Em vários estados, houve
depredação de agências bancárias, inclusive as máquinas de autoatendimento da
Caixa Econômica Federal, em virtude dos boatos de que o programa Bolsa Família
seria finalizado ou suspenso por tempo determinado. Em razão da boataria e do
quebra-quebra, a Polícia Federal investiga os fatos, na tentativa de
identificar os culpados pelos tumultos promovidos pelos beneficiários. Houve
questionamentos se os fatos estariam ligados à motivação política, porém a
ministra responsável pelo setor disse, de forma ponderada, que "Esperamos que tenha sido um mal entendido.
Eu não consigo entender o que alguém ganharia divulgando esse tipo de
informação. O Bolsa Família está consolidado, é um programa de sucesso.".
A ousadia de alguns beneficiários foi descomunal, como no caso ocorrido numa
agência, em que, segundo testemunhas, dezenas de bolsistas, vindos de motos e
carros, arrebentaram uma das portas de vidro e passaram a depredar os caixas
eletrônicos e destruindo-os. Não há dúvida de que a boataria teve clara finalidade de
tumultuar a ordem pública dos brasileiros, em especial, das pessoas humildes
participantes do bolsa família, caracterizando verdadeiro crime contra a
sociedade, conforme entendeu assim a presidente da República. Por seu turno,
numa atitude bastante agressiva e insana a ministra de Direitos Humanos afirmou
que os “Boatos sobre fim do bolsa família
deve (sic) ser da central de notícias
da oposição. Revela posição ou desejo de quem nunca valorizou a política”,
enquanto os líderes da oposição ao governo disseram que desconhecem a origem
dos fatos. Imediatamente ao ocorrido, o governo, com a exaltação que lhe é
peculiar, determinou à Polícia Federal que investigasse o caso, para apurar as
responsabilidades. Causam estranheza e perplexidade que a bandidagem tome conta
do país, impondo terror e intranquilidade à sociedade, mediante assassinatos,
roubos, sequestros, estupros e prática de toda espécie de maldade, mas o
governo permanece cômodo e passivamente nos gabinetes palacianos assistindo o
circo pegar fogo, preferindo fazer ouvidos moucos para a triste realidade
brasileira. É cristalina a omissão das autoridades que têm a incumbência
constitucional de proteger e dar segurança à população. A apuração sobre os
boatos é plenamente pertinente, porém é injustificável e inadmissível que o
país conviva atolado no lamaçal das drogas, dominado pelos narcotraficantes e
nada seja feito, pela Polícia Federal, para combater essa temível chaga social.
Por sua vez, não deixa de ser risível ser afirmado, sem fundamento, que a
boataria teria vindo da oposição, de “...
quem nunca valorizou a política”. Será que valorizar a política é fazer
alianças com a nata da ruindade dos políticos; inchar a Esplanada dos Ministérios
e lotear os órgãos e estatais entre partidos em troca de apoio à base de
sustentação do governo; instituir o mensalão - maior esquema de corrupção do
país -; ser leniente com a impunidade; não combater a criminalidade; deixar de
apresentar programa à nação senão o robustecimento do bolsa família, com
dinheiro dos contribuintes, aproveitado a ideia do governo anterior, de quem também
foi apoderado o plano econômico de sustentação do poder; ou o quê mais degradante
seria valorização para os governistas? O povo, ao acorrer aos bancos, confirmou a
sua ingenuidade, ao acreditar que o governo, nesse particular, seria
incompetente a ponto de matar a galinha dos ovos de ouro, justamente o programa
mágico que ainda o mantém vivo no poder. Seria loucura se o governo sequer
imaginasse suspender o verdadeiro achado “bolsa-votos”. Urge que os programas
de governo primem pela estrita observância aos princípios da administração
pública, no sentido de que os recursos públicos sejam despendidos em fiel
obediência às prioridades de Estado, tendo por meta exclusiva o interesse
público, com absoluto desprezo aos interesses pessoais e partidários. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de maio de 2013
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