Segundo levantamento
realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, o
Brasil manteve, pasmem, o 85º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento
Humano - IDR, tendo obtido 0,730, na escala que varia entre 0 a 1, que é o
mesmo apresentado desde 2007. O curioso disso é que, mesmo com a aludida
avaliação, o país ainda se situa no grupo de Desenvolvimento Humano Alto. Em
que pese a permanente estagnação no ranking, os responsáveis pelo levantamento
teceram elogios ao país, por entenderem que houve satisfatório desempenho nas
últimas décadas, ao afirmarem que "O
País mudou o padrão histórico em muito pouco tempo e é reconhecido por isso".
Com o índice de 0,955, a Noruega desponta com a melhor avaliação, sendo a nação
colocada em primeira no ranking. Para o cálculo do IDH, são levados em conta indicadores
de renda, educação e longevidade, esta representada pela saúde. Os dados
revisados para 2011 atribuem ao Brasil o índice 0,728. O PNUD esclarece que fez
uso de elementos menos atualizados do que os utilizados pelo governo brasileiro,
mas se eles fossem os mesmos, o IDH seria 0,754. Esse órgão também apresentou
outros indicativos, com a finalidade de mostrar dados importantes pertinentes
do desenvolvimento dos países, com relação a recursos humanos, mostrando que o
Brasil encontra-se na média das nações avaliadas, no total de 186, a exemplo de
expectativa de vida ao nascer: 81%; média de anos de estudos: 112%; anos
esperados de escolaridade: 57%; renda nacional bruta per capita: 78%; IDR ajustado pela desigualdade: 97%. O relatório
em apreço tece elogios ao Brasil em diversas análises das avaliações,
destacando o crescimento econômico dos países em desenvolvimento e nas consequências
sociais do fenômeno, onde há indicação de que o país, entre 40 nações, teve
desempenho, no período de 1990 e 2012, “significativamente superior” ao
previsto, tendo por base fatores pertinentes ao “Estado desenvolvimentista proativo, aproveitamento dos mercados
mundiais e inovações em políticas sociais". Segundo o PNUD, os avanços
do Brasil foram impulsionados de forma significativa na educação e saúde. O
Brasil foi alvo de elogios pela redução da desigualdade entre os cidadãos, em
virtude da "criação de um programa
de redução da pobreza, à extensão da educação e ao aumento do salário mínimo".
A avaliação faz menção honrosa à criação, em 1996, do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef),
por ter estabelecido piso nacional de gastos por aluno e ampliado os investimentos
em ensino nas regiões mais pobres do país. Finalmente, o relatório destaca a
redução da pobreza, após a implantação, em 2001, do programa Bolsa Família.
Parece bastante estranho que o órgão da ONU reconheça os avanços e
desenvolvimentos econômicos e sociais, dando seguidos destaques ao Brasil,
porém existe aí enorme contrariedade quando comparados os elogios com os
índices inerentes ao país, que, em média, se mantiveram no mesmo patamar das
avaliações dos anos anteriores, com estagnação no 85º lugar no ranking, no caso
do IDR. Urge que as autoridades públicas aproveitem os resultados apontados no
relatório em comento e adote políticas capazes de melhorar substancialmente o
Índice de Desenvolvimento Humano, com maciços investimentos em especial nas
áreas de saúde e educação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de março de 2013
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