Tão logo
houve a divulgação do lastimável crescimento, no último ano, de 0,9% da economia, a
presidente
da República, como é do seu costume, criticou os que ela denominou de “mercadores
do pessimismo”, que, na sua visão, questionam as medidas adotadas no seu
governo. Em discurso na convenção do seu partido preferencial, o PMDB, ela
disse: “Os índices de desemprego são
baixos. A inflação sob controle. Agora, neste início de 2013, a indústria
começa a dar claros sinais de retomada. Ninguém pode dizer que o Brasil não tem
suas finanças sob controle. Mais uma vez os mercadores do pessimismo vão perder
como perderam quando previam o racionamento de energia” e profetizou: “Mais uma vez, os que apostam todas as fichas
no fracasso do país vão se equivocar.”. Num discurso cheio de fajutas
justificativas, como se não tivesse responsabilidade pelo fracassado Pibinho, a
presidente aproveitou para criticar os adversários políticos, ao dizer que “Fizemos muito, o que era difícil, o que
parecia impossível. Fizemos o que nossos adversários políticos, quando puderam,
não souberam ou não quiseram fazer” e “Eu
tenho certeza que todos vocês sabem de uma coisa: torcer contra é o único
recurso daqueles que não sabem agir a favor do Brasil.”. Finalmente, ela
foi bastante hilária, ao afirmar que tem a “obsessão” de manter o Brasil no
caminho rumo ao desenvolvimento e que as medidas adotadas somente foram
possíveis graças ao trabalho iniciado pelo seu antecessor, declarando que “Nesses dez anos, estamos construindo um novo
Brasil, sob a batuta de um grande maestro, Luiz Inácio Lula da Silva”. O
desalentador crescimento da economia brasileira, em 2012, de tão somente 0,9%, segundo
o IBGE, parece que foi capaz de deixar o governo desnorteado e tonto com a
pancada na sua consciência, porquanto a esperançosa previsão dos 4% anunciadas, no final de 2011, pelo ministro da Fazenda foi para o espaço. Também
diluírem-se em fumaça as inócuas medidas de estímulo promovidas ao longo do ano.
Esse resultado frustrante somente foi melhor do que o de 2009, quando o Produto
Interno Bruto teve recuo de 0,3%. Em que pese a presidente se vangloriar e se
orgulhar de ter promovido a maior redução dos preços da tarifa de energia
elétrica, que considera a maior da historia do país, e de ter reduzido os
juros, nada disso contribuirá para o crescimento do país se não forem adotadas abrangentes
medidas com vistas às reformas necessárias à drástica redução do custo Brasil,
que preponderam o peso da carga tributária, os elevados encargos
previdenciários, a descontrolada burocracia do Estado e os diversos problemas
que afetam diretamente o poder de competitividade da indústria nacional,
impossibilitando que os mecanismos favoráveis à produtividade sejam acessíveis
à exploração da economia. Não há dúvida de que pior do que
a incompetência é não reconhecer com humildade sua incapacidade, suas falhas, seus
erros evidenciados nos números incontestáveis da economia, da execução dos
programas de governo, a exemplo da saúde pública - nunca o povo foi tão carente
de assistência médico-hospitalar; da educação - o ensino público tem sido de qualidade
questionável; da segurança pública - a população sente-se presa em casa diante
da alarmante violência; e de resto da precária prestação de serviços públicos
que não corresponde nem de longe à absurda carga tributária impingida aos
brasileiros. Como diz o velho adágio, o pior cego é aquele que não quer ver,
porque, há dez anos, o governo resiste em não aceitar a realidade sobre a sua
inépcia e incompetência, embora as deficiências do gerenciamento da nação saltem
aos olhos. A sociedade tem o dever cívico de rechaçar as
infundadas justificativas governamentais para suas incompetências e exigir que as
autoridades públicas se conscientizem com urgência sobre a necessidade de
substituir suas políticas ineficientes por medidas capazes de implementar
mecanismos que levem ao desenvolvimento social e econômico do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de março
de 2013
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