segunda-feira, 11 de março de 2013

Muitas desculpas, mas competência...

Tão logo houve a divulgação do lastimável crescimento, no último ano, de 0,9% da economia, a presidente da República, como é do seu costume, criticou os que ela denominou de “mercadores do pessimismo”, que, na sua visão, questionam as medidas adotadas no seu governo. Em discurso na convenção do seu partido preferencial, o PMDB, ela disse: “Os índices de desemprego são baixos. A inflação sob controle. Agora, neste início de 2013, a indústria começa a dar claros sinais de retomada. Ninguém pode dizer que o Brasil não tem suas finanças sob controle. Mais uma vez os mercadores do pessimismo vão perder como perderam quando previam o racionamento de energia” e profetizou: “Mais uma vez, os que apostam todas as fichas no fracasso do país vão se equivocar.”. Num discurso cheio de fajutas justificativas, como se não tivesse responsabilidade pelo fracassado Pibinho, a presidente aproveitou para criticar os adversários políticos, ao dizer que “Fizemos muito, o que era difícil, o que parecia impossível. Fizemos o que nossos adversários políticos, quando puderam, não souberam ou não quiseram fazer” e “Eu tenho certeza que todos vocês sabem de uma coisa: torcer contra é o único recurso daqueles que não sabem agir a favor do Brasil.”. Finalmente, ela foi bastante hilária, ao afirmar que tem a “obsessão” de manter o Brasil no caminho rumo ao desenvolvimento e que as medidas adotadas somente foram possíveis graças ao trabalho iniciado pelo seu antecessor, declarando que “Nesses dez anos, estamos construindo um novo Brasil, sob a batuta de um grande maestro, Luiz Inácio Lula da Silva”. O desalentador crescimento da economia brasileira, em 2012, de tão somente 0,9%, segundo o IBGE, parece que foi capaz de deixar o governo desnorteado e tonto com a pancada na sua consciência, porquanto a esperançosa previsão dos 4% anunciadas, no final de 2011, pelo ministro da Fazenda foi para o espaço. Também diluírem-se em fumaça as inócuas medidas de estímulo promovidas ao longo do ano. Esse resultado frustrante somente foi melhor do que o de 2009, quando o Produto Interno Bruto teve recuo de 0,3%. Em que pese a presidente se vangloriar e se orgulhar de ter promovido a maior redução dos preços da tarifa de energia elétrica, que considera a maior da historia do país, e de ter reduzido os juros, nada disso contribuirá para o crescimento do país se não forem adotadas abrangentes medidas com vistas às reformas necessárias à drástica redução do custo Brasil, que preponderam o peso da carga tributária, os elevados encargos previdenciários, a descontrolada burocracia do Estado e os diversos problemas que afetam diretamente o poder de competitividade da indústria nacional, impossibilitando que os mecanismos favoráveis à produtividade sejam acessíveis à exploração da economia. Não há dúvida de que pior do que a incompetência é não reconhecer com humildade sua incapacidade, suas falhas, seus erros evidenciados nos números incontestáveis da economia, da execução dos programas de governo, a exemplo da saúde pública - nunca o povo foi tão carente de assistência médico-hospitalar; da educação - o ensino público tem sido de qualidade questionável; da segurança pública - a população sente-se presa em casa diante da alarmante violência; e de resto da precária prestação de serviços públicos que não corresponde nem de longe à absurda carga tributária impingida aos brasileiros. Como diz o velho adágio, o pior cego é aquele que não quer ver, porque, há dez anos, o governo resiste em não aceitar a realidade sobre a sua inépcia e incompetência, embora as deficiências do gerenciamento da nação saltem aos olhos. A sociedade tem o dever cívico de rechaçar as infundadas justificativas governamentais para suas incompetências e exigir que as autoridades públicas se conscientizem com urgência sobre a necessidade de substituir suas políticas ineficientes por medidas capazes de implementar mecanismos que levem ao desenvolvimento social e econômico do país.  Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 10 de março de 2013

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