Segundo os especialistas, o desempenho da economia
brasileira tem sido fragilizado em razão de se basear fortemente no consumo, ao
invés de se apoiares em políticas sólidas de investimentos públicos, para
fomentar a sua recuperação, mediante planos que assegurem o desenvolvimento do
país, notadamente na implementação de grandes obras, como portos, aeroportos,
rodovias, ferrovias etc. De qualquer modo, mesmo que os investimentos públicos
sejam incrementados, com ampliação da capacidade produtiva do país, turbinada
com o crescimento enviesado da produção da indústria automotiva, o cenário
econômico de 2013 deve melhorar um pouco, com a estimativa de crescimento do
PIB de 3%, que ainda é sofrível, em se tratando das potencialidades econômicas
brasileiras, que não são exploradas e trabalhadas com a competência gerencial
que é dispensada nos países igualmente em desenvolvimento, que estão obtendo
resultados satisfatórios e compatíveis com o desempenho da sua economia. É
bastante estranho que as autoridades públicas, a par de admitir que o
crescimento econômico tenha sido abaixo do esperado, apenas afirmem que os
resultados do último trimestre sinalizam para a "nítida recuperação"
econômica. O ministro da Fazenda ainda debocha da boa vontade da população, ao
declarar que, apesar do PIB ter sido decepcionante, "para a maioria da população foi um ano bom". É risível, para
não dizer patética, a sua atuação atabalhoada, que nada faz de efetivo para
fomentar o desempenho da economia, mas se atreve a dizer frase incompatível e indesejável
para o país, como esta “pérola”: "Em
momentos de crise, você tem um desempenho fraco. É inevitável que a economia
desacelere. A maioria dos países teve crescimento fraco ou desaceleração do
crescimento [no ano passado]". Noutra oportunidade, no final de
2011, ele chegou estimar expansão superior a 4% para o PIB do último ano, tendo
afirmado, em meados do ano passado, que uma expansão de 1,5% para 2012 seria
uma "piada". O timoneiro da
economia prefere atribuir o mau resultado à crise internacional, quando deveria
reconhecer a sua limitada capacidade para identificar os gargalos da economia e
adotar as providencias capazes de combate às causas da inadmissível retração, à
luz da grandiosidade e das potencialidades dos recursos nacionais, que não são aproveitados
na sua plenitude em virtude da incapacidade gerencial pública, que carece de eficiente
visão estratégica e permite que o desempenho do país fique dependente ou a
reboque da economia mundial, tendo em conta que o Brasil é o único país dos
BRICS que teve o PIB acanhado e o menor entre eles, em 2012, considerada, no
caso dos demais países em desenvolvimento, a mesma situação da crise da economia
mundial. Não obstante, a retomada do crescimento da economia brasileira somente
será estimulada com o incremento de investimentos e de reformas estruturais,
compreendendo, entre outras ações, a racionalização do sistema tributário e de
melhorias da infraestrutura do país, como forma de baixar o quanto antes o
custo Brasil, que tem contribuído para reduzir drasticamente o poder de
competitividade dos preços e dos produtos nacionais. Além disso, há premente
necessidade de mais investimento em capital humano, com vistas ao seu
aperfeiçoamento profissional. Embora haja pleno emprego, os recursos humanos
brasileiros ressentem-se de performance qualitativa, fato que limita a
possibilidade de crescimento da produção e, de consequência, da expansão do
PIB. A sociedade anseia por que o governo não fique a lamentar o péssimo
desempenho da economia, mas decida solucionar a questão com medidas eficazes
quanto à aprovação de reformas estruturais pertinentes aos entraves do
desenvolvimento da economia. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 11 de março de 2013
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