quarta-feira, 13 de março de 2024

Insensatez

Conforme vídeo que circula nas redes sociais, um grupo de parlamentares e jornalistas brasileiros planejaram denunciar, nos Estados Unidos da América, abusos de autoridade, arbitrariedades e inconstitucionalidades predominantes no Brasil, sob o argumento de que tais deformidades são contrárias aos princípios democráticos e republicanos.

Na verdade, tal medida, segundo penso, não passa de mera perda do tempo gasto por congressistas e outros brasileiros, que, fazendo uso do dinheiro dos sofridos contribuintes brasileiros, no caso dos parlamentares, tentam fazer denúncia sobre a prática de atos abusivos, arbitrários e antidemocráticos, cujo resultado já é antecipadamente sabido de absolutas inocuidade e improdutividade.

A aludida denúncia é prevista para ser feita junto à comissão dos direitos humanos do Congresso dos Estados Unidos, que não tem incumbência para sequer ouvir os brasileiros, quanto mais para decidir sobre denúncia dessa natureza.

Trata-se de denúncia para órgão que não tem nenhum interesse na solução dos problemas do Brasil, a par de não ter qualquer competência em termos de ingerência, nem política e muito menos administrativa, o que vale dizer que os parlamentares brasileiros apenas gastam recursos públicos, desnecessariamente, em bisonho oferecimento de enfadonho e desgastante espetáculo.

O resultado dessa insensatez será o mesmo de sempre, qual seja, de nenhuma consequência favorável à causa pretendida por eles, senão da exposição e da confirmação das mazelas predominantes no país tupiniquim.

Por seu turno, as autoridades denunciadas, por certo, não estão nem aí para o que eles disserem na corte norte-americana, uma vez que a volúpia do desempenho deles certamente continuará inabalável, inatingível, uma vez que o seu poder decisório, constitucional ou não, seguirá produzindo exatamente na maneira da consciência de seus titulares, com a mesma voraz força com que são imprimidas as suas controversas e incontroláveis decisões.

Os congressistas e os jornalistas brasileiros precisavam apenas se conscientizar de que as questões denunciadas em instância estrangeira, a exemplo dessas constantes da denúncia em causa, que têm origem no Brasil, precisam ser discutidas e solucionadas exatamente aqui no país, tendo por base exatamente a legislação vigente.

No caso, como se trata especificamente de possíveis abusos de autoridades do poder Judiciário, conforme diz a denúncia em apreço, o remédio pode estar no texto disposto no artigo 72, II, da Constituição, que estabelece que compete ao Senado Federal processar e julgar os integrantes da corte maior do país, nos casos de crimes de responsabilidade, tais assim caracterizados os atos abusivos.

Ou seja, nem precisa despender recursos públicos, jogando-os na rala do desperdício, porque a única hipótese de solução do problema enfocado se encontra no próprio país, com a devida eficácia, caso ela fosse viabilizada na forma descrita no aludido dispositivo constitucional.

O que precisava mesmo é de empenho político para a viabilização desse prosseguimento, com base na norma existente, o que evidenciava a completa dispensabilidade das inúteis denúncias a órgão internacional sem legitimidade para resolver coisa alguma de interesse do Brasil.

Como se vê, trata-se de fracassada manobra de incompetentes e insensatos congressistas e jornalistas brasileiros, que poderiam ter economizado dinheiro, no caso dos parlamentares, e tempo procurando solucionar, aqui no Brasil, os problemas denunciados no exterior, tendo em vista a existência dos meios necessários à sua viabilização, faltando apenas empenho e competência dos congressistas para a sua viabilização.

É incrível como o brasileiro se esforça para evidenciar a sua mediocridade, como nesse caso, quando tudo poderia ter sido resolvido internamente, sem necessidade da exposição das graves precariedades brasileiras.

            Brasília, em 13 de março de 2024

 

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