Com base em pesquisa
realizada pela Confederação Nacional da Indústria/Ibope, que acaba de ser
divulgada, a popularidade da presidente da República alcançou novo recorde,
tendo subido de 78% para 79% neste mês, em relação à última pesquisa,
avaliada em dezembro de 2012. Custa acreditar que um governo incompetente,
ineficiente e apenas com viés populista, conforme releva a avaliação, consegue
aprovação tão absurdamente incongruente com a realidade gerencial do país,
porquanto os aspectos principais da sua gestão, que têm peso e podem efetivamente
influenciar o gerenciamento da nação não foram, mais uma vez, levados em
consideração nem sequer tangenciados nessa suspeita e, por que não dizer,
irrealista pesquisa, que foi levantada, pasmem, em 144 municípios, com somente 2.002
pessoas, entre quase duzentos milhões de brasileiros. As principais e momentosas
questões que afetam a administração das políticas públicas, que interessam
diretamente ao desempenho da presidente, certamente poderiam ajudar na
avaliação por parte dos pesquisados, a exemplo da leniência dela com a
pouca-vergonha da corrupção, recentemente evidenciada com o indigno apoio
palaciano às candidaturas dos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos
Deputados, em que os respectivos parlamentares estão envolvidos em denúncias de
atos irregulares com recursos públicos, inclusive com processos tramitando na
Justiça; do seboso loteamento dos ministérios e órgãos públicos, como se fossem
capitanias hereditárias, entre os partidos políticos que dão sustentação ao
governo no Congresso Nacional; da falta de investimentos na saúde pública,
educação, segurança pública, infraestrutura, no saneamento básico, nas grandes
obras etc., deixando o país mergulhar no subdesenvolvimento social e econômico;
da falta de reformas estruturais, amplas e significativas, em especial com
vistas a passar a limpo os gargalos do gigantismo do custo Brasil, de modo a
promover corajosa lipoaspiração nos insuportáveis e massacrantes tributos,
encargos previdenciários e noutros obstáculos causadores também da falta de investimentos
privados, que estão travados diante da visível impossibilidade de
competitividade da produção nacional com o mercado internacional; do inchamento
da máquina pública, para acomodar as indecentes coalizões políticas; entre
outras deficiências do governo que não são, por motivos óbvios, levantadas na
avaliação de uma presidente que vive ao sabor de pesquisa de pouca abrangência
e eivada de suspeição, possivelmente com a participação de pessoas sem nenhuma
experiência da realidade brasileira e que, enfim, prestam péssima contribuição
ao país, com suas avaliações desqualificadas, apesar de terem o condão de fazê-la
a acreditar, à luz de pesquisa que se diz dos “brasileiros”, que vem governando
a nação com eficiência, quando a realidade dos fatos mostra, de forma
cristalina, que a mandatária do país ficaria reprovada ou, no mínimo, em
segunda época nas matérias da sua gestão, ao contrário do resultado anunciado. Causa
espécie perceber a indolência da oposição, que silencia diante do irrealismo e da
inconsistência da pesquisa, ao invés de aproveitar o seu resultado para detonar
o pseudoapogeu petista, com a apresentação das fraquezas, deficiências e negociatas
interesseiras do governo, para que o seu castelo de areia se desmorone de vez. A
sociedade tem o dever cívico de exigir, em atenção à verdade e transparência,
que as pesquisas sobre o desempenho do governo sejam levadas em consideração
também suas deficiências gerenciais, de modo que elas possam merecer
credibilidade e refletir a realidade dos fatos, sem a indecente e indevida maquiagem
do marketing publicitário. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de março de 2013
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