terça-feira, 12 de março de 2013

Decepcionante desempenho econômico

Segundo os especialistas, o desempenho da economia brasileira tem sido fragilizado em razão de se basear fortemente no consumo, ao invés de se apoiares em políticas sólidas de investimentos públicos, para fomentar a sua recuperação, mediante planos que assegurem o desenvolvimento do país, notadamente na implementação de grandes obras, como portos, aeroportos, rodovias, ferrovias etc. De qualquer modo, mesmo que os investimentos públicos sejam incrementados, com ampliação da capacidade produtiva do país, turbinada com o crescimento enviesado da produção da indústria automotiva, o cenário econômico de 2013 deve melhorar um pouco, com a estimativa de crescimento do PIB de 3%, que ainda é sofrível, em se tratando das potencialidades econômicas brasileiras, que não são exploradas e trabalhadas com a competência gerencial que é dispensada nos países igualmente em desenvolvimento, que estão obtendo resultados satisfatórios e compatíveis com o desempenho da sua economia. É bastante estranho que as autoridades públicas, a par de admitir que o crescimento econômico tenha sido abaixo do esperado, apenas afirmem que os resultados do último trimestre sinalizam para a "nítida recuperação" econômica. O ministro da Fazenda ainda debocha da boa vontade da população, ao declarar que, apesar do PIB ter sido decepcionante, "para a maioria da população foi um ano bom". É risível, para não dizer patética, a sua atuação atabalhoada, que nada faz de efetivo para fomentar o desempenho da economia, mas se atreve a dizer frase incompatível e indesejável para o país, como esta “pérola”: "Em momentos de crise, você tem um desempenho fraco. É inevitável que a economia desacelere. A maioria dos países teve crescimento fraco ou desaceleração do crescimento [no ano passado]". Noutra oportunidade, no final de 2011, ele chegou estimar expansão superior a 4% para o PIB do último ano, tendo afirmado, em meados do ano passado, que uma expansão de 1,5% para 2012 seria uma "piada". O timoneiro da economia prefere atribuir o mau resultado à crise internacional, quando deveria reconhecer a sua limitada capacidade para identificar os gargalos da economia e adotar as providencias capazes de combate às causas da inadmissível retração, à luz da grandiosidade e das potencialidades dos recursos nacionais, que não são aproveitados na sua plenitude em virtude da incapacidade gerencial pública, que carece de eficiente visão estratégica e permite que o desempenho do país fique dependente ou a reboque da economia mundial, tendo em conta que o Brasil é o único país dos BRICS que teve o PIB acanhado e o menor entre eles, em 2012, considerada, no caso dos demais países em desenvolvimento, a mesma situação da crise da economia mundial. Não obstante, a retomada do crescimento da economia brasileira somente será estimulada com o incremento de investimentos e de reformas estruturais, compreendendo, entre outras ações, a racionalização do sistema tributário e de melhorias da infraestrutura do país, como forma de baixar o quanto antes o custo Brasil, que tem contribuído para reduzir drasticamente o poder de competitividade dos preços e dos produtos nacionais. Além disso, há premente necessidade de mais investimento em capital humano, com vistas ao seu aperfeiçoamento profissional. Embora haja pleno emprego, os recursos humanos brasileiros ressentem-se de performance qualitativa, fato que limita a possibilidade de crescimento da produção e, de consequência, da expansão do PIB. A sociedade anseia por que o governo não fique a lamentar o péssimo desempenho da economia, mas decida solucionar a questão com medidas eficazes quanto à aprovação de reformas estruturais pertinentes aos entraves do desenvolvimento da economia. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 11 de março de 2013

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