobreza
da destinação das Forças Armadas, à luz do disposto no art. 142 da Constituição
Federal, que estabelece que “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha,
Exército e Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia
e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e
destina-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei
e da ordem.”.
É
preciso se compreender que a garantia da lei implica, por certo, que não se
deva permitir, em hipótese alguma, que pessoa sem as qualificações morais
exigidas, devidamente comprovadas por meio da ficha limpa, quanto aos seus atos
na vida pública, possa sequer se atrever a se apresentar como representante do
povo, quanto mais se habilitar para comandar o Brasil e as Forças Armadas, que
são instituições que exigem o máximo de respeito, diante do grau sublime da sua
dignidade.
Á
toda evidência, cidadão com o currículo manchado de denúncias penais não pode,
à luz dos princípios do bom senso e da razoabilidade, comandar as Forças
Armadas, em grau máximo, diante da grandeza do seu conceito, no sentido de que “As
Forças sempre foram as instituições mais respeitadas.”, sob o seríssimo
risco de elas perderem essa honrosa avaliação da sociedade, exatamente por
passarem a prestar continência à pessoa extremamente desmoralizada, que somente
merece o apoio dos brasileiros igualmente sem moral alguma, diante do resultado
das urnas, evidentemente.
Um
país com a grandeza do Brasil não merece ser governado por pessoa incapaz de preencher
os sagrados requisitos de conduta ilibada e idoneidade moral, bem assim de ter as
Forças Armadas subservientes ao comandante-em-chefe sem o mínimo de dignidade
moral, obviamente nas condições atuais, porque tudo isso pode mudar se ele
conseguir provar a sua inculpabilidade com relação aos fatos denunciados na
Justiça.
Apelam-se
ao comandante da Aeronáutica que, sob os auspícios dos princípios mais sagradas
da República, reveja, o mais urgente possível, o seu ânimo de sentimento de
prestar continência a pessoa que é incapaz de provar a sua inculpabilidade
sobre os fatos denunciados na Justiça sobre ela, de modo que a sua interpretação
não condiz com a seriedade e o respeito da grandeza do Brasil e das Forças
Armadas, sob pena de cruel desmoralização de instituições dignas de veneração dos
brasileiros honrados.
Brasília,
em 31 de janeiro de 2022
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