terça-feira, 30 de julho de 2024

Surpresa nas urnas?

 

A líder da oposição da Venezuela declarou que o seu grupo político tem como garantir aos venezuelanos a vitória do seu candidato, na eleição realizada no último domingo.

Ela afirmou que "Temos 73,20% das atas e, com este resultado, o nosso presidente eleito é Edmundo González Urrutia", segundo informação da agência Associated Press.

A convicção da líder tem por base as atas de votação que a oposição conseguiu coligir, cujos votos somados atingem o total de 6,27 milhões, contra 2,75 milhões do ditador.

Ela declarou que, "Com as atas que nos faltam, mesmo que o Conselho Nacional Eleitoral tenha dado 100% dos votos a Maduro, eles não são suficientes".

O candidato da oposição pediu "calma e firmeza", na contestação do resultado, e considerou ato de irresponsabilidade que a autoridade eleitoral venezuelana tenha feito "anúncio prematuro de resultados sem ter sido auditado".

A oposição pretende realizar manifestação em apoio ao candidato da oposição, em frente ao prédio da representação da Organização das Nações Unidas (ONU), em Caracas.

Após o pronunciamento da oposição, o ditador disse que os protestos que aconteceram no país, por conta de sua proclamação como vencedor, acrescentando que seu governo "sabe enfrentar esta situação e derrotar aqueles que são violentos".

Em síntese, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou que o ditador venezuelano venceu a eleição, com 51% dos votos, enquanto esse resultado foi contestado pela oposição, por não acreditar na fidelidade dos votos dos eleitores.

O resultado proclamado pelo CNE também foi questionado por autoridades de, pelos menos, 15 países, principalmente diante de suspeitas de fraudes no processo eleitoral, embora os países de regime socialista o reconheceram como válido.

Não obstante, logo depois da proclamação do questionável resultado, eleitores realizaram panelaços e manifestações, na capital daquele país.

Conforme a líder da oposição, o seu candidato venceu em todos os Estados, em votação retumbante contra o regime ditatorial.

Por fim, a oposição acusa o governo da prática de fraude e se recusa a reconhecer a decisão do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, por não confiar na regularidade do pleito eleitoral da Venezuela.

A propósito, importa trazer à baila importante informação prestada, antes da eleição presidencial, em que o ditador garantiu que a Venezuela tem o melhor sistema eleitoral do mundo, com 16 auditorias e uma auditoria em tempo real de 54% das urnas, tendo afirmado que, "Em que outra parte do mundo faz isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é auditável? No Brasil? Não auditam nenhuma ata. Na Colômbia? Não auditam nenhuma ata".

Com base nessas afirmações do ditador, espera-se que se deem crédito às auditorias anunciadas por ele, dando-se validade ao verdadeiro resultado das urnas, que sintetiza a vontade dos eleitores venezuelanos.

Ou seja, os elementos que são apresentados pela líder da oposição são os mesmos referidos pelo ditador, que garantiu que eles são fidedignos para assegurar a regularidade da eleição naquele país.

Na confirmação da veracidade apresentada pelo ditador, não há a menor dúvida de que a oposição foi a vencedora na eleição presidencial venezuelana, a depender da seriedade das auditorias, eis que os dados mostrados pela líder da oposição têm por base “O sistema eleitoral auditável”, que pode mostrar a legitimidade das urnas.

Espera-se que se permita a auditagem regular do processo eleitoral venezuelano, de modo que o resultado das urnas reflita exatamente a vontade dos eleitores daquele país, que se manifestavam em prol da ampla vantagem do candidato da oposição sobre o ditador daquele país.

Brasília, em 30 de julho de 2024

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