De forma progressiva,
em harmonia com a filosofia da eficiência governamental, quanto à arrecadação,
a carga tributária brasileira subiu em 2012, tendo chegado ao recorde de 36,27%
do Produto Interno Bruto (PIB), conforme revela estudo promovido pelo Instituto
Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Com relação ao ano anterior, esse
índice teve crescimento de 0,25 ponto percentual. Em termos nominais, a
arrecadação tributária atingiu o montante de R$ 1,59 trilhão, cabendo
individualmente ao brasileiro a média de pagamento de impostos de R$ 8.230,31,
com aumento de R$ 460,37 em relação a 2011. O estudo mostra que a arrecadação atingiu
R$ 4,36 bilhões por dia, ou R$ 50,5 mil por segundo, ou seja, a máquina pública
tem o poder demolidor contra a economia popular, que não tem escapatória,
porque o Leão da Receita é bastante eficiente e atento às oportunidades
tributárias. Passando por continuado crescimento, a carga tributária brasileira
representava, em 1986, 20,39% do PIB, tendo passado para 29,91% em 1990, 30,03%
em 2000, 34,22% em 2010, 36,02% em 2011 e 36,27% em 2012, a teor do estudo em
comento. Nem mesmo o inexpressivo crescimento do PIB e algumas desonerações
fiscais, no ano passado, com abrangência em setores estratégicos, foram capazes
de afetar para menos a arrecadação de tributos, fato que demonstra a voracidade
governamental na busca desenfreada de manter seus cofres sempre abastecidos,
para que a pesada e ineficiente máquina pública continue gastando de forma
descontrolada e sem racionalidade das necessidades do Estado. O certo é que, no
Brasil, se arrecada tributos absurdamente com a invejável eficiência comparável
aos países desenvolvidos, enquanto a sociedade fica à míngua quanto à prestação
dos serviços públicos, que é da pior qualidade, quando oferecidos, a exemplo da
saúde pública, educação, segurança pública, transporte, saneamento básico e
tantos outros que são semelhantes ou piores aos oferecidos nos países de quinta
categoria. No entanto, a incapacidade governamental se vangloria de fazer
assistencialismo com a manutenção do “fantástico” programa Bolsa Família, a
única atividade oficial que ainda é mantido com relativa normalidade, não
fossem as falhas apontadas quanto ao efetivo controle sobre os usuários, que
são fiéis eleitores do governo, como forma de garantir a continuidade do
programa custeado com recursos arrecadados de forma extorsiva, sem o menor
constrangimento nem preocupação de abrandar a sanha avassaladora do Estado,
conforme comprova o estudo em apreço.
Causa espécie a mandatária do país sempre revidar
as críticas que lhe são feitas, quanto à falta de racionalidade dos gastos
públicos, que poderiam suavizar a economia das famílias brasileiras. Ela também
não percebe o tremendo ônus que o Estado impõe à sociedade, que bem merece
receber tratamento compatível com a obrigação tributária. Enquanto não houver
profundas reformas neste país, principalmente tributária, o povo continua
sufocado com encargos tributários estapafúrdios, aumentando ainda mais o custo
Brasil, que vem contribuindo para a perda de competitividade do parque
industrial brasileiro e impedindo, de consequência, o desenvolvimento da nação,
ante a visão tacanha do governo que evita enxergar meia polegada à frente do
nariz, quanto à disparidade existente entre o Brasil real e o país que vem
sendo gerenciado por administradores incapacitados e ineficientes. A sociedade
anseia por que os governantes conheçam os resultados dos estudos sobre o
desempenho da economia do país e se conscientizem sobre a urgente necessidade
de abrangentes e profundas reformas estruturais, de modo que o gerenciamento da
nação tenha por pilares conhecimentos sobre a realidade das mazelas e das
potencialidades brasileiras. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 07 de março de 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário