terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Basta à indefinição!

À toda evidência, a atitude do candidato derrotado à Presidência da República, após o anúncio do desempenho das urnas, causa perplexidade e espanto, porque a sua forma de se retrair e se manifestar tem sido constrangedora, porquanto ela é visivelmente dissonante com a sua índole anterior ao pleito eleitoral, de entusiasmo e vibração diante dos fatos.

Depois do resultado das urnas, o presidente do país fez exatamente o contrário do que devia, ao silenciar perante seus seguidores e, quando apareceu em público, ele houve por bem pronunciar frases enigmáticas e inseguras, cujas consequências causaram maior apreensão ainda quanto às possibilidades sobre a adoção de medidas capazes de contribuir para a necessária transparência do resultado da votação, que seria indispensável para se ter certeza sobre a lisura do processamento e da operalização das urnas, de modo à garantia da certeza e da segurança quanto à confiabilidade da proclamação dos votos, à vista de muitos questionamentos suscitados na mídia.

O ideal seria que presidente do país não tivesse ficado reticente nem indeciso, conquanto, com a autoridade que o povo atribuiu a ele, a sua obrigação primordial é a de se posicionar na manutenção da liderança que é dele de direito, no sentido de se esclarecer aos seus seguidores que a sua equipe dispõe de elementos que são suficientes e capazes para a formalização de medidas efetivas de questionamento sobre o resultado das eleições, de modo a se permitir que esses elementos ensejem a obrigatoriedade da exposição da verdade sobre o resultado da votação, que poderá ser diferente daquele que foi anunciado pela Justiça eleitoral.

Ao contrário disso, se caso ele não tenha nada em contrário, que seja sincero perante os seguidores dele que estão se mobilizando na frente dos quartéis do Exército, justamente apelando por medidas que possam levar à transparência das urnas.

Ou seja, convém que o presidente do país tenha a humildade e a grandeza de reconhecer a sua incapacidade de reação contra o resultado da votação, tão questionado por todos os meios de comunicação do país e do exterior, dando conta de possível manipulação das urnas, fato que pode não refletir a lisura da proclamação da votação, exatamente diante da possibilidade da existência de fraudes eleitorais.

A decisão nesse sentido, mesmo que ela não seja a esperada pelos seguidores do presidente do país, que vêm demonstrando esperança de reversão do resultado das urnas, a partir do conhecimento do código fonte, que precisa ser extraído sob fórceps da Justiça eleitoral, porque deve haver, na forma da lei, alguma maneira para se obtê-lo, com vistas à conferência sobre a credibilidade das urnas.  

Seja como for, em que pese o abatimento que domina o presidente do país, convém que ele seja a mesma pessoa de sempre, porque, com tristeza ou sem ela, é preciso se encarar a realidade dos fatos, deixando muito claro o posicionamento sobre o resultado do pleito, se ele pretende contestar ou não, uma vez que a situação exige explicações, por serem necessárias, diante da boa-fé que impera no sentimento das pessoas que estão alojadas diante dos quartéis do Exército, exatamente à espera do veredicto do mandatário do pais.

Não bastam somente as afirmações de que “a derrota dói na alma” e que “tudo dará certo, no momento oportuno”, porque tudo isso é muito vago e impreciso, principalmente para a parte de quem se encontra ávido por solução, seja a medida que for, só que não servem para nada a incerteza e o silêncio sobre o porvir.

Urge que o candidato derrotado à Presidência da República diga ao Brasil e, mais particularmente ao seu povo, que ele conseguiu reunir elementos, juridicamente válidos, com capacidade para a contestação do resultado das urnas, com vistas à obrigatoriedade da recontagem da votação, com base na fiscalização com a contribuição do código fonte, que é instrumento de segurança capaz de mostrar a fidelidade da vontade dos eleitores brasileiros, com relação aos candidatos aos cargos públicos.

          Brasília, em 20 de dezembro de 2022 

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