quarta-feira, 31 de julho de 2024

Violência

 

O povo da Venezuela resolveu mostrar a sua indignação contra a desgraçada ditadura predominante nesse país, ao sair às ruas, em forma de multidão jamais vista ali, gritando a palavra de ordem de “Liberdade!”, com a finalidade de reivindicar e exigir a vitória nas eleições presidenciais do candidato da oposição, que apelou pelo fim da repressão ao movimento pacífico, que já soma o inadmissível saldo de, pelo menos, 12 mortos, além de milhares de pessoas feridas e presas.

Um líder comunitário disse que “Devemos permanecer nas ruas, não podemos permitir que nos roubem os votos tão descaradamente. Isso precisa mudar”.

A oposição afirma, com absoluta convicção, ter em seu poder provas da sua vitória, tendo por base cópias de documentos referentes a 84% das atas oficiais das urnas, que provam as fraudes, os quais foram publicados em site de confiança.

A comunidade internacional pressiona por recontagem transparente dos votos, a exemplo dos presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, que pediram a apresentação das atas de votação “de forma imediata”, ressaltando que as eleições na Venezuela representam “momento crítico para a democracia no hemisfério”.

Autoridade da diplomacia da União Europeia (UE) seguiu a mesma linha, pedindo “acesso imediato às atas de votação de todas as seções eleitorais. Até que as autoridades publiquem as atas e as mesmas sejam verificadas, os resultados anunciados não poderão ser reconhecidos”.

O representante da UE disse que as eleições presidenciais venezuelanas não seguiram “parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral. Não pode ser considerada democrática”, afirmando indiretamente que realmente houve fraude, que precisa ser não só repudiada, mas, principalmente, saneada, para o bem dos princípios da honestidade e da dignidade, à vista dos princípios democráticos e universais de civilidade.

O presidente do Peru reconheceu o candidato da oposição como o presidente eleito “legítimo” da Venezuela, tendo protestado, ao afirmar: “diante da impossibilidade de demonstrar de forma confiável sua atribuída vitória eleitoral, exibindo todas as atas com verificação internacional, como solicitam os países e múltiplas organizações internacionais”.

O candidato da oposição apelou no sentido de que os militares se mantenham a calma, nestes termos: “Senhores das Forças Armadas: não há razão para reprimir o povo da Venezuela, não há motivo para tanta perseguição”.

Não obstante, em que pese a urdida e sórdida manipulação do resultado das urnas, o ditador venezuelano responsabilizou o grupo da oposição de provocar violência nas manifestações e garantiu que “a justiça vai chegar. Responsabilizo o senhor, González Urrutia, por tudo o que está acontecendo na Venezuela, pela violência criminosa, pelos delinquentes, pelos feridos, pelos mortos, pela destruição. A justiça será feita contra diabos e demônios. Haverá justiça. Saia da sua guarida, senhor covarde!”.

Diante do clima aquecido na Venezuela, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos e o responsável pela diplomacia da UE pediram respeito à manifestação pacífica dos opositores.

A ONG de defesa dos direitos humanos Foro Penal afirmou que “Preocupa-nos o uso de armas de fogo nestas manifestações. O fato de terem ocorrido 11 mortes em um único dia é um número alarmante”.

As Forças Armadas estão dando apoio à ditadura e declararam  lealdade absoluta e apoio incondicional” ao ditador, tendo inclusive encampada a ideia de golpe contra o tirano, quando os fatos provam justamente o contrário dessa absurda assertiva.

O clima predominante na Venezuela é de muita tensão social, culminado com violenta repressão por parte da ditadura, que não reconhece a indiscutível derrota do tirano ditador, que liderou grosseiras fraudes no processo de apuração dos votos, regularmente depositados nas urnas, dando retumbante vitória à oposição, conforme comprovam os boletins oficiais que asseguram a incontestável e legítima vitória do candidato da oposição.

Espera-se que o bom senso e a sensatez possam prevalecer nesse lamentável episódio, que tem a predominância da insensibilidade e da monstruosidade ditatoriais, que abomina e massacra a vontade soberana da democracia e insiste em impor a sua perversidade de arrogante e tirânica autoridade, imposta à sociedade subjugada e sufocada pela insanidade do poder absoluto.

Convém que os venezuelanos se união e se mobilizem, com a maior coesão possível, evidentemente tendo o indispensável apoio das nações civilizadas e evoluídas, para derrotarem, o quanto antes melhor, uma das mais impostoras e destrutivas ditaduras degenerativas enraizadas na Venezuela, como forma de livramento e salvação daquele povo martirizado pela desgraça de regime das trevas.   

Brasília, em 31 de julho de 2024

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