Ao
ensejo da morte do ex-presidente venezuelano, o ex-ministro da Casa Civil, condenado
no processo do mensalão a 10 anos e 10 meses de prisão, além de multado em
valor acima de R$ 676 mil, pleiteia autorização junto ao Supremo Tribunal
Federal para participar, em Caracas, na Venezuela, das cerimônias fúnebres do
seu ídolo. O pedido foi dirigido ao relator do processo do mensalão, que preside
aquela Corte, o qual houve por bem determinar, em novembro último, com o
objetivo de serem evitadas fugas dos mensaleiros, o recolhimento dos
passaportes dos condenados naqueles autos, proibindo-os de sair para o exterior,
salvo autorização prévia. Na petição, o ex-ministro alegou "relação de
amizade" entre ele e o ex-presidente, dizendo que "... pretende estar presente ao funeral em razão
da relação de amizade que mantinha com o Excelentíssimo presidente Hugo Chávez".
O petista promete retornar ao país após 24 horas do enterro, a realizar-se na
próxima sexta-feira. Seguindo vontade similar à do ex-ministro da Casa Civil, muitos
políticos polêmicos, controversos, tiranos, ditadores, populistas e
assemelhados da América Latina pretendem prestar homenagem, comparecendo ao
funeral do ex-amigo igualmente questionável quanto às suas atitudes pouco
diplomáticas. Inclua-se nesse rol o sempre contestado presidente do Irã, que antes
prometera amizade eterna ao então presidente venezuelana, enquanto este, à
ocasião, disse que o mandatário do Irã era seu “verdadeiro irmão”. O presidente
do Irã, que decretou um dia de luto oficial pelo funesto acontecimento, disse
que gostaria de estar presente na despedida do aclamado ex-presidente. Ao que
se percebe, os simpatizantes às ditaduras, ao comunismo e aos sistemas
ditatoriais estão se mobilizando e se solidarizando por ocasião do
desaparecimento de um líder carismático e, apesar de populista, intolerante
quanto às opiniões da sua dissidência política. Existe ávida esperança de que a morte do ditador venezuelano também seja
benéfica para o Brasil, ao propiciar excelente oportunidade para que o país se
livre em definitivo de pessoas prejudiciais aos interesses nacionais, como
aquelas que foram capazes de arquitetar e comandar, de forma inescrupulosa, a
bem organizada e estruturada quadrilha para desviar recursos públicos para os
cofres do seu partido, com a finalidade de comprar a consciência de mesquinhos
e antinacionalistas parlamentares no Congresso Nacional, para apoiar projetos
do governo. Não há dúvida de que é bastante favorável para o Brasil que o
ex-ministro consiga autorização para ausentar-se do país e possa levar consigo
seus asseclas e demais simpatizantes do ex-ditador venezuelano, aproveitando
para incluir na sua “honrosa” comitiva o "todo-poderoso". Aliás, o
assentimento da Excelsa Corte de Justiça até que poderia ser abrangente, para explicitar
a dispensa do seu retorno ao país, como forma de garantir que jamais serão
formadas famigeradas quadrilhas semelhantes às do mensalão. A sociedade anseia
por que haja urgente conscientização sobre a necessidade da purificação da
mentalidade política dos homens públicas, no sentido de que a sua função representativa
do povo tenha por meta apenas a satisfação do interesse público. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de março de 2013
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