sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Lealdade das Forças Armadas!

         O presidente da República afirmou que as Forças Armadas devem lealdade ao “nosso povo” e respeito à Constituição, que nunca saiu das “quatro linhas”, ressaltando, de forma enigmática, que “tudo dará certo, no momento oportuno”, porque, para ele, “nada está perdido” e que é preciso fazer a coisa certa, sem citar o que seja o sentido de coisa, que ele acha certa.

Em mensagem bastante imprecisa, o presidente do pais disse aos apoiadores dele que “Nada está perdido… nunca sai de dentro das quatro linhas da Constituição e acredito que a vitória será também desta maneira. Dou a minha vida pela minha pátria”.

Aos apoiadores, o presidente do país pediu que acreditem, se unam e critiquem somente se tiverem certeza absoluta e que busquem alternativas, tudo no seu estilo de pura indecisão quanto ao momento em que o povo espera que ele seja a salvação da pátria, para livrar o Brasil do caos, com a volta ao poder, uma vez que a única alternativa é a clareza sobre o resultado das urnas, mediante a obtenção do código fonte, para se permitir se aferir a legitimidade do processo eleitoral.

O presidente brasileiro afirmou que “Não podemos esperar chegar lá na frente e olhar para trás e dizer o que eu não fiz lá atrás e chegarmos a esta situação de hoje em dia? Sabemos que cada minuto é um minuto a menos, vamos fazer a coisa certa. Diferentemente de outras pessoas, vamos vencer”.

O presidente do país ressaltou que não é fácil enfrentar o sistema, repetindo o discurso pronunciado quando ele chegou ao governo, em 2019, também ressaltando que as Forças Armadas são o último obstáculo ao socialismo.

O presidente do país, em tom de questionamento, disse que “Não vou falar do outro lado político, mas qual o futuro do Brasil? O que aconteceu, por que chegamos a este ponto, demoramos a acordar? Nunca é tarde para acordar e sabermos a verdade. Logicamente quanto mais tarde você acorda, mais difícil é a missão. Não é ‘eu autorizo’ não, é o que eu posso fazer pela minha pátria. Não é jogar a responsabilidade a uma única pessoa. Eu sou exatamente igual a cada um de vocês que está aqui”.

O presidente do país precisa se conscientizar de que realmente tudo dará certo e no momento oportuno quando se tem ideias claras do que precisa ser feito para a salvação do Brasil, principalmente diante de situação que se mostrou gravíssima e precisa de atitudes e providências à altura do combate, mas nada foi esboçado, de forma efetiva, para a eliminação do que está errado.

Compete ao presidente do país sim a responsabilidade primacial, com o apoio do povo, que vem demonstrando isso, com a sua presença nas ruas, desde o término das eleições, para a adoção das medidas cabíveis, já que ele sabe como será o futuro do brasil e tem noção exata do que precisa ser feito para a obtenção da normalidade democrática.

Parece até paradoxo o presidente do país falar que “quanto mais tarde você acorda, mais difícil é a missão.” e, apesar disso, demorar tanto para agir, na forma que ele já deve ter o entendimento do que seja necessário para evitar que o Brasil seja jogado no abismo sem volta.

A verdade é que realmente não se trata de autorização do povo, mas sim do apoio dele e especialmente da conscientização de fazer a coisa certa, porque, como disse o próprio presidente do país: “Sabemos que cada minuto é um minuto a menos.”, ou seja, se não tem tempo a perder, por que tanta demora em agir, se há realmente necessidade de fazer algo para evitar o desastre do Brasil?

Quanto o presidente do país diz que “nada está perdido”, subentende que ele sabe perfeitamente o que deve ser feito e insinua ter certeza de que seu plano será vitorioso, mas prefere disseminar indecisão perante os seus apoiadores, esticando a corda até quanto, para decidir, como seja necessário?

O ponto nevrálgico de exclamação fica por conta do fato de que o presidente do país sempre foi incisivo e preciso quando defendia as suas colocações perante seus adversários, mas, depois da última a sua firmeza vem claudicando com a demora abissal de agir e ser transparente quanto aos seus objetivos, preferindo se pronunciar por metáforas e indiretas, quando o momento exige que ele seja expedido, claro e objetivo.

Ressalte-se, por último, que as Forças Armadas devem sim lealdade ao povo, por força do que dispõe o disposto no art. 142 da Constituição, que estabelece, ipsis litteris: “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constituídos e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”.

Convém se esclarecer que a incumbência da garantia da lei e da ordem, pelas Forças Armadas, precisa, em primeiro lugar, que isso fique muito bem caracterizado, na forma da lei, mostrando que o país se encontra à beira do caos político-administrativo, e, segundo, que um dos poderes da República tenha a iniciativa para a convocação delas para porem ordem no Brasil.

Em princípio, vale se afirmar que, nas circunstâncias, compete ao presidente do país, se ele achar que é o caso de desordem pública ou da lei, convocá-las para a adoção das medidas no sentido de se pôr a devida organização no Brasil.  

Impõe-se que fique muito claro que a convocação das Forças Armadas, com a finalidade de imposição da organização do país, passa a existir somente o poder delas, como se elas fossem, ao mesmo tempo, o Executivo, o Legislativo e o Executivo, ou seja, esses poderes não funcionam, com isso, fica entendido que elas vão programar novas eleições para presidente da República, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais, além de nomearem novos ministros do Supremo Tribunal Federal, para tomares posse na mesma data dos eleitos para os outros dois poderes, quando elas também saem de cena, tudo na mesma data, passando o país a funcionar com plena normalidade.

Como se vê, os poderes das Forças Armadas, nesse caso, são amplos e gerais e é exatamente por isso que se diz que elas podem funcionar como o quarto poder e é verdade, diante da sua plena autonomia para decidir sobre os destinos do Brasil, enquanto estiver colocando as coisas em ordem.    

Isso posto, importa que o presidente da República diga realmente o que tem em seu poder que possa comprovar irregularidades capazes de comprometer o resultado das eleições e que medidas ele pretende adotar para o saneamento desejado, justificando por qual razão elas ainda não foram tomadas, em benefício da lisura do pleito eleitoral e do interesse dos brasileiros, já que ele suspeita sobre a iminência de situação catastrófica no Brasil.     

          Brasília, em 15 de dezembro de 2022

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