sábado, 16 de março de 2013

A era do fisiologismo

Sem nenhum critério quanto à busca da eficiência administrativa ou gerencial, mas apenas com o objetivo de apaziguar a insatisfação da base aliada, a presidente da República acaba de promover a dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios, conforme havia ensaiado iniciado há dias, quando ficou explícito seu estilo de tratar as demissões de ministros, deixando que os partidos envolvidos e interessados nas mudanças ficassem fervilhando os noticiários com a boataria acerca de nomes e das pastas, causando o maior corre-corre e insegurança entre os incompetentes ministros, por temerem ficar sem o próprio cargo e ainda perder o cabide que sustenta uma corriola de apaniguados.  Ela é terrivelmente cruel, por deixar seus ministros à míngua de informações quanto à permanência ou não nos cargos. O clima de incertezas só aumenta o desgaste público dos ministros, ante a informação de que os incompetentes iriam perder a confiança, levando com eles a sua equipe de colaboradores, igualmente incapazes, de modo que as especulações tornaram verdadeiro martírio para os auxiliares direitos, por temerem a chamada à presença da mandatária do país para o ultimado da limpeza das gavetas, recheadas apenas de relação dos afilhados e protegidos. Ninguém quer perder essa “boquinha” na administração pública, que apenas exige dos ocupantes dos cargos de ministros e de comissão que eles pertençam aos partidos de sustentação do governo e confirmem fidelidade aos seus objetivos, sem qualquer necessidade de conhecimentos técnico-profissionais, requisitos estes obrigados nos países com a mínima seriedade no que diz respeito ao gerenciamento do patrimônio da sociedade. O governo deveria ter consciência sobre a gravidade do inchamento da máquina pública, com a composição de ministérios e órgãos extrapolando o senso da razoabilidade funcional, principalmente quando se verifica que existe superlotação de órgãos que nada produzem em beneficio da sociedade. A presidente deveria ter a dignidade de definir com competência e eficiência reforma ministerial não para a vergonhosa acomodação de aliados incompetentes no governo, para amainar insatisfação de aliados, mas para diminuir a quantidade de órgãos públicos, que servem apenas como cabide de empregos, à custa dos bestas dos contribuintes, que aceitam pacificamente tamanha excrescência com o seu dinheiro. Essas inadmissíveis mudanças de nomes nos ministérios evidenciam inequívoca demonstração por parte do governo de falta de compromisso ético e moral com a gestão dos negócios do Estado, porquanto elas servem apenas como moeda de troca, como forma de ampliar e garantir apoio ao governo dado pelos partidos interessados nos cargos públicos. Não adianta mudar nomes na Esplanada, porque a incompetência só aumenta com os novos políticos ministros e seus asseclas, em cristalino prejuízo à eficiência administrativa. A manutenção de políticos nos ministérios, sem conhecimentos técnico-profissionais nem competência para comandar a pasta, evidencia cristalina irresponsabilidade do governo perante a sociedade, que é obrigada a custear os conchavos políticos e as indecentes coligações partidárias, com a exclusiva finalidade de fortalecer a base de apoio do governo, que manda para o espaço o real objetivo do ministério, que seria a prestação de serviços públicos de qualidade, mas jamais há de existir enquanto a administração pública servir exclusivamente de balcão de negociatas, de forma antiética e imoral. Na verdade, somente ocorre significativa mudança com o substancial aumento da despesa pública, em virtude da expressiva substituição dos apaniguados, aumentando ainda mais a ineficiência da máquina, à custa de recursos públicos. A sociedade tem o dever cívico de repudiar com veemência as leviandades e os caprichos do governo, com as absurdas nomeações de políticos para cargos públicos, com o exclusivo objetivo de assegurar apoio às suas pretensões políticas, em oposição aos princípios fundamentais da administração pública, em especial à ética, moralidade, eficiência, legalidade e economicidade... Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 15 de março de 2013

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