sábado, 25 de maio de 2013

Poderosa por quê?

Segundo o ranking anual da revista americana Forbes, a presidente da República do Brasil é a segunda mulher mais poderosa do mundo, ficando atrás apenas da chanceler alemã. A presidente da Petrobras é outra mulher brasileira bem ranqueada, tendo ficado em 18º lugar. A Forbes ressalta que a presidente do Brasil vem dando "ênfase ao empresariado", tendo inspirado "uma nova geração de empreendimentos", embora venha sendo criticada por "favorecer políticas de desenvolvimento acima das preocupações humanitárias". Na metade de seu mandato, a presidente tem "a tarefa de levar o país adiante após dois anos com as taxas de crescimento mais lentas em mais de uma década". Na lista organizada anualmente, são incluídas mulheres influentes na política, nos negócios, na imprensa, no entretenimento, na tecnologia e nas organizações sem fins lucrativos, classificadas por "fortuna, presença na mídia e impacto". A lista em apreço representa mulheres de 26 nacionalidades, mas as americanas dominam em quantidade. É inacreditável como a mídia avalia as pessoas não exatamente pelos seus predicativos e pelo seu desempenho, mas possivelmente apenas pela falta de qualidade para justificar a publicação que já se tornou anual. A rigor, no caso da brasileira, até agora, ela nada de positivo apresentou no seu governo para merecer, por justiça, o título de poderosa. Ao contrário, a Forbes teria sido mais feliz e melhor sucedida, possivelmente com maior acerto, se a tivesse incluído numa relação das mulheres cujas qualidades sejam compatíveis com as verdadeiras atividades desempenhadas, tendo em conta a sua atuação gerencial à frente dos negócios do país. Já não é mais novidade que o poder corrompe e torna as pessoas vulneráveis aos sistemas políticos vigentes. No caso brasileiro, verifica-se que a mandatária do país conseguiu se encaixar direitinho no esquema que vem dando certo aos interesses partidários de se manter no poder, com a implementação das coalizões espúrias e fisiológicas, más condições de vida ao povo brasileiro e demais carências de qualidade demonstradas no exercício do cargo presidencial. A Forbes, ao encher o moral da presidente, com a sua colocação próxima do topo do poder mundial, presta irrelevantes serviços ao povo brasileiro, por permitir que ela se convença que vem realmente administrando a nação, quando os fatos mostram a ineficiente gestão dos negócios do Brasil. Nas condições de extrema precariedade como o país vem sendo gerenciado, sem prioridade para as políticas públicas, salvo o esdrúxulo caso do bolsa-voto, é de se perceber que os responsáveis pela revista não conhecem o caos pelo qual a sociedade é obrigada a enfrentar, a exemplo da insegurança generalizada, com o constante crescimento da violência; a péssima qualidade da educação pública; a deficiente assistência à saúde pública, com os hospitais sempre abarrotados de doentes desassistidos ou atendidos precariamente; entre tantas mazelas que se tornaram comuns no dia a dia dos brasileiros. É risível que essa famosa publicação internacional, visivelmente sem conhecimento da realidade tupiniquim, classifique como poderosa a responsável pela tragédia com o povo brasileiro. Urge que a presidente da República do Brasil se conscientize que, para ser realmente poderosa, com merecida justiça, há necessidade de trabalhar, sem vaidade, mas com seriedade e eficiência em prol do povo brasileiro, menosprezando as ruindades do seu governo. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 24 de maio de 2013

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