A
desistência à reeleição do presidente norte-americano pode contribuir para mudar
os destinos do país do tio Sam e quiçá do mundo, uma vez que havia enorme
incerteza quanto às condições de saúde dele, se imaginando, por isso, que o
candidato republicano de oposição a ele já se aproximava da Casa Branca, muito
comodamente.
A aludida
decisão abre a possibilidade para a inclusão de novo candidato democrata com reais
condições de debate de ideias que o atual presidente já tinha deixado à margem,
quando isso ficou demonstrado no debate realizado com o seu opositor, onde ele
se mostrou completamente alheio à realidade, em termos de conectividade dos
assuntos políticos da atualidade.
Os analistas
políticos não tinham dúvidas de que a eleição do republicano para a Presidência
dos Estados Unidos já era favas contadas, na disputa com o atual presidente
daquele país, no mês de novembro vindouro.
Não
obstante, é sempre difícil se prever os resultados das urnas, principalmente naquele
país, quando a escolha é feita por meio do Colégio Eleitoral, cujo processo é
bastante curioso e complexo, em que o candidato vencedor de determinado estado
ganha os votos de todos os delegados, mesmo que o candidato derrotado vença na
votação popular.
Ou seja,
pouco importa a vontade soberana do povo, porque prevalece a vontade do Colégio
Eleitoral, precisando de muita democracia para se entender tanta complicação,
em termos eleitorais.
Essa
incrível distorção eleitoral só acontece nos Estados Unidos, que nem existe
Justiça Eleitoral por lá, onde os estados, cada qual, organizam as eleições,
segundo os seus costumes, tradições e legislação.
Sabe-se
que, a princípio, o Colégio Eleitoral daquele país foi criado com a finalidade
precípua de defender as suas instituições e garantir que tão somente as pessoas
honradas e qualificadas pudessem concorrer à Presidência do país, mas isso, a
rigor, não vem sendo observado, quando a qualidade dos presidentes
norte-americanos não vem sendo garantida, à luz da intenção originária.
É o caso
do atual candidato republicano, que é fenômeno na mídia e milionário, que nunca
mostrou o extrato da sua declaração de Imposto de Renda, já tendo sido punido
por esse comportamento, mas continua a desrespeitar decisões judiciais, tendo
ainda a pachorra de frequentar tribunais fazendo ironia com os juízes.
Quando
ele saiu da Casa Branca, levou documentos secretos para a sua casa, na Flórida,
e nada aconteceu de penalidade aplicada a ele.
Em que
pese seus arroubos contra os princípios do bom senso e da sensibilidade, ele é o
mais importante líder da extrema-direita mundial, sempre aplaudido por seus
atos, mesmo que contrariem à racionalidade.
Convém
que seja notada a importante característica da política dos Estados Unidos,
como país que não existe partido com cunho comunista, cujo regime foi duramente
perseguido durante a Guerra Fria, cujo partido foi colocado na ilegalidade no
ano de 1954.
Naquele
país sequer há o socialismo democrático, ao estilo europeu, mas existe o
Partido Democrata, que tem tendência de centro, enquanto o Partido Republicano
vem se posicionando como de direita conservadora.
A
vice-presidente dos Estados Unidos poderá herdar o espólio do presidente,
inclusive a estrutura de campanha e as doações financeiras, que são essenciais na
caminhada eleitoral norte-americana, cabendo a ela mostrar competência para
enfrentar o candidato republicano.
Antes da
renúncia à reeleição, um candidato era considerado completamente inapto, por
razões de saúde, enquanto o outro é considerado culpado por crimes diversos,
cujo quadro indicaria, por meio de pesquisas de preferência de votos, que
muitos eleitores estavam decidindo não votar em nenhum dos dois.
Agora
pode surgir a simpatia por novo candidato, a depender do carisma dele,
principalmente se ele agregar qualidades que justifiquem equilíbrio emocional,
competência e principalmente sensibilidade para presidir o país que ainda é
considerado o centro das atenções mundiais, em termos políticos e econômicos.
No
Brasil, cria-se enorme expectativa sobre a possível vitória do candidato
republicano, que já era quase certa se o candidato natural não tivesse
desistido do próximo pleito eleitoral, caso em que já era enorme a antecipada excitação
dos direitistas nacionais, na tentativa de saírem às ruas com seus bordões ufanistas
contra a nefasta esquerda.
Enfim, ressurge
a esperança de que apareça candidato democrata revestido de bastante equilíbrio
e sensibilidade para as importantes responsabilidades não somente
norte-americanas, mas também mundiais, uma vez que o globo ainda é controlado
por essa potência, que merece ser comandada por político com capacidade de compreender
a complexidade e a engenhosidade do mundo moderno.
A verdade
é que toda essa extraordinária responsabilidade é colocada sob dependência da competência do candidato democrata, tendo
em vista que, se ele fracassar, o insensato e arrogante candidato republicano terá
amplas e escancaradas avenidas para a destruição não apenas dos Estados Unidos
da América, mas também do resto do mundo.
Brasília, em 24 de julho de 2024
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