Conforme dados
revelados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em
2012, navios foram obrigados a esperar até 16 dias para atracar nos portos do
país e passar quase 90% do tempo da estadia inoperantes, aguardando para
atracar e descarregar ou receber carga. Essa catastrófica situação de evidente
descompasso com a evolução que se espera de um país que representa a sexta
economia mundial causa consequências altamente prejudicais aos interesses do
país. Os reflexos desse absurdo atraso vêm contribuindo para a elevação dos
custos dos produtos brasileiros, a diminuição da competitividade dos produtos exportados
e o encarecimento dos preços dos fretes marítimos, cujo fato pode resultar em
onerosas multas de sobrestadia, que são imputadas, por força de contrato, ao
exportador ou importador brasileiro, causando redução das margens de lucro,
inevitáveis prejuízos e inviabilização de negócios dos produtos brasileiros. O
caso mais evidente, que vem causando perplexidade no mundo exportador, foi a
desistência da importação de soja pela segunda potência econômica mundial,
devido à falta da tempestiva entrega do produto. Não deixa de ser inaceitável
que caminhões permaneçam parados na estrada, formando fila por até 30
quilômetros, na proximidade do porto de Santos, aguardando descarregamento.
Essa absurda situação evidencia absoluta falta de infraestrutura para o escoamento
da produção do país, demonstrando também séria crise sem precedente na história
econômica brasileira, com a inviabilidade de exportação da safra de soja, que
este ano registra recorde de 83 milhões de toneladas. A notória precariedade
dos portos brasileiros, com a indicação de baixa capacidade operacional e
produtividade, exige urgente reestruturação do seu funcionamento e maciços investimentos,
como forma de modernização, ampliação da capacidade dos terminais e
operacionalização com eficiência e eficácia, a exemplo do que fazem os países
desenvolvidos, que tiveram a capacidade de investir pesado num segmento
estratégico da economia, por onde os produtos devem entrar e sair sem entraves
ou obstáculos prejudiciais à comercialização dos produtos nacionais. A falta de
planejamento estratégico não atinge somente os portos brasileiros, igual
carência abrange importantes segmentos da incumbência da gestão pública, conforme
evidenciam as deficiências no atendimento dos programas oficiais, que são
executados por ministérios entregues a pessoas descompromissadas com as causas
nacionais. Enquanto o Planalto estiver privilegiando, com as benesses de cargos
públicos, seus aliados da coalizão de governo, em troca de apoio político,
visando à reeleição da presidente, o país permanecerá na liderança da vergonha
mundial da incompetência também nos setores estratégicos da economia. O governo
se preocupa tanto com os portos brasileiros que concedeu, a fundo perdido, financiamento
de US$ 433 milhões, com dinheiro dos bestas dos contribuintes tupiniquins, para
a "modernização" do porto Mariel, situado em Cuba. Aliado a isso, ressalte-se
o extremo empenho do governo, com dispêndios bilionários, na construção de
estádios de futebol, ficando explícito que as questões prioritárias do país são
relevadas a planos secundários, prejudicando o seu desenvolvimento. A culpa por
mais esse mico é do próprio povo, que, não só elege pessoa incapacitada para
dirigir o país, como aprova com louvor e com altíssimo índice de quase 80%, governo
ocioso, limitado e descompromissado com o interesse público. A presidente da
República, a par da sua alta avaliação por quem não tem preocupação com as mazelas
do país, deve está convencida de que o país vem sendo administrado, quando, na
verdade, a nação encontra-se submetida à marca da incompetência gerencial, ao
desgaste e ao sucateamento inerentes ao subdesenvolvimento, não permitindo que
o processo produtivo se renove com eficiência, exatamente em face da falta de
investimentos públicos e privados, levando o caos à economia, como se verifica
no sistema portuário. A sociedade tem que se conscientizar com urgência sobre a
necessidade de o país ser dirigido por quem tenha capacidade e competência para
reformular as estruturas arcaicas, obsoletas e populistas, que têm contribuído
apenas para a estagnação do desenvolvimento e do progresso. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 25 de março de 2013
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