terça-feira, 9 de julho de 2024

Irresponsabilidade

 

Conforme mensagem postada na internet, importante jogador da Seleção Brasileira de Futebol declarou que, ipsis litteris: “Se eu não tivesse tomado amarelo, nós ganhávamos de meio a zero".

A conclusão desse jogador pode ter preciso acerto, quando o segundo cartão amarelo aplicado a ele impossibilitou a sua participação no jogo seguinte, que foi decisivo para os planos da seleção brasileira.

A mesma verdade interpretativa se aplica à causa da aplicação do referido cartão, que teve por origem a ingênua bobagem de esse jogador meter a mão no pescoço de adversário, no jogo, esquecendo os salutares princípios inerentes ao respeito à dignidade que precisa imperar dentro do campo e às boas regras futebolísticas.

Ou seja, ao reconhecer que a causa da desclassificação por conta do recebimento do segundo cartão amarelo, o jogador, implicitamente, afirma, de forma categórica, em aceitação indiretamente, com outras palavras, que a culpa pela eliminação do Brasil, na Copa América, foi exclusivamente dele, que não teve a mínima sensibilidade para evitar bater, indevidamente, em adversário, obrigando a aplicação da penalidade devida pelo árbitro, por conta da visível estupidez dele de agredir desnecessariamente o jogador adversário.

Vejam que, talvez sem querer, o jogador diz algo que complica a sua situação, em termos de responsabilidade, quando ele afirma que o Brasil teria ganhado o jogo e continuado no certame, caso ele não tivesse praticado ato agressivo desnecessário, porque fora das regras do jogo, em situação absolutamente injustificável, quando não havia nada imperioso para se meter a mão no pescoço do jogador adversário, que mereceu a penalidade com o cartão amarelo e o impedimento dele do jogo seguinte, quando o Brasil foi eliminado.

Esse fato evidencia a necessidade do reconhecimento do erro, na forma como feito pelo próprio atleta, e da detida reflexão sobre o fato em si, de modo que se vislumbrem que atitude impensada e irresponsável como essa pode ter consequências vitais, como assim foi interpretado pelo próprio jogador, ao dizer que: Se eu não tivesse tomado amarelo, nós ganhávamos de meio a zero".

A verdade é que o dito cartão também faz parte do jogo e pode sim ser decisivo no certame, conforme o atleta teve a inteligência de assim interpretar a sua infeliz atitude, que pode ser interpretada como efetiva contribuição para prejudicar o seguimento do Brasil, na Copa América.

A triste realidade é que o Brasil foi eliminado de importante competição porque um jogador entendeu de meter a mão no pescoço de jogador do time adversário do Brasil, conforme ele próprio conclui nesse sentido.

À toda evidência, a CBF tem sido eterna cúmplice com a violência dos atletas brasileiros, que têm sido brutamontes em campo, batendo incontrolavelmente nos jogadores adversários e apenas sendo punidos com o cartão, conforme a gravidade das agressões, quando deveriam também haver severas penalidades por parte da CBF, mas nada faz, mesmo o jogador reconhecendo que a eliminação do Brasil da competição foi culpa dele, quando ele afirma que o cartão amarelo impediu que ele participasse do jogo que seria ganho, nem que fosse por “meio a zero”.

Ou seja, em síntese, fica muito claro, sem o menor esforço interpretativo, que a eliminação do Brasil da Copa América tem como culpados o jogador que recebeu cartão amarelo, por simples diversão e insensatez em agir com  irresponsabilidade, e a própria CBF, que não toma as necessárias providências, no sentido de instruir e orientar os jogadores quanto à estrita observância das regras do futebol, sob pena da aplicação de duras penalidades.

Esse lamentável episódio envolvendo a suspensão de jogador da seleção brasileira do último jogo, por ter agredido jogador adversário e recebido cartão amarelo, o segundo, sem sequer ser admoestado pela CBF, tem o condão de mostrar, de forma mais notória possível, completa falta de orientação sobre as questões relacionadas com a disciplina e a obrigatoriedade do cumprimento das regras do futebol, diante da ausência de punição aos jogadores relapsos, que cometem indisciplina e ainda fazem pouco caso, justamente porque eles terminam impunes pelo órgão máximo do futebol.

A impressão que se tem é a de que essa forma vexaminosa atende perfeitamente aos propósitos da entidade do futebol, à vista da falta de iniciativa saneadora diante dos reiterados abusos impunes dos jogadores, erram levianamente e ainda fazem comentários insensatos sobre eles.     

Enfim, o episódio em comento é da maior gravidade, porque ele tem influência nas pretensões do futebol brasileiro, que precisa urgentemente de organização, quanto à premente necessidade da imposição de ordem na casa.  

A atual realidade exige providências urgentes da Confederação Brasileira de Futebol, no sentido de orientação aos jogadores brasileiros sobre a   imperiosa necessidade de se comportarem de forma civilizada e respeitosa perante os seus adversários, em especial, dentro de  campo, tendo a obrigação de manterem a dignidade dos jogadores, em estrita harmonia com as saudáveis regras futebolísticas, sob pena de severas penalidades.   

Brasília, em 9 de julho de 2024


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