Um deputado federal
do PDT foi anunciado pela Presidência da República como o novo ministro do
Trabalho em atendimento às cobranças desse partido e das centrais sindicais,
exatamente na véspera do Dia do Trabalho, 1º de maio. É curioso o fato de que o
anúncio desse nome, embora fosse o preferido pela presidente da República para
o cargo, foi definido em seguida à reunião dela com o presidente do PDT, aquele
falastrão corrupto, que esteve à frente da pasta por mais de quatro anos, tendo
sido defenestrado do cargo em dezembro último, em virtude dos bombardeios de uma
série de denúncias de corrupção por ele praticada. Na ocasião, de forma
extremamente estranha, em face dos lamentáveis motivos motivadores do
afastamento do antigo ministro, a presidente o agradeceu pela importante colaboração
e consolidação das conquistas obtidas pelos trabalhadores brasileiros, nos
últimos anos. Em que pesem as graves denúncias contra o ex-ministro, até agora,
nada foi esclarecido quem pagou pelo avião e sobre possível acerto sobre os valores
inerentes à dupla e concomitante ocupação de cargos públicos no Rio de Janeiro
e em Brasília, por cinco anos. Apenas a Procuradoria Geral da República disse
que acúmulo de cargos públicos, em tese, é crime, mas não houve qualquer punição.
Não obstante, a pior aberração fica mesmo por conta da entrega de mais um
ministério para um partido político, o mesmo que já demonstrou completa incompetência
para gerenciá-lo, tendo o usado apenas para a satisfação dos interesses pessoais
e partidários, em detrimento dos programas governamentais, ante a ausência de
resultados satisfatórios. Essa nova
nomeação também evidencia a verdadeira colonização dos ministérios, com a
continuação do comando de um órgão de primeiro escalão ficando nas mãos dos calejados
corruptos, sem qualquer mudança de filosofia de trabalho e muito menos de
orientação presidencial. Por ter sido indicado pelo presidente do partido
afastado do cargo de ministro por suspeita de corrupção, o novo ministro já
começa com sua credibilidade abalada e seu cargo comprometido com o seu
padrinho político, para quem o ministério terá as portas abertas, ou seja, a
pouca vergonha somente muda de mãos. Na verdade, o povo brasileiro é
responsável por esse descalabro e descrédito de autoridade, máxime pela falta
de seriedade que vem resultando deficiência e degeneração do gerenciamento dos
recursos públicos, pela delegação aos governantes sem exigir nada em troca,
como honradez, eficiência, economicidade, moralidade e principalmente exemplo
de dignidade e competência para comandar e gerenciar os negócios da sociedade. O
povo brasileiro tem a obrigação de pensar com inteligência e sobretudo com
responsabilidade sobre o que é realmente melhor para a nação, além de se impor com
convicção e altruísmo sobre seus direitos de poder opinar e decidir soberanamente
com relação aos destinos do país. Urge que a sociedade se conscientize sobre a real
necessidade de serem eleitos somente pessoas comprometidas com a competência, a
eficiência, a honradez, a moralidade, a economicidade e demais princípios que
possam contribuir, de forma efetiva, para amenizar esse extremoso absurdo de
incompetência do gerenciamento do Estado brasileiro, que vem prejudicando seriamente
o desenvolvimento socioeconômico do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de abril de 2012