Com a notória crise da economia mundial, afetando
seriamente os mercados internacionais, as montadoras japonesas se
interessaram pelo desenvolvimento de veículos cada vez mais eficientes, em
termos de desempenho e economia de combustível, como forma de atrair a
atenção dos consumidores, tendo como pressuposto o aproveitamento da evolução
tecnológica. Uma marca japonesa já adiantou que desenvolve um compacto urbano
que percorrerá até 40 km com apenas um litro de gasolina. Esse modelo deverá
ser importado para o Brasil tão logo seja lançado e aprovado naquele país, com
previsão de venda prometida para a segunda metade da década. A mesma marca
esclareceu que não foi possível importar para o Brasil o híbrido ecológico,
lançado e aprovado com sucesso noutros mercados mundiais, por não ter
conseguido a obtenção de incentivos fiscais para carros “verdes”. A empresa
informou que já começou a distribuir às concessionárias japonesas o pequeno
carro “verde”, que funciona de forma híbrida, com motor elétrico auxiliar e tem
autonomia de até 34,5 km com um litro de gasolina. Lá no Japão, o governo
concedeu subsídios tributários, fazendo com que esse fantástico carrinho seja
vendido por aproximadamente R$ 35 mil. Já há previsão de vendas desse veículo
de 12 mil unidades mensais, que é pouco menor do que outro carro da mesma
montadora, que também é híbrido e tem dimensões maiores. Vê-se que, nos
países orientais, há verdadeira preocupação com a propalada escassez de
petróleo, fazendo com que a competência dos governos abra mão de tributos,
com a finalidade de incentivar a aplicação da tecnologia a serviço da
humanidade e de contribuir para economizar o máximo possível o uso e a
exploração dos recursos naturais, que, diante da irracionalidade econômica e
mercadológica, caminham a passos céleres para a escassez, ante a maior
gravidade de não se vislumbrar a imediata substituição da preciosidade
mundial do petróleo. Causa espécie se verificar que a tecnologia está
presente para facilitar a vida do homem e que ela é pródiga em mostrar que o
seu aproveitamento só depende da capacidade racional dos mandatários do
mundo. No caso da fabricação de veículos econômicos, a tecnologia já mostrou
por inúmeras vezes que ela existe de forma eficiente e eficaz, mas
infelizmente a insensibilidade gerencial dos homens públicos brasileiros não
permite que haja pleno aproveitamento dos avanços e da modernização em
benefício do povo. Nesse caso particular, há razões que envolvem
investimentos nos setores empresariais das petrolíferas, inclusive nacionais,
como a Petrobras, pressionando como verdadeira espécie de sabotagem nos
bastidores governamentais, com o envolvimento de conflitos de interesses, no
sentido de garantir que a comercialização de veículos fique restrita àqueles
cujo consumo não possa ultrapassar à média de 15 km por litro. Esse fato atende aos interesses empresariais,
com o beneplácito oficial, em claro detrimento dos interesses da sociedade, por
ficar impedida de usufruir dos benefícios da mais avançada tecnologia, em
termos de economicidade, e de contribuir para a preservação do meio ambiente,
com o uso de veículos considerados “verdes”, ou seja, ecologicamente
recomendados para os novos tempos. Urge que a mentalidade estupidamente
retrógrada das autoridades públicas se evolua com a devida racionalidade
capaz de permitir que suas decisões possam beneficiar os brasileiros, levando-se
em conta os princípios da economicidade e eficiência, em harmonia com as conquistas
e o desenvolvimento da humanidade. Acorda, Brasil!
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ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de março de 2013
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