terça-feira, 28 de maio de 2013

Demostração de fraqueza

Aproximadamente 140 indígenas estão ocupando, mais uma vez, o principal canteiro das obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, situada em Vitória do Xingu, no Estado do Pará. No dia 2 do corrente mês, os silvícolas ocuparam o sítio Belo Monte, onde permaneceram no local por oito dias. Os índios reivindicam a suspensão dos estudos e das construções de barragens no país, que impactem terras indígenas e a regulamentação da consulta prévia a índios nesses em casos que tais, ante os impactos ambientais que serão provocados pelas construções. Os índios criticam também a presença de tropas federais na região, que estariam dando suporte de segurança para estudos de impacto ambiental pertinentes aos projetos de desenvolvimento, pasmem, sem que os grupos indígenas tivessem sido consultadas previamente. Os indígenas declararam que, desta vez, eles não vão respeitar nenhuma liminar ou decisão da Justiça, porque o seu propósito é resistir até o atendimento da sua reivindicação. Eles disseram também que, na última ocupação, a saída foi pacífica porque o governo federal havia garantido negociar as pendências, mas nada aconteceu de concreto. O grupo exige negociação direta com o governo e reclama da ausência do representante federal, com quem reivindicavam a negociação, na ocupação anterior. A preocupação dos índios diz respeito à possível seca, após a conclusão da obra, que atingirá a região de Volta Grande, com mais de 100 quilômetros, onde algumas aldeias estão situadas às margens do rio Xingu. Cada vez que os índios ocupam e paralisam as obras, os prejuízos são imensuráveis, notadamente no atraso da sua conclusão, à vista da momentânea desmobilização das equipes de trabalho e dos canteiros, e no custo do empreendimento, diante dos normais pedidos de realinhamento dos preços. Agora, não deixa de causar perplexidade que, em se tratando de empreendimento imprescindível ao desenvolvimento do país, o governo tenha que pedir permissão não somente quanto ao megaprojeto da obra, mas até da colocação no local de pessoal de segurança. Não há dúvida de que a constância com que os índios invadem e paralisam as obras demonstra evidente e absoluta falta de autoridade do governo, que tem sido leniente com a prepotência silvícola de pôr sua autoridade de cento e poucos homens contra uma força de trabalho constituída de mais de sete mil homens, que são tangidos dos seus postos de trabalho. Onde já se viu um bando de desocupados, que nada produz nem mesmo para a sua sobrevivência, uma vez que é mantido regiamente pelos brasileiros, e ainda explora as riquezas naturais brasileiras para vender para gringos, invadir de forma reiterada canteiros de obras onde estão milhares de trabalhadores produzindo para o progresso do Brasil e as autoridades ficarem à mercê de decisão judicial para afastar esses desocupados do local? Pobre Brasil que não tem regras claras para pôr cada cidadão no seu devido lugar e responsabilizar quem cause prejuízo aos interesses nacionais. Não é que índios devam ser surrados, mas o governo deveria ter autoridade para impor a ordem em definitivo na oca e impedir que esses sanguessugas do país atrapalhem quem realmente produz em benefício da pátria. Não se pode permitir que interesses nacionais sejam confundidos com pretensões de índios, que têm seus direitos, mas a soberania do país está acima de interesse de meia dúzia de indígenas, que acha que tem poder para protestar, violentar e destruir bens públicos e privados. Nesse caso, os invasores devem ser afastados dos canteiros, punidos, na forma legal, e impedidos de cometer novos abusos. Urge que o governo, em legítima defesa dos interesses nacionais, adote efetivas providências com a finalidade de que os silvícolas sejam definitivamente impedidos de invadir os canteiros das obras em apreço, ante os visíveis prejuízos causados ao empreendimento e ao país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 28 de maio de 2013

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