Menosprezando
qualquer critério de rigor quanto à parcimônia com a aplicação de recursos
públicos e muito menos levando em conta a realidade de carência do povo
brasileiro, a presidente da República, na sua viagem de três dias a Roma, para
a missa inaugural do novo papa, não se fez de rogada e resolveu alugar, para a
hospedagem sua e da sua descomunal e injustificável comitiva, pelo seu
exagerado tamanho, nada mais nada menos do que 52 quartos de hotel e 17 veículos,
conforme reportagem publicada no jornal
Folha de S. Paulo. As pessoas mais importantes da comitiva, como a presidente,
quatro ministros, diversos assessores mais próximos e seguranças se hospedaram em
aproximadamente 30 quartos do hotel Westin Excelsior, na Via Veneto, que se
localiza em endereço mais sofisticado da capital italiana. A suíte
presidencial, que foi transformada em escritório para a Presidência da
República, teve a diária de cerca de R$ 7.700,00, sendo que os quartos mais
baratos ficaram pela quantia de R$ 910,00. Os demais quartos, em número de 22,
para pessoal de apoio, ficaram na proximidade do citado hotel. O que causa
enorme estranheza é o fato de a presidente da República ter descartado se
instalar por três na residência oficial da Embaixada do Brasil, instalada num
amplo palacete no centro histórico de Roma, que normalmente acomoda mandatários
brasileiros, preferindo se hospedar em hotéis de alto luxo, sob o argumento,
segundo a sua assessoria, de facilitar a rotina de trabalho. No caso da frota de
veículos, foram alugados, pasmem, sete veículos sedan com motorista, um carro
blindado de luxo, quatro vans executivas com capacidade para 15 pessoas cada,
um micro-ônibus e um veículo destinado aos seguranças. Sem incluir nessa frota
um caminhão-baú e dois furgões, exclusivamente para o transporte de bagagens e
equipamentos. O total dos recursos públicos para custear a farra dessa viagem
turística a Roma não foi divulgado, mas os elementos acima evidenciam o tamanho
da insensibilidade, do absurdo e do esbanjamento totalmente dispensável, em
termos de benefício ou necessidade para o país, tendo em vista que essa viagem
serviu para a presidente e sua enorme comitiva fazerem visita a museus e
igrejas históricas, enquanto aguardavam a missa inaugural do papa. Essa
vergonhosa viagem, representada por uma das maiores comitivas dos países
visitantes e custeada com recursos dos bestas dos contribuintes, naturalmente porque
o afastamento deve ter sido enquadrado indevidamente como em objeto de serviço,
contradiz visceralmente o que defende o governo, inclusive em Roma, quando
invocou a necessidade de o papa se preocupar com a pobreza. A injustificável participação
de tantos servidores públicos para se afastarem do país sem qualquer finalidade,
porque nenhuma atividade foi desempenhada por eles, constitui ato irregular,
cabendo aos órgãos de controle e fiscalização impugnar as despesas pertinentes,
exatamente porque elas não têm amparo legal, e responsabilizar, como medida
pedagógica e preventiva de outros absurdos e abusos semelhantes, a presidente
da República, por ter autorizado o afastamento de servidores do país, para
fazer turismo em Roma à custa do erário, ou seja, sem objeto de serviço público.
Essa indecente e dispensável viagem demonstra a forma da esculhambação como o socialismo
gasta, sem pudor nem critério algum, os recursos públicos, ficando evidenciado
que parcimônia e economicidade não prevalecem para a nata do poder, que tem
autonomia para encher avião presidencial e esnobar nas acomodações e nos
transportes nas terras dos Césares, sem qualquer benefício para o Estado.
Certamente que os recursos despendidos - que poderiam ter sido evitados, caso houvesse
sensibilidade gerencial - com o deslocamento do avião presidencial, sua
tripulação e as diárias e demais despesas estapafúrdias teriam aproveitamento
adequado caso fossem destinados às regiões da seca do Nordeste ou das enchentes
do Sudeste do país, tão carentes de políticas públicas que não são executadas
por falta de recursos. A sociedade repudia com veemência as mordomias governamentais,
os abusos e as farras com recursos públicos, a falta de sensibilidade sobre as
prioridades públicas, a indolência da oposição, por não exigir a devolução aos
cofres públicos de recursos com gastos irregulares, e o menosprezo à dignidade
da população brasileira, pela indiferença à sua vontade de que os recursos
públicos sejam aplicados estritamente em atendimento às causas do povo
brasileiro e do interesse público. Acorda, Brasil!
Brasília, em 20 de março de 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário