Diante dos boatos
espalhados em, pelo menos, em doze estados de que o pagamento do benefício do
Bolsa Família seria suspenso, houve enormes tumultos e transtornos em agências
da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e das lotéricas. A situação se
agravou porque a notícia fazia alusão ao fato de que só haveria o pagamento aos
beneficiários até o último sábado. Com a finalidade de estancar a balbúrdia e o
mal-entendido, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
administrador do programa, se apressou em garantir à população que não há
qualquer veracidade nas informações sobre a suspensão ou interrupção dos
pagamentos anunciados, tendo reafirmado a continuidade do benefício e assegurado
que o calendário de pagamentos está mantido e que o governo não estuda qualquer
possibilidade para suspendê-lo. O governo, em nota oficial, informou que o
benefício será mantido por objetivo estratégico, ante a necessidade da
superação da miséria no Brasil, por entender que "É o maior e melhor focalizado programa de transferência de renda com
condicionalidades do mundo e continuará cumprindo seu papel fundamental para a
estratégia de superação da extrema pobreza no Brasil... O Bolsa Família está completando 10
anos e beneficia atualmente 13,8 milhões de famílias. É o maior e melhor
focalizado programa de transferência de renda com condicionalidades do mundo e
continuará cumprindo seu papel fundamental para a estratégia de superação da
extrema pobreza no Brasil.". No auge da
confusão, sobressai a boa aparência das pessoas que acorreram aos bancos, não
demonstrando o estado de precariedade social a caracterizar carência ou
miserabilidade, a ponto de merecer o socorro de programa tão exaltado pelo
governo. As imagens da televisão, da internet e dos jornais mostram
com absoluta nitidez a presença de pessoas jovens, robustas e em plenas
condições de trabalho, produzir e contribuir para a renda nacional, em incontestável
contradição com a finalidade do programa assistencialista, que se justifica por
razões óbvias e irrefutáveis, sob o prisma da manutenção no poder. As pessoas
que acorreram às agências bancárias estavam de transportes próprios e não eram
poucos carros e motos que chegavam aos locais, na busca de sacar a seu “suado”
benefício. Na aparência de parte significativa da população que compareceu aos
postos de pagamento não havia traços de miserabilidade. Ao contrário, ali
tinham pessoas saudáveis e bem nutridas, em condições de enfrentar o batente,
mas não o faz devido ao incentivo indecente desse lamentável programa, que
beneficia indistintamente massas de aproveitadores da incompetência
governamental, que é incapaz de controlar quem realmente merece ser assistido. Os
verdadeiros carentes sequer compareceram, pois estes não teriam a indignidade
de depredarem o patrimônio alheio, como fizeram os desordeiros e bem nutridos
bolsista da vergonha. Não há a menor dúvida de que a grande maioria dos
beneficiários não resiste à passagem de um pente fino em relação aos requisitos
para ser beneficiário. Se for feita uma devassa na situação de quem recebe essa
bolsa, certamente vai se defrontar com a fiel “cumpanhereda”, que gasta tudo
com bebida alcóolica. Para o governo, que não tem a mínima preocupação em
gastar os recursos públicos com a indispensável eficiência e eficácia, pouco
importa a forma descontrolada do pagamento do benefício em causa, porque o seu
interesse é apenas mostrar, de forma sensacionalista, a quantidade de pessoas
assistidas, cadastradas. Já que o governo não faz questão de tornar o programa
eficiente e sério, compete à sociedade, que o mantém em funcionamento, exigir que
o governo preste contas sobre quem recebe o benefício, comprovando a sua real
necessidade. O que se percebe é a incontestável fata de controle
e fiscalização sobre os pagamentos, com vistas a se confirmar se os
beneficiários cadastrados são realmente carentes, se, na família, há alguém
empregado, se as crianças estão estudando, se os beneficiários não estão
trocando o benefício por bebida, como no caso dos índios etc. A
sociedade anseia por que o governo se conscientize de que o programa Bolsa
Família cumprirá seu verdadeiro papel quando, na sua concessão, houver efetivo
controle e devida fiscalização, somente permitindo o cadastro de pessoas realmente
carentes, que deveriam obrigatoriamente passar por cursos de profissionalização
e receber o benefício, por tempo determinado, até o seu ingresso no mercado de
trabalho. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de maio de 2013
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