quarta-feira, 22 de maio de 2013

Basta de demagogia e de incompetência

Em vários estados, houve depredação de agências bancárias, inclusive as máquinas de autoatendimento da Caixa Econômica Federal, em virtude dos boatos de que o programa Bolsa Família seria finalizado ou suspenso por tempo determinado. Em razão da boataria e do quebra-quebra, a Polícia Federal investiga os fatos, na tentativa de identificar os culpados pelos tumultos promovidos pelos beneficiários. Houve questionamentos se os fatos estariam ligados à motivação política, porém a ministra responsável pelo setor disse, de forma ponderada, que "Esperamos que tenha sido um mal entendido. Eu não consigo entender o que alguém ganharia divulgando esse tipo de informação. O Bolsa Família está consolidado, é um programa de sucesso.". A ousadia de alguns beneficiários foi descomunal, como no caso ocorrido numa agência, em que, segundo testemunhas, dezenas de bolsistas, vindos de motos e carros, arrebentaram uma das portas de vidro e passaram a depredar os caixas eletrônicos e destruindo-os. Não há dúvida de que a boataria teve clara finalidade de tumultuar a ordem pública dos brasileiros, em especial, das pessoas humildes participantes do bolsa família, caracterizando verdadeiro crime contra a sociedade, conforme entendeu assim a presidente da República. Por seu turno, numa atitude bastante agressiva e insana a ministra de Direitos Humanos afirmou que os “Boatos sobre fim do bolsa família deve (sic) ser da central de notícias da oposição. Revela posição ou desejo de quem nunca valorizou a política”, enquanto os líderes da oposição ao governo disseram que desconhecem a origem dos fatos. Imediatamente ao ocorrido, o governo, com a exaltação que lhe é peculiar, determinou à Polícia Federal que investigasse o caso, para apurar as responsabilidades. Causam estranheza e perplexidade que a bandidagem tome conta do país, impondo terror e intranquilidade à sociedade, mediante assassinatos, roubos, sequestros, estupros e prática de toda espécie de maldade, mas o governo permanece cômodo e passivamente nos gabinetes palacianos assistindo o circo pegar fogo, preferindo fazer ouvidos moucos para a triste realidade brasileira. É cristalina a omissão das autoridades que têm a incumbência constitucional de proteger e dar segurança à população. A apuração sobre os boatos é plenamente pertinente, porém é injustificável e inadmissível que o país conviva atolado no lamaçal das drogas, dominado pelos narcotraficantes e nada seja feito, pela Polícia Federal, para combater essa temível chaga social. Por sua vez, não deixa de ser risível ser afirmado, sem fundamento, que a boataria teria vindo da oposição, de “... quem nunca valorizou a política”. Será que valorizar a política é fazer alianças com a nata da ruindade dos políticos; inchar a Esplanada dos Ministérios e lotear os órgãos e estatais entre partidos em troca de apoio à base de sustentação do governo; instituir o mensalão - maior esquema de corrupção do país -; ser leniente com a impunidade; não combater a criminalidade; deixar de apresentar programa à nação senão o robustecimento do bolsa família, com dinheiro dos contribuintes, aproveitado a ideia do governo anterior, de quem também foi apoderado o plano econômico de sustentação do poder; ou o quê mais degradante seria valorização para os governistas? O povo, ao acorrer aos bancos, confirmou a sua ingenuidade, ao acreditar que o governo, nesse particular, seria incompetente a ponto de matar a galinha dos ovos de ouro, justamente o programa mágico que ainda o mantém vivo no poder. Seria loucura se o governo sequer imaginasse suspender o verdadeiro achado “bolsa-votos”. Urge que os programas de governo primem pela estrita observância aos princípios da administração pública, no sentido de que os recursos públicos sejam despendidos em fiel obediência às prioridades de Estado, tendo por meta exclusiva o interesse público, com absoluto desprezo aos interesses pessoais e partidários. Acorda, Brasil! 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 21 de maio de 2013

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