quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Insensibilidade?

 

Em crônica, escrita alhures, eu mostrei completo desânimo diante da insensibilidade não somente humana, mas em especial administrativa no combate à gravíssima crise da pandemia que então grassava sobre os brasileiros.

É evidente que, nessa ocasião, há dois anos, eu, em análise bastante crítica, mostrei meu inconformismo com o destino do governo, em ceder à evidente insensibilidade aos princípios humanitários, quanto à falta de racionalidade para a condução das políticas necessárias ao efetivo combate à mais grave crise enfrentada pela saúde pública.

A crítica situação exigia a adoção de medidas urgentes e de qualidade para o enfrentamento da desgraçada pandemia do coronavírus, que foi capaz de ceifar a vida de milhares de vidas humanas, que, certamente, muitas das quais poderiam ter sido poupadas se essa crise tivesse sido administrada apenas pela tecnicidade recomendada pelo sentimento humanista, de extremo amor à vida humana.    

Na verdade, a minha ideia de ter afirmado que o Brasil não merecia governante com mentalidade alheia aos princípios humanitários, como verdadeiramente era o que se evidenciava naquela ocasião, conforme mostravam os fatos, à saciedade, eu propugnava por administrador que fosse capaz de compreender que o ser humano merecia, como ainda merece, ser tratado com todos e os melhores recursos à disposição possível apenas para o salvamento de vidas, obviamente sem a interferência, por mínima que fosse, de dúvidas nem negacionismo nem questionamentos absolutamente desnecessários ao processo sanitário exigido para a gravidade da situação existente.

Hoje, pode-se dizer que os apelos da época estavam respaldados pelas evidências, que foram retratadas, caso o resultado das urnas esteja sob o prisma da verdade, a despeito de muitas suspeitas de desajustamento dos processos eleitorais aos princípios constitucionais da legitimidade e da transparência, quanto ao desmerecimento de governante que se distanciava dos sentimentos humanitários, a tanto reconhecidos por brasileiros.

A verdade é que brasileiros decidiram abonar à volta ao poder de pessoa que, por seus atributos de notória intimidade com a desonestidade na gestão pública, à vista do seu envolvimento com escandalosos esquemas criminosos, também não tem como merecer ao Brasil, por ser inaceitável que ex-condenado à prisão, pela prática do gravíssimo crime de improbidade administrativa possa exercer o principal cargo da República.

Na prática, isso é a prova cabal da demência moral de um povo, que conscientemente contribui para dá vida política a quem não consegue provar a sua inculpabilidade com relação aos fatos suspeitos de irregularidades, o que bem demonstra a sua deplorável índole de homem público e também a péssima ou nenhuma qualidade de seus apoiadores, que mostram extremo desprezo aos verdadeiros sentimentos de moralidade, honestidade e dignidade na administração pública, como se isso não tivesse a menor importância no emprego dos dinheiros públicos, que são originários também desses insensatos eleitores.

A verdade é que a crise de insensibilidade aos princípios humanitários está prestes a ser substituída pela indiferença aos sentimentos de moralidade, probidade e dignidade na vida pública, à vista da comprovação dos fatos, que foram ignorados por força do império da recriminável ideologia socialista, que desconhece, por completo, os direitos humanos e os princípios individuais e democráticos, cuja absurda troca tem como vítima os próprios brasileiros.

Brasília, em  de dezembro de 2022

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