domingo, 17 de março de 2024

Insensibilidade

 

Conforme vídeo que circula nas redes sociais, uma jornalista descreve, com bastante minúcia, possível falta de apoio por militares das Forças Armadas para  projeto arquitetado pelo último ex-presidente do país, com vistas à decretação de intervenção militar, logo após o anúncio do resultado da votação do segundo turno da última eleição.

Na versão dessa jornalista, os militares teriam traído a confiança do então presidente do país, ao negar apoio às medidas pretendidas por ele, que ainda teria sido ameaçado de prisão, caso ele insistisse com os planos de intervenção.

É sempre muito importante que o presidente da República avalie a importância dos assuntos do interesse do Brasil, quando se fizer necessária à sua decisão, quando ela seja realmente de suma relevância diante das gravíssimas crises institucionais.

Parece muito claro que a situação do momento exigia pulso forte para a tomada de decisão, porque o Brasil foi envolvido em fortes suspeitas de irregularidades, especialmente no tocante à possível manipulação do sistema eleitoral brasileiro, que exigia regular fiscalização independente, uma vez que houve a negativa da transparência da votação, por parte do principal órgão eleitoral, sem qualquer justificativa plausível, quando o artigo 37 da Constituição obriga a publicidade dos atos da administração pública, considerando que a transparência é um dos pilares fundamentais da democracia.

Conforme fica bastante cristalino, a jornalista afirma que o então presidente do país, evidentemente sem convicção de coisa alguma sobre o que deveria decidir, teria levado, pasmem, medida para conhecimento dos comandantes militares, cujo resultado teria sido a ameaça de prisão por parte do comandante do Exército, caso ele decretasse as medidas pretendidas.

Por incrível que pareça, esses comandantes eram subordinados do então presidente do país, que simplesmente se acovardou e colocou a viola no saco e deixou que a banda decomposta da política brasileira e o sistema dominante se apoderassem do poder, no Brasil, quando não teve coragem para averiguar a legitimidade das questionadas eleições.

Gente, o amarelamento do então presidente do país vai passar para a história brasileira como as maiores decepção e humilhação que a autoridade máxima do Brasil poderia materializar, em termos de desmoralização de autoridade constituída, por ele ter se arregado diante de subordinado que era simplesmente passível de exoneração quando ele teria sido ameaçado de prisão, que, se verdade, causa repulsa pela fragilidade da autoridade.

Tratava-se de oficial-general subordinado ao presidente da República, que estaria propondo decretar medidas importantes para salvar o Brasil da tragédia, que nem devia, porque ele não estava obrigado a dar satisfação a subordinado, quando os assuntos a serem deliberados eram de incumbência exclusiva dele, por força do disposto no artigo 142 da Lei Magna.

Esse dispositivo estabelece que o presidente do país pode decretar a garantia da lei e da ordem, justamente para a verificação de determinados assuntos, a exemplo da operacionalidade das urnas eletrônicas e outros atos abusivos e arbitrários.

Se o então presidente do país fosse minimamente macho e tivesse alguma responsabilidade para com a integridade do Brasil e compromisso com a verdade, ele simplesmente teria assumido sozinho a decretação da intervenção militar, determinando as verificações e as investigações necessárias, sem necessidade de submeter nada a ninguém, muito menos a subordinados dele.

Ele estava respaldado pela Constituição brasileira e quem se opusesse, conforme as circunstâncias, ele poderia prender, além de exonerar, pela perda da confiança.

No caso específico dos oficiais-generais que ameaçaram prender o presidente do país, se este tivesse autoridade, teria exonerado, no mesmo instante, antes mesmo que eles terminassem as suas absurdas ameaças, ante à demonstração de desrespeito à autoridade constituída, principalmente porque as importantes medidas tinham o amparo constitucional, ou seja, não havia qualquer irregularidade dos atos, salvo a gritante e inexplicável aceitação da ameaça por parte de presidente mole e covarde, que terminou permitindo a verdadeira inversão da ordem, evidenciando a incabível fragilidade da autoridade máxima do país.

Em síntese, em momento algum, houve traição por parte de ninguém, mas sim indiscutível frouxidão, incompetência, medo, irresponsabilidade e principalmente falta de compromisso para com o Brasil, conforme as ilações e as interpretações sobre os fato vindos à lume.

É preciso que prevaleça a verdade e que os envolvidos tenham a dignidade para assumirem as suas culpas, porque elas são cristalinas e somente não as enxergam quem não tem compromisso com o Brasil.

Brasília, em 17 de março de 2024

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