Ignorando as crises
que assolam o país, como a seca do Nordeste e as incertezas na economia, a presidente
da República levantou voo com destino ao velho mundo, tendo desembarcado em
Roma, para assistir a missa de entronização do papa. Como não poderia ser diferente,
ela e sua ilustre comitiva, todos muito bem transportados, hospedados e
alimentados à custa dos idiotas dos contribuintes, aproveitaram o interstício
até a solenidade papal para visitarem museus, como forma de preencher a folga
turística. Em entrevista concedida aos jornalistas, ela disse, se referindo ao
papa, que "Eu acho que ele tem um
papel a cumprir”. Quanto à aproximação da Igreja aos pobres, a presidente
afirmou que “É uma postura importante. É
claro que o mundo pede, hoje, além disso, que as pessoas sejam compreendidas e
que as opções diferenciadas das pessoas sejam compreendidas", não
tendo deixado claro a que "opções diferenciadas" ela estava se referindo.
Questionada se a eleição do papa latino-americano poderá influenciar no debate
brasileiro sobre questões pertinentes à Lei do Aborto e ao casamento entre
pessoas do mesmo sexo, ela teria respondido que "não parece que seja um tipo de papa que vá defender esta posição".
É lamentável que a presidente e outros altos servidores públicos, sem um pingo
de pudor ético, decidam fazer viagem turística com recursos públicos, não
levando em conta o custo-benefício dessa desastrada saída do país, que, na
verdade, não se justifica quanto à sua necessidade para o interesse da nação,
porque não acrescenta coisa alguma a absolutamente nada, senão ao atendimento
do ego de quem não tem objetividade para os destinos do país. É bem provável
que o resultado desse indecente passeio sob os auspícios do dinheiro público,
que poderia ser muito mais aproveitado se fosse destinado ao flagelo da seca do
Nordeste, tenha como direcionamento argumentações no calor da campanha
eleitoral da reeleição, quando as questões religiosas serão objeto de
questionamento, em defesa de quem é mais chegado à Igreja Católica. Logo ela,
convicta comunista, deve dizer que confessa alguma religião somente com fins
eleitoreiros. Ainda que a visita à Roma dos Césares tenha sido realizada
mediante o grave pecado de ter sido custeada com recursos dos bobos dos
eleitores, que, mesmo penalizados com o desvio de verba para futilidade, quando
deveria ter sua destinação para finalidade verdadeiramente pública, ainda votam
em quem não tem compromisso com o primacial atendimento das necessidade do povo
brasileiro. Ao invés de pretender ensinar Pai-Nosso ao papa ou dar-lhe lição
acerca do respeito às opções diferenciadas das pessoas - que nem ela sabe do
que se trata -, a presidente poderia se preocupar em administrar o país com
competência, acabando com a corrupção; enxugando a máquina pública; abominando
o escrachado fisiologismo político; viajando somente quando realmente
necessário; promovendo as reformas estruturais; priorizando e investindo em
políticas públicas de saúde, educação, segurança pública etc. Infelizmente, a presidente não tem o mínimo
de culpa pela incompetência do seu assessoramento e do seu governo. A culpa, na
realidade, é do povo que ainda vota, na sua expressiva maioria, com o cartão do
bolsa família numa mão e a cédula eleitoral na outra. O povo brasileiro precisa
se conscientizar, com urgência, sobre a necessidade de eleger pessoas sensatas e
competentes para representá-lo, que pensem brasilidade e entendam sobre metas prioritárias
para o país, sob pena de continuar chancelando, com pesados tributos viagens de
turismo de seus representantes políticos e enorme legado de incapacidade
gerencial do país, sem retorno para a sociedade tupiniquim. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de março de 2013
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