Uma
jovem estudante resolveu suspender a própria eutanásia, na condição de que duas
novas esperanças possam mudar, em definitivo, a decisão de pôr fim ao seu
sofrimento provocado por intensa dor, com a qual ela vem convivendo, há 11
anos, por causa da neuralgia do trigêmeo, distúrbio que provoca dor
incapacitante, que é considerada a pior do mundo.
A
estudante disse que uma das possibilidades de tratamento vem do neurologista
dela e a outra de equipe da Argentina.
A
dor atinge o rosto com altíssima intensidade, nos dois lados, na jovem, em
forma de pontadas ou choques.
Um
neurologista afirmou que "É variável, mas algumas pessoas podem ter 200
choques por dia.”.
A
moça relatou que "O choque elétrico da crise é muito forte. Eu tenho
uma dor constante durante o dia, uma dor permanente, e ela fica ali no nível 6,
mais ou menos. E quando tem a crise, a dor aumenta muito, vai ao nível 10 e
fica muito insuportável".
Ela
disse que "Eu vou tentar dependendo da margem de sucesso. Tudo vai
depender do que eles me apresentarem, porque se for uma terapia que não tem
muitas chances de sucesso, não tem muitos estudos, eu não vou me arriscar e me
submeter a mais tipos de cirurgia. Então, eu tenho que avaliar bem a proposta,
a condição. O médico ainda tem que me passar as informações".
A
segunda esperança está em uma clínica que já tem trabalho conhecido de médicos
especialistas no tratamento da doença.
A
conclusão dela é no sentido de que: "Se der certo e aliviar a dor,
talvez eu reconsidere a eutanásia. Tudo é válido para minimizar a dor. Mesmo
que eu tenha decidido optar pela eutanásia, ainda terei que passar por um
processo burocrático e demorado".
A
situação da jovem é tão grave que ela faz uso de canabidiol e de mais dez
medicamentos, por dia, entre antidepressivos, anticonvulsivos, opioides e
relaxantes musculares, cujas crises já afetaram a sua saúde mental, uma vez que
ela já tentou o suicídio, por duas vezes.
A
complexidade da doença já contabiliza a passagem dela por quatro cirurgias, 70
médicos consultados e mais de 50 remédios testados, inclusive a aplicação, no
músculo temporal e masseter, de botox, de quatro em quatro meses.
A
estudante teve a primeira crise há 11 anos, após ela ter saído de quadro de
dengue, quando o médico disse que o problema dela pode ter sido provocado pelo
vírus que causa a doença, porque ele se aloja nos nervos.
Mesmo
diante de seríssimo quadro de dificuldades, a jovem paciente apresenta palavra
de consolo às pessoas, nestes termos: "Para aquelas pessoas que também
têm neuralgia de trigêmeo, o meu recado é que não se desesperem e não achem que
a eutanásia é a saída para qualquer doença nesse nível. O meu caso é
extremamente raro, que não dá para ser usado como referência. O que eu quero
dizer é que as pessoas que sofrem disso, obrigatoriamente, vão se curar somente
pela eutanásia. Existem vários tratamentos possíveis".
Segundo
um médico, a neuralgia do trigêmeo é distúrbio que provoca dor intensa na
região do rosto, que também poderá atingir a cabeça, por onde passa o nervo
trigêmeo, responsável pela sensibilidade tátil, térmica e dolorosa da face.
O
trigêmeo tem três ramificações, compreendendo os sistemas oftálmica, maxilar e
mandibular, com interferência no controle das sensações do rosto.
O
neurologista declarou que "O trigêmeo é um nervo que faz,
primariamente, a inervação do rosto. É um nervo craniano direto. Então, as
regiões mais para cima da cabeça são inervadas por nervos que saem direto do
tronco cerebral. E o rosto é inervado pelo trigêmeo. Quando acontece alguma
lesão desse nervo, ou às vezes, até por um motivo que não se sabe bem, acontece
uma hiperestimulação causando o que se chama neuralgia do trigêmeo".
Ele
disse que há várias formas de tratamentos, "com remédios, cirurgias,
com radiocirurgias, (...).”
Por
fim, o médico disse que a disfunção do trigêmeo pode advir da má formação no
nervo, por consequência de doenças, como
a esclerose múltipla e tumores e que, qualquer lesão no trigêmeo, pode causar a
neuralgia, a exemplo de procedimentos odontológicos, que possam lesionar o nervo
ou causar abcessos.
À
toda evidência, essa terrível doença é incomum e provoca dores insuportáveis
com a persistência de enorme sofrimento, a ponto de levar a paciente a decidir
por pena capital, evidentemente sobre a própria vida, como no caso dessa jovem
estudante, que já tentou diversas formas de tratamento, que têm sido apenas
paliativas, até agora, visto que as suas dores são apenas aliviadas,
continuando a incomodá-la, a ponto de causar o desespero do suicídio.
Ainda bem que acaba de aparecer esperança, com luzes aparecendo no final
do túnel, quando uma ou outra alternativa apresentada possa acenar para a
recuperação da vida dessa jovem guerreira, que já mostrou enorme resistência
por longos 11 anos a fio de intenso sofrimento.
É muito importante que voltemos nossos pensamentos e atenções para o
deus da medicina, na esperança de que ele viabilize ao menos uma das duas
linhas de tratamento que acabam de surgir e que isso seja abençoado pelo Deus
verdadeiro, de modo que finalmente traga o alento de vida para essa esperançosa
jovem.
Brasília, em 8 de julho de 2024
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