sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Por que privatizar?

 

O presidente eleito à Presidência da República disse que “Vai acabar privatizações neste país. Já privatizaram quase tudo, mas vai acabar e vamos provar que algumas empresas públicas vão poder mostrar sua rentabilidade (sic)”.

O político sempre foi crítico à política econômica do atual governo, com destaque para as ações pautadas na “venda do patrimônio nacional”, porque ele considera que compete ao Estado garantir proteção à sociedade e só faz sentido governar se as pessoas pobres e o trabalhador tiverem ascensão social.

Ele disse, em suas  campanhas e participações em debates eleitorais, que “Os ricos defendem porque estão à espera de que ele privatize tudo que ainda falta privatizar, porque quem não sabe fazer, vende. Qual obra Bolsonaro fez em quase quatro anos de mandato? O ele investiu, quantas escolas? Ele não é construtor. É destruidor, é demolidor”.

Em 2019, o político assinou manifesto contra as privatizações, cujo documento foi entregue ao Supremo Tribunal Federal, o qual tinha por finalidade a defesa da Petrobras e das empresas públicas, no sentido de que elas não fossem vendidas.

Quando a Eletrobrás estava na iminência de ser vendida, o político disse que, se ganhasse as eleições, revisaria o processo, porque ele entendia que “A Eletrobrás foi construída ao longo de décadas, com o suor e a inteligência de gerações de brasileiros. Mas o atual governo faz de tudo para entregá-la a toque de caixa e a preço de banana.  O resultado de mais esse crime de lesa-pátria seria a perda da nossa soberania energética”.

Convém ficar muito claro que o verbete privatização é horroroso para o socialismo, exatamente porque ele inexiste no seu dicionário, uma vez que ele é diametralmente contrário a estatizar, que se harmoniza com esse desgraçado regime.

A verdade é que socialismo tem como filosofia aversão ao capitalismo, que é sinônimo de produção e de emprego, que jamais podem existir em governo com a mentalidade satânica do totalitarismo e do controle generalizado não somente da sociedade, mas especialmente das riquezas, que passam para o domínio do Estado, que tem ojeriza à privatização.

O melhor exemplo de amor à estatização ficou materializado no governo esquerdista brasileiro, compreendido entre o período de 2003 a 2014, quando foram criadas ou incorporadas ao Estado nada mais, nada amenos, do que 102 empresas estatais, quando, no início da sua gestão tinham somente 38 estatais e, no final dela, 140 empresas, sem que houvesse notícia de nenhuma privatização, nesse período.

Agora, causa estranheza é que a maioria das empresas estatais somente contabilizava prejuízos, exatamente porque elas foram mantidas ou criadas precipuamente para servirem de cabide de empregos para apaniguados de sindicatos ou de partidos políticos do governo e aliados a ele, tendo por finalidade o aparelhamento da máquina pública, com o emprego de incompetentes amigos do pessoal do governo.

É preciso ficar muito claro que as empresas estatais têm por finalidade a execução de políticas estratégicas do governo, como no caso da Petrobras, que objetiva o abastecimento nacional de combustíveis, ou no caso da prestação de serviços que não podem ou seriam dificultados pela iniciativa privada.

Ou seja, a existência de empresas estatais faz sentido sim exclusivamente para a satisfação de serviços essenciais à sociedade, que encontrariam alguma inconveniência fora do governo.

Via de regra, a necessidade da privatização ocorre quando a empresa estatal é deficitária e os seus serviços podem perfeitamente ser prestados pela iniciativa privada.

Vários exemplos benéficos nesse sentido foram vistos no Brasil, por exemplo, nos casos das telecomunicações, em que a Telebrás monopolizava o gerenciamento dos serviços telefônicos e ninguém conseguia uma linha com facilidade, porque o governo não investia nesse setor básico e estratégico da modernidade tecnológica.

O milagre aconteceu precisamente a partir da privatização das comunicações telefônicas, que possibilitou a normalização da aquisição de telefones, com a modernização, o aperfeiçoamento e a ampliação do sistema pertinente, cujas medidas permitiram a facilitação e a disponibilização da linha telefônica para todo o país, possibilitando que, em pouco tempo, o Brasil passasse a contabilizar muito mais linhas em uso do que brasileiros.

No atual governo, houve privatização de empresas deficitárias, tendo por finalidade minimizar os rombos com os prejuízos orçamentários e permitir que a iniciativa privada recuperasse as melhores condições operacionais delas, por meio de injeção de maciços investimentos, com a venda de suas ações e, principalmente, com o emprego de políticas de gerenciamento operacional com competência e eficiência, que é algo inexistente em muitas empresas estatais, principalmente aquelas administradas sob regência exclusiva de servirem como cabide de emprego, que tem sido o caso defendido pelo governo de esquerda.

Convém que se registre que, este ano, as empresas estatais brasileiras estão anunciando lucros que superam a casa de 250 bilhões de reais, marca esta que se comemora como recorde no desempenho de empresas do governo, o que bem demonstra a excelência do seu gerenciamento, com vistas ao atendimento da satisfação das necessidades públicas.

O caso de maior destaque fica por conta dos Correios, que deram extraordinário lucro, quando ela sempre foi exemplo de má gestão nos governos anteriores, a ponto de terem sido indicados para privatização, diante de sucessivos prejuízos, que terminam onerando o contribuinte, quando o governo fica obrigado a cobrir os rombos operacionais e financeiros.

Diante dos importantes exemplos de bons gerenciamentos públicos, fica a magistral lição de que as privatizações são medidas administrativas capazes de racionalidade necessária ao saneamento das contas públicas, além de permitirem que os serviços prestados pelas empresas envolvidas possam contribuir para a melhor satisfação das necessidades da sociedade.    

Brasília, em 16 de dezembro de 2022

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