O
presidente eleito à Presidência da República disse que “Vai acabar
privatizações neste país. Já privatizaram quase tudo, mas vai acabar e vamos
provar que algumas empresas públicas vão poder mostrar sua rentabilidade (sic)”.
O político sempre
foi crítico à política econômica do atual governo, com destaque para as ações
pautadas na “venda do patrimônio nacional”, porque ele considera que
compete ao Estado garantir proteção à sociedade e só faz sentido governar se as
pessoas pobres e o trabalhador tiverem ascensão social.
Ele disse, em suas
campanhas e participações em debates eleitorais, que “Os ricos
defendem porque estão à espera de que ele privatize tudo que ainda falta
privatizar, porque quem não sabe fazer, vende. Qual obra Bolsonaro fez em
quase quatro anos de mandato? O ele investiu, quantas escolas? Ele não é
construtor. É destruidor, é demolidor”.
Em 2019, o
político assinou manifesto contra as privatizações, cujo documento foi entregue
ao Supremo Tribunal Federal, o qual tinha por finalidade a defesa da Petrobras
e das empresas públicas, no sentido de que elas não fossem vendidas.
Quando a
Eletrobrás estava na iminência de ser vendida, o político disse que, se ganhasse
as eleições, revisaria o processo, porque ele entendia que “A Eletrobrás foi
construída ao longo de décadas, com o suor e a inteligência de gerações de
brasileiros. Mas o atual governo faz de tudo para entregá-la a toque de caixa e
a preço de banana. O resultado de mais esse crime de lesa-pátria seria a
perda da nossa soberania energética”.
Convém
ficar muito claro que o verbete privatização é horroroso para o socialismo,
exatamente porque ele inexiste no seu dicionário, uma vez que ele é
diametralmente contrário a estatizar, que se harmoniza com esse desgraçado
regime.
A verdade é
que socialismo tem como filosofia aversão ao capitalismo, que é sinônimo de produção
e de emprego, que jamais podem existir em governo com a mentalidade satânica do
totalitarismo e do controle generalizado não somente da sociedade, mas especialmente
das riquezas, que passam para o domínio do Estado, que tem ojeriza à privatização.
O melhor
exemplo de amor à estatização ficou materializado no governo esquerdista
brasileiro, compreendido entre o período de 2003 a 2014, quando foram criadas ou
incorporadas ao Estado nada mais, nada amenos, do que 102 empresas estatais, quando,
no início da sua gestão tinham somente 38 estatais e, no final dela, 140
empresas, sem que houvesse notícia de nenhuma privatização, nesse período.
Agora,
causa estranheza é que a maioria das empresas estatais somente contabilizava prejuízos,
exatamente porque elas foram mantidas ou criadas precipuamente para servirem de
cabide de empregos para apaniguados de sindicatos ou de partidos políticos do
governo e aliados a ele, tendo por finalidade o aparelhamento da máquina
pública, com o emprego de incompetentes amigos do pessoal do governo.
É preciso
ficar muito claro que as empresas estatais têm por finalidade a execução de
políticas estratégicas do governo, como no caso da Petrobras, que objetiva o
abastecimento nacional de combustíveis, ou no caso da prestação de serviços que
não podem ou seriam dificultados pela iniciativa privada.
Ou seja, a
existência de empresas estatais faz sentido sim exclusivamente para a satisfação
de serviços essenciais à sociedade, que encontrariam alguma inconveniência fora
do governo.
Via de
regra, a necessidade da privatização ocorre quando a empresa estatal é
deficitária e os seus serviços podem perfeitamente ser prestados pela
iniciativa privada.
Vários
exemplos benéficos nesse sentido foram vistos no Brasil, por exemplo, nos casos
das telecomunicações, em que a Telebrás monopolizava o gerenciamento dos
serviços telefônicos e ninguém conseguia uma linha com facilidade, porque o
governo não investia nesse setor básico e estratégico da modernidade
tecnológica.
O milagre
aconteceu precisamente a partir da privatização das comunicações telefônicas,
que possibilitou a normalização da aquisição de telefones, com a modernização,
o aperfeiçoamento e a ampliação do sistema pertinente, cujas medidas permitiram
a facilitação e a disponibilização da linha telefônica para todo o país,
possibilitando que, em pouco tempo, o Brasil passasse a contabilizar muito mais
linhas em uso do que brasileiros.
No atual
governo, houve privatização de empresas deficitárias, tendo por finalidade
minimizar os rombos com os prejuízos orçamentários e permitir que a iniciativa
privada recuperasse as melhores condições operacionais delas, por meio de injeção
de maciços investimentos, com a venda de suas ações e, principalmente, com o
emprego de políticas de gerenciamento operacional com competência e eficiência,
que é algo inexistente em muitas empresas estatais, principalmente aquelas
administradas sob regência exclusiva de servirem como cabide de emprego, que
tem sido o caso defendido pelo governo de esquerda.
Convém que
se registre que, este ano, as empresas estatais brasileiras estão anunciando
lucros que superam a casa de 250 bilhões de reais, marca esta que se comemora
como recorde no desempenho de empresas do governo, o que bem demonstra a excelência
do seu gerenciamento, com vistas ao atendimento da satisfação das necessidades
públicas.
O caso de
maior destaque fica por conta dos Correios, que deram extraordinário lucro,
quando ela sempre foi exemplo de má gestão nos governos anteriores, a ponto de
terem sido indicados para privatização, diante de sucessivos prejuízos, que terminam
onerando o contribuinte, quando o governo fica obrigado a cobrir os rombos
operacionais e financeiros.
Diante dos importantes
exemplos de bons gerenciamentos públicos, fica a magistral lição de que as privatizações
são medidas administrativas capazes de racionalidade necessária ao saneamento das
contas públicas, além de permitirem que os serviços prestados pelas empresas
envolvidas possam contribuir para a melhor satisfação das necessidades da
sociedade.
Brasília, em 16 de
dezembro de 2022
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