segunda-feira, 15 de julho de 2024

Indignação

 

Conforme manifestação em vídeo que circula na internet, o principal político da oposição brasileira expôs veemente indignação sobre fatos que ele considera bastante estranhos, porque eles divergem dos princípios as denúncias republicanos e democráticos, na forma do texto a seguir.

“Disputa, né, democrática pelo poder. Hoje, temos um cara na Presidência, que ninguém entende, né? Primeiro, porque tiraram da cadeia esse cara! Depois porque descondenaram o cara! Porque só tirar da cadeia ia faltar a quarta instância para condená-lo, ele tinha sido condenado em três instâncias. Ele não ia puder disputar pela ficha limpa. E o que fez uma parte da elite de Brasília, aqui, os Três Poderes terem amor pelo Lula? E aí se ouve falar: não as eleições, a derrota do Bolsonaro salvou o Brasil de uma ditadura. Com quem está Lula estes dias, o pessoal do Foro de São Paulo? O que o Foro de São Paulo, como nasceu? Nasceu em 90. Quem foram os criadores do Foro de São Paulo, as três entidades mais importantes, as pessoas Lula, Fidel Castro e FARC, o narcoestado das Forças Armadas da Colômbia. É este pessoal que são democratas? (...)”.

Além das denúncias acima, aquela autoridade reclamou dos abusos e arbitrariedades que aconteceram na campanha eleitoral dele, quando ele foi proibido de mostrar os vídeos que mostravam as sujeitas e as manifestações deploráveis do candidato opositor a ele, além de ele não poder mostrar os vídeos sobre viagens dele ao exterior, entre outras perseguições indicadas nas manifestações constantes do vídeo, ficando evidente a insatisfação dele pela maneira como o sistema teria sido adotado tratamento extremamente injusto em relação aos assuntos de interesse dele.

Primeiramente, impende salientar que não chega a ser novidade para ninguém, salvo para o mencionado político, o motivo pelo qual o país é comandado por pessoa cuja conduta como cidadão é incompatível com a relevância do cargo que exerce, por se tratar de ex-presidiário, por ter sido condenado à prisão diante da comprovação dos crimes de corrupção passiva e  lavagem de dinheiro, em razão de ele não ter conseguido provar a sua inocência quanto aos atos irregulares denunciados à Justiça brasileira.  

O certo é que tem muitas pessoas que pretendem se passar por desentendidas sobre a atual crise institucional, inclusive quem está se fazendo de inocente para buscar explicações para tamanha balbúrdia com a prevalente crise institucional, para entender os motivos pelos quais colocaram uma pessoa desonesta, incompetente, desprezível e irresponsável no lugar dele?

Para o bom entendedor, nem precisa de muito esforço para se compreender facilmente a conclusão dessa desgraçada e funesta sequência que descambou no descaminho da trilha dos princípios constitucionais e democráticos.

A bem da verdade, é muito provável que o início dessa tragédia nacional foi exatamente quando o então presidente do país resolveu colidir, de forma absolutamente irracional, contra ministros da corte maior do país, formulando acusações e críticas descabidas e inconvenientes para o estadista de verdade, ante a falta de prova sobre o que ele alegava sobre possíveis fraudes nas urnas eletrônicas, cujo cerne do problema ele tinha competência constitucional para sanear, por meio de projeto de lei apropriado ao saneamento da questão, de maneira civilizada, apenas com o emprego do diálogo, da diplomacia e da compreensão.

Viram-se e se ouviram, por todo tempo, mútuas e múltiplas agressões absolutamente desnecessárias, mas extremamente prejudiciais aos interesses nacionais, em clara regressão do princípio de civilidade.

As consequências dessa irracional selvageria redundaram na institucionalização do sistema, que, à luz dos nefastos acontecimentos, simplesmente decidiu afastá-lo definitivamente do poder, não importando o “modus faciendo” e muito menos o respeito aos princípios da competência, da moralidade e da dignidade, na administração pública, posto que, a partir daí, tudo seria feito com a finalidade de substituí-lo nas eleições presidenciais  realizadas em 2022.

Para a implementar seu objetivo, o sistema entendeu que a figura ideal, por ser flexível à sua submissão, justamente por não ter caráter algum, seria o político que se encontrava preso por conta da comprovação dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por ter carisma político, com maleabilidade para as necessárias manobras, sem questionamentos, a par de ter o perfil perfeito para atender aos objetivos preconizados pelo sistema.

Esse político se enquadrava como uma luva nos planos do sistema, não importando, repita-se, os atributos nefastos dele, mas sim o preenchimento das qualidades para substituir pessoa que fora considerada “non grata” pelo sistema.

Assim decidido, a corte maior cuidou de soltá-lo da prisão, por meio da decisão no sentido de que a partir de então a prisão de criminoso somente com o trânsito em julgado do processo, fato este que o beneficiou com a soltura.

Ultrapassada a primeira e importante medida, veio em seguida a anulação das condenações à prisão dele, em que pese elas já terem tramitado em três instâncias da Justiça, com o veredicto por unanimidade, em confirmação das sentenças judiciais.

Pronto, embora tudo providenciado aos moldes daquela corte, sem qualquer contestação, por parte de ninguém, nem mesmo da então principal autoridade do país, como se tudo estivesse juridicamente regular e perfeito, embora, convenhamos, tudo tivesse sido feito sob verdadeiro artificialismo, o ex-presidiário foi reabilitado politicamente, podendo se candidatar como num passe de mágica, com os arranjos providenciados para beneficiá-lo.

Outra medida importante para a consolidação da tragédia brasileira aconteceu com o sigilo demandado com relação à operacionalização das urnas eletrônicas, em que ninguém teve acesso aos documentos e resultados inerentes a elas, sem que houvesse qualquer contestação à altura, a exemplo da contestação por meio da implantação da garantia da lei e da ordem, na forma prevista no artigo 142 da Constituição,

Essa medida poderia ter sido feita pelo político que finge desconhecer o estágio deplorável que se encontra o Brasil, que certamente estaria bem diferente se ele tivesse tido o mínimo de sensibilidade política e competência administrativa, em condições de perceber que essa desgraça tem um único irresponsável pela desgraça brasileira, por ele ter deixado de tomar as necessárias medidas quando o país implorava pelo socorro providencial de incumbência dele, à vista das circunstâncias, quando se fazia necessária a verificação sobre a regularidade das últimas eleições brasileiras.

Causa bastante estranheza que essas calamidades tenham contribuído para o estado de extrema deplorabilidade do Brasil, mas as pessoas ainda ficam questionando, se fazendo de desentendidos sobre a verdadeira realidade brasileira, querendo encontrar culpados, quando os acontecimentos são cristalinos e mostram a verdade nua e crua, dependendo apenas da boa vontade para enxergá-los com os próprios olhos, de vez que os fatos não amentem jamais!

Brasília, em 15 de julho de 2024

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