Sem a menor preocupação quanto às questões éticas e
morais e na contramão dos reiterados protestos da sociedade, o presidente do
Senado Federal foi alvo de aclamação pelos militantes do PMDB, em evento que
contou com a presença da ala jovem do partido. No final do encontro, houve
disputa entre os jovens para tirar fotos com o senador alagoano. É bastante
espantoso que o senador tenha sido efusivamente aplaudido pela juventude
peemedebista, que, aos gritos, bradava "Renan, de novo, representando o povo!", quando os íntegros
brasileiros o hostilizam desde a sua eleição para o citado cargo, mediante
protestos públicos realizados em várias cidades. Além do abaixo assinado na
internet, pedindo sua saída, com adesão superior a 1,6 milhão de pessoas. Os
correligionários do senador alegam apenas que, por enquanto, há denúncias contra ele, mas ainda
nada foi provado que impeça que o parlamentar continue sendo um símbolo do
partido. Cada
época tem a sua juventude, como a transviada, cara-pintada e tantas outras que
representam o seu tempo. Essa do PMDB pode ser apropriadamente denominada
juventude hipócrita, por fingir que o presidente do Senado tem o seu apoio,
quando ela sabe que se trata de um político sem um pingo de compostura moral, à
vista do seu passado manchado por muitos crimes contra a administração pública,
como desvio de recursos públicos, apresentação de notas fiscais falsas para
justificar gastos com dinheiro público, enriquecimento ilícito, entre outros procedimentos
inidôneos que desabonam e desqualificam a sua pessoa até mesmo como
representante do povo. Não há dúvida de que esses fatos conspiram contra a sua
dignidade e honestidade, sendo ele, na atualidade, o símbolo máximo de tudo de
ruim e do que não presta na política brasileira. De certa forma, esse apoio da juventude
peemedebista representa atitude prejudicial e enganosa para o parlamentar
alagoano, por partir das suas hostes, quando o resto do país clama por sua renúncia
ao cargo de presidente do Senado. Em tese, nem era para se estranhar a
estupidez do apoio da juventude partidária a um emérito corrupto, levando-se em
conta que ele teve não só o respaldo da maior autoridade do país e dos seus
asseclas para se eleger ao cargo máximo do Senado, como foi saudado como sendo
um brilhante e imaculado homem público, acima de qualquer suspeita, quando o
Supremo Tribunal Federal deve se pronunciar sobre denúncia contra ele, a
respeito de crimes contra a administração pública, fato que já seria mais do
que suficiente para caracterizar a falta de condições éticas e morais para o
exercício de cargo da magnitude de presidente do Senado. É de se lamentar que a juventude do país esteja
seguindo os piores exemplos da atual política brasileira, com assimilação de péssima
lição da falta de conduta ética e moral. O certo é que os homens públicos a
quem a juventude vem se espelhando não têm reputação moral nem dignidade
capazes de contribuir com a formação de novo político, uma vez que, no caso do
presidente do Senado, a sua conduta é repudiada pela sociedade, em virtude das
práticas de corrupção com recursos públicos e da sua participação noutras
falcatruas, como se isso fosse ética política. A juventude, que pretende ser
político amanhã, não pode conviver nem aprender com os homens públicos
inescrupulosos e indecorosos, pois suas artimanhas e seus instrumentos da
maestria política são contrários aos interesses públicos. Não há dúvida de que
essa aproximação promíscua é bastante prejudicial ao futuro da juventude, que não
será promissora com a devassidão cívica e os maus exemplos políticos. A
sociedade espera que a juventude se conscientize sobre a necessidade de sempre
observar os princípios éticos e morais também na política, devendo abominar os homens
públicos que menosprezam os preceitos do decoro e da probidade no serviço público.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 03 de março de 2013
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