Sem nenhum critério
quanto à busca da eficiência administrativa ou gerencial, mas apenas com o
objetivo de apaziguar a insatisfação da base aliada, a presidente da República acaba
de promover a dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios, conforme havia ensaiado
iniciado há dias, quando ficou explícito seu estilo de tratar as demissões de
ministros, deixando que os partidos envolvidos e interessados nas mudanças ficassem
fervilhando os noticiários com a boataria acerca de nomes e das pastas,
causando o maior corre-corre e insegurança entre os incompetentes ministros,
por temerem ficar sem o próprio cargo e ainda perder o cabide que sustenta uma
corriola de apaniguados. Ela é
terrivelmente cruel, por deixar seus ministros à míngua de informações quanto à
permanência ou não nos cargos. O clima de incertezas só aumenta o desgaste
público dos ministros, ante a informação de que os incompetentes iriam perder a
confiança, levando com eles a sua equipe de colaboradores, igualmente
incapazes, de modo que as especulações tornaram verdadeiro martírio para os
auxiliares direitos, por temerem a chamada à presença da mandatária do país
para o ultimado da limpeza das gavetas, recheadas apenas de relação dos
afilhados e protegidos. Ninguém quer perder essa “boquinha” na administração
pública, que apenas exige dos ocupantes dos cargos de ministros e de comissão
que eles pertençam aos partidos de sustentação do governo e confirmem
fidelidade aos seus objetivos, sem qualquer necessidade de conhecimentos técnico-profissionais,
requisitos estes obrigados nos países com a mínima seriedade no que diz
respeito ao gerenciamento do patrimônio da sociedade. O governo deveria ter
consciência sobre a gravidade do inchamento da máquina pública, com a
composição de ministérios e órgãos extrapolando o senso da razoabilidade
funcional, principalmente quando se verifica que existe superlotação de órgãos
que nada produzem em beneficio da sociedade. A presidente deveria ter a
dignidade de definir com competência e eficiência reforma ministerial não para
a vergonhosa acomodação de aliados incompetentes no governo, para amainar
insatisfação de aliados, mas para diminuir a quantidade de órgãos públicos, que
servem apenas como cabide de empregos, à custa dos bestas dos contribuintes,
que aceitam pacificamente tamanha excrescência com o seu dinheiro. Essas
inadmissíveis mudanças de nomes nos ministérios evidenciam inequívoca
demonstração por parte do governo de falta de compromisso ético e moral com a
gestão dos negócios do Estado, porquanto elas servem apenas como moeda de
troca, como forma de ampliar e garantir apoio ao governo dado pelos partidos
interessados nos cargos públicos. Não adianta mudar nomes na Esplanada, porque
a incompetência só aumenta com os novos políticos ministros e seus asseclas, em
cristalino prejuízo à eficiência administrativa. A manutenção de políticos nos
ministérios, sem conhecimentos técnico-profissionais nem competência para
comandar a pasta, evidencia cristalina irresponsabilidade do governo perante a
sociedade, que é obrigada a custear os conchavos políticos e as indecentes
coligações partidárias, com a exclusiva finalidade de fortalecer a base de
apoio do governo, que manda para o espaço o real objetivo do ministério, que
seria a prestação de serviços públicos de qualidade, mas jamais há de existir
enquanto a administração pública servir exclusivamente de balcão de negociatas,
de forma antiética e imoral. Na verdade, somente ocorre significativa mudança
com o substancial aumento da despesa pública, em virtude da expressiva substituição
dos apaniguados, aumentando ainda mais a ineficiência da máquina, à custa de
recursos públicos. A sociedade tem o dever cívico de repudiar com veemência as
leviandades e os caprichos do governo, com as absurdas nomeações de políticos
para cargos públicos, com o exclusivo objetivo de assegurar apoio às suas
pretensões políticas, em oposição aos princípios fundamentais da administração
pública, em especial à ética, moralidade, eficiência, legalidade e
economicidade... Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de março de 2013
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