terça-feira, 5 de março de 2013

Renovação na Igreja Católica?

Ao responder indagação formulada em debate, o arcebispo da Paraíba teve a lucidez de dizer que o padre deveria ser livre para escolher entre casar ou manter o celibato. Embora não seja contra o celibato, por ser lei disciplinante, ele entende que a sua prática é antes de tudo um dom, em que a pessoa deveria ficar livre para escolhê-lo. O religioso adiantou que o fim da obrigação do voto de castidade já conta com o apoio favorável de significativa parcela dos membros da igreja. O arcebispo foi bastante esclarecedor, ao afirmar que “O celibato é uma questão de amor, educação e um dom que deve ser cultivado por aqueles que o tem”. É inacreditável como a humanidade se evolui, acompanhando os avanços e as conquistas da modernidade científica e tecnológica, mas, infelizmente, a Igreja Católica prefere manter-se petrificada com seus dogmas, suas bulas e seus mandamentos instituídos de longa data, noutros tempos remotos bem atrasados. Não se pode imaginar que tenha alguém interessado nesse anacrônico pensamento que não permite acompanhar a evolução do ser humano, que foi criado por Deus para viver e ser feliz, fazendo uso exatamente dos mecanismos e instrumentos criados com o Seu consentimento, porque sem a chancela celestial nada existia, nem mesmo o homem. Diante disso, o bom senso recomenda que os costumes e as condutas da humanidade devam ser permanentemente aperfeiçoados e modernizados, em absoluta consonância com o meio em que as pessoas vivem, fazendo uso e aproveitamento dos mecanismos da sua época, independentemente das regras e dos princípios retrógrados e fora do foco para onde caminha a humanidade, na busca da satisfação da sua plena felicidade. Não há dúvida de que os procedimentos inerentes à sociedade devem ser adaptados aos novos tempos, que são aprovados por Deus. Parece ser inconcebível e injustificável que a Igreja Católica ainda conserve no celibato a obrigatoriedade do voto de castidade, entre outros procedimentos inadmissíveis na atualidade, a exemplo da exclusão da mulher dos ofícios sacerdotais, tendo em vista que o homem e a mulher são igualmente filhos de Deus, confiados por Ele ao cumprimento da missão de bem servir ao próximo, sem a imposição de restrição ou de condição senão de que todos devem viver em comunhão com os sentimentos de bondade, caridade e amor. Por que não prevalecer no âmbito da Igreja Católica o salutar entendimento de que a maior importância para o seu fortalecimento passa pelo consenso sobre questões fundamentais, como essa do celibato e muitas outras consideradas intocáveis? Na concepção celestial, não pode haver preconceito nem discriminação entre os filhos de Deus, razão por que as questões devem ser estudadas à luz da racionalidade e do bem-comum da humanidade. A comunidade católica precisa se conscientizar de que a modernidade mundial exige que a sua Igreja tenha clarividência, capacidade e visão evolutiva, capazes de perceber que os sistemas arcaicos, totalmente obsoletos, precisam passar com urgência por permanentes choques de atualização e modernização, sob pena de a visível involução de pensamento reinante contribua cada vez mais para o esvaziamento dos seus templos. A comunidade católica anseia por que haja mobilização no sentido de serem analisadas com profundidade as questões que afetam a instituição Igreja Católica, com vistas à aprovação de modificações que se harmonizem com os tempos modernos, que foram evoluídos sob as graças e as bênçãos de Deus.  
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 04 de março de 2013

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