À toda
evidência, a atitude do candidato derrotado à Presidência da República, após o
anúncio do desempenho das urnas, causa perplexidade e espanto, porque a sua
forma de se retrair e se manifestar tem sido constrangedora, porquanto ela é visivelmente
dissonante com a sua índole anterior ao pleito eleitoral, de entusiasmo e vibração
diante dos fatos.
Depois do
resultado das urnas, o presidente do país fez exatamente o contrário do que
devia, ao silenciar perante seus seguidores e, quando apareceu em público, ele
houve por bem pronunciar frases enigmáticas e inseguras, cujas consequências
causaram maior apreensão ainda quanto às possibilidades sobre a adoção de
medidas capazes de contribuir para a necessária transparência do resultado da votação,
que seria indispensável para se ter certeza sobre a lisura do processamento e da
operalização das urnas, de modo à garantia da certeza e da segurança quanto à
confiabilidade da proclamação dos votos, à vista de muitos questionamentos
suscitados na mídia.
O ideal
seria que presidente do país não tivesse ficado reticente nem indeciso, conquanto,
com a autoridade que o povo atribuiu a ele, a sua obrigação primordial é a de
se posicionar na manutenção da liderança que é dele de direito, no sentido de se
esclarecer aos seus seguidores que a sua equipe dispõe de elementos que são suficientes
e capazes para a formalização de medidas efetivas de questionamento sobre o
resultado das eleições, de modo a se permitir que esses elementos ensejem a obrigatoriedade
da exposição da verdade sobre o resultado da votação, que poderá ser diferente
daquele que foi anunciado pela Justiça eleitoral.
Ao
contrário disso, se caso ele não tenha nada em contrário, que seja sincero perante
os seguidores dele que estão se mobilizando na frente dos quartéis do Exército,
justamente apelando por medidas que possam levar à transparência das urnas.
Ou seja,
convém que o presidente do país tenha a humildade e a grandeza de reconhecer a
sua incapacidade de reação contra o resultado da votação, tão questionado por
todos os meios de comunicação do país e do exterior, dando conta de possível manipulação
das urnas, fato que pode não refletir a lisura da proclamação da votação,
exatamente diante da possibilidade da existência de fraudes eleitorais.
A decisão
nesse sentido, mesmo que ela não seja a esperada pelos seguidores do presidente
do país, que vêm demonstrando esperança de reversão do resultado das urnas, a
partir do conhecimento do código fonte, que precisa ser extraído sob fórceps da
Justiça eleitoral, porque deve haver, na forma da lei, alguma maneira para se
obtê-lo, com vistas à conferência sobre a credibilidade das urnas.
Seja como
for, em que pese o abatimento que domina o presidente do país, convém que ele
seja a mesma pessoa de sempre, porque, com tristeza ou sem ela, é preciso se
encarar a realidade dos fatos, deixando muito claro o posicionamento sobre o
resultado do pleito, se ele pretende contestar ou não, uma vez que a situação exige
explicações, por serem necessárias, diante da boa-fé que impera no sentimento
das pessoas que estão alojadas diante dos quartéis do Exército, exatamente à
espera do veredicto do mandatário do pais.
Não bastam
somente as afirmações de que “a derrota dói na alma” e que “tudo dará
certo, no momento oportuno”, porque tudo isso é muito vago e impreciso, principalmente
para a parte de quem se encontra ávido por solução, seja a medida que for, só
que não servem para nada a incerteza e o silêncio sobre o porvir.
Urge que
o candidato derrotado à Presidência da República diga ao Brasil e, mais particularmente
ao seu povo, que ele conseguiu reunir elementos, juridicamente válidos, com
capacidade para a contestação do resultado das urnas, com vistas à obrigatoriedade
da recontagem da votação, com base na fiscalização com a contribuição do código
fonte, que é instrumento de segurança capaz de mostrar a fidelidade da vontade
dos eleitores brasileiros, com relação aos candidatos aos cargos públicos.
Brasília, em 20 de dezembro de 2022
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