sábado, 23 de março de 2013

Competência sob suspeita

Consoante pesquisa Datafolha divulgada pelo site do jornal Folha de S. Paulo, a mandatária do país teria 58% das intenções de voto de 2.653 pessoas ouvidas, caso a eleição para presidente da República se realizasse agora. A pesquisa aponta que outros possíveis candidatos teriam modestas intenções de voto, como a ex-senadora do partido da Rede, com 16% das preferências, que foi seguida pelo senador tucano, com 10%, e governador de Pernambuco, com 6%. Causa estranheza que a eleição somente acontecerá em outubro de 2014 e a escolha dos candidatos será feita, na forma da legislação eleitoral, em convenções partidárias, entre os dias 10 e 30 de junho do próximo ano. Não se sabem também a razão e os motivos ensejadores de pesquisa extemporânea, tão distanciada da data prevista para a realização da eleição. Inobstante, caso não tivesse interesse em jogo, jamais a pesquisa seria realizada agora. Ainda bem que se trata de pesquisa com viés absolutamente enganoso, por representar o resultado de consulta realizada junto a tão somente 2.653 pessoas, de um universo de cerca de 130 milhões de eleitores, o que se pode inferir que elas estão plenamente alheias à realidade brasileira, demonstrando desconhecer a forma promíscua e ridícula como o país vem sendo administrado, quando a presidente da República, obcecada loucamente por perpetuar-se no poder, abdicou dos salutares princípios da ética e moralidade, ao promover a mais indecente e indigna distribuição dos ministérios e órgãos públicos aos partidos da coalizão espúria de governo, em troca de apoio político no Congresso Nacional, além da sua leniência com a disseminação da corrupção, a exemplo do seu recente apoio aos condenados quadrilheiros do mensalão e da sua convicta hipoteca às candidaturas dos presidentes do Senado Federal e Câmara dos Deputados, por eles estarem envolvidos em casos de corrupção com recursos públicos, que estão sendo apreciados na Justiça, não recomendando suas conduções aos aludidos cargos, por ferimento ao decoro e à dignidade públicos. Em termos gerenciais, o país vem sendo seriamente castigado pelo governo sem criatividade, que não apresentou qualquer programa capaz de incrementar e fomentar o desenvolvimento da nação. A visível demonstração de incompetência do governo desponta com a falta de reformas estruturais dos sistemas que obstaculizam o progresso do país, conjuntada com a incapacidade de investimentos em saneamento básico, saúde, educação, segurança pública, transportes e demais políticas públicas, com reflexos diretos no progressivo aumento da violência, criminalidade, da falta de atendimento médico-hospitalar, da má qualidade do ensino público, da precariedade dos portos, aeroportos e estradas, impedindo o escoamento da produção, principalmente agrícola, ou seja, o país, que ostenta a sexta economia mundial, submete seu povo às condições de qualidade de vida comparável às nações de décima categoria Caso o titular do principal cargo da nação capacidade gerencial, poderia perfeitamente reverter esse quadro de debilidade da gestão do patrimônio público, ao impulsionar a máquina pública em mutirão, visando ao imediato saneamento dos gigantescos problemas brasileiros e à implantação de medidas gerenciais apropriadas ao desenvolvimento do país. Certamente que ninguém consegue enganar a todos por todo tempo, porque há de surgir alguém que tenha condições de mostrar ao povo a realidade da mesquinhez desse governo, que contribui de forma decisiva para o subdesenvolvimento da nação, sustentado apenas pelos programas assistencialistas, meramente populistas. Diante de um governo apenas alienado pelo poder, a sociedade anseia por que o próximo presidente da República seja capaz de dirigir o país com a visão de verdadeiro estadista, que tenha a perspicácia e a iniciativa de gerenciá-lo com competência e vanguardismo, sob o primado da observância aos princípios da administração pública e do zelo pelo estrito interesse da nacionalidade. Acorda, Brasil! 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 23 de março de 2013

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